Capítulo 4 - Rita II

590 66 25
                                    

Acordar nos braços do Marcelo é uma das melhores coisas que eu já experimentei em toda a minha vida. Como não podia passar a noite fora de casa nunca havia dormido com o Jonas, e muito menos com qualquer outro. Me pergunto se seria tão bom assim se fosse com outra pessoa e não o Marcelo, mas a resposta é quase imediata em minha mente. Não!

Tento me virar sem fazer muito alarde para não acordá-lo. Ele fica tão lindo dormindo! Ele suspira fortemente em alguns momentos, mas não se mexe. Seu rosto descansa em seu braço esquerdo enquanto sua mão direita segura minha cintura. Não sei se consigo me desvencilhar sem acordá-lo, mas vou tentar.

- Onde pensa que vai?

- Desculpe, não queria te acordar, eu só queria tomar um banho, estou precisando depois de ontem.

Ele me puxou para seus braços e beijou meu pescoço me fazendo sorrir.

- Você não vai me deixar sozinho nessa cama.

- Eu não vou demorar...

- E eu não pretendo deixá-la ir, temos pouco tempo aqui e não vou desperdiça-lo.

Ele beijava meu pescoço e eu já tinha desistido de qualquer coisa, quando ele me virou tentando me beijar.

- Não. Ainda não escovei os dentes.

Eu levantei seguindo para o banheiro.

- Porque não me ajuda com o banho?

- Com todo o prazer!
******

O nosso dia foi passado no quarto. Não queríamos nos dividir com ninguém, mas a nossa noite ele disse que seria especial. Eu estou ansiosa por essa noite, mas ao mesmo tempo não queria que chegasse, pois sei que estaria chegando ao fim nosso fim de semana aqui. Tenho medo de como as coisas serão quando voltarmos para casa.

- Onde estão seus pensamentos?

- Desculpe, estava pensando em nossa noite.

- Isso me deixa um pouco preocupado, porque sua expressão não era nada animadora.

- É que eu estava pensando que quando a nossa noite acabar iremos voltar pra casa.

Estamos no terraço, na hidro na verdade. Estamos chegando ao final da tarde e tudo o que eu não quero é sair daqui.

- Teremos outras oportunidades pra voltar. Teremos todo o tempo do mundo Rita. Não fique receosa por voltar pra casa, nós não vamos nos afastar assim que voltarmos.

- Tem certeza? Você é um homem muito ocupado.

Ele acariciava minhas pernas que estavam por cima das suas enquanto me olhava.

- Já conversamos sobre isso Rita, as coisas mudaram pra mim, minha vida não é mais meu trabalho.

Eu continuava o olhando. Por mais que eu queira muito acreditar em tudo o que ele diz, e na verdade eu acredito, como posso ter certeza que ele não irá se cansar de mim e querer voltar a sua vida de antes? A que ele estava acostumado.

- Eu sei que mudaram, mas eu tenho medo Marcelo. O que eu sinto por você é especial e eu fico pensando que talvez você se canse de mim e queira voltar a sua vida.

- Isso é sério Rita? Que vida? Eu não tinha vida antes, eu só trabalhava. Eu estou começando a viver agora, com quarenta e três anos estou finalmente vivendo, e é por sua causa. O que estou vivendo com você eu não trocaria por nada.

- Você sabe mesmo o que dizer para convencer uma mulher.

- Não estou tentando te convencer Rita, quero que você veja o que eu sinto. E eu posso garantir que o que eu sinto por você, eu nunca senti antes. Por mulher nenhuma.

Corações precisando de cuidadosOnde histórias criam vida. Descubra agora