Gentee! Já estou apaixonada pelo Maurício. Aposto que vocês também irão.
Bjokas!
- Você ainda não foi almoçar?
Assusto-me quando ouço a voz do Marcos, meu chefe. Como tem sido durante todos esses dias, ando tão perdido que nem notei a hora passar.
- Eu já estava de saída.
- Cara, devia sair um pouco e se divertir. Precisa melhorar essa cara. Acha que vai esquecer essa mulher se continuar assim.
Esquecê-la? Como eu poderia? A Julia entrou em meu coração, e eu não consigo e não quero tirá-la daqui.
- É impossível esquecê-la.
Ele revira os olhos e olha para o relógio.
- Eu sabia que era mulher. Olha, eu tenho uma reunião importante agora. Levanta a bunda dessa cadeira e vá almoçar. Depois do trabalho vamos a um bar aqui perto. Você precisa de uma bebida e desabafar.
- Eu não...
- Sem discussões. Não aguento mais olhar pra essa cara de cachorro sem dono. Ou melhor... sem dona.
Ele sai antes que eu possa recusar. Suspiro cansado. A vida realmente não tem sido boa pra mim esses últimos anos. Eu sei que fiz muitas coisas erradas, escolhas e atos que me trouxeram até aqui. Mas tenho certeza que estou pagando por tudo o que fiz e causei. Mas o que me deixa pior é que não estou pagando sozinho. A Julia continua a sofrer por minha culpa. Ela ainda tem medo que o Matheus apareça, e com toda a razão.
Caminho em direção ao Linnu's. É o restaurante que a Julia adora. Não! Eu não estou perseguindo-a mais uma vez. O Linnu's não é só perto do hospital, também é perto do meu trabalho, então é bem prático pra mim.
Almoço sozinho como todos os dias. Não por falta de companhia, a Paula, secretária do Marcos, me convidou muitas vezes, mas acho que depois de tantos nãos nesses quase dois meses que trabalho na empresa ela desistiu.
Sempre que termino meu almoço fico mais alguns momentos olhando para a porta. É um tipo de ritual que eu criei. Eu realmente tinha esperanças de vê-la novamente. Mas é claro, não tinha coragem de aparecer no hospital e procurar por ela.
Desisto dessa esperança idiota de encontrá-la outra vez e levanto-me para pagar a conta, e quando caminho em direção a porta deparo-me com ela. Ela... que eu esperei ver novamente por tanto tempo. Não posso acreditar que ela está em minha frente. Ela para ao me ver. Meu sorriso se abre. Um sorriso que não aparece a dias. Ela está tão linda! Como sempre. Vê-la é tanto um bálsamo quanto uma tortura. Um bálsamo olhar para seu rosto lindo, para seu sorriso doce. Mas também é uma tortura ter que olhar para essa mulher e saber que eu ajudei a causar parte de seu sofrimento. Apesar de tudo, a única coisa que consigo pensar no momento é em chegar perto dela, ouvir sua voz.
Caminho em sua direção enquanto ela me olha parecendo um pouco atordoada.
- Julia!
- Maurício! Pensei que você tinha ido embora, voltado pra casa.
Sorrio tristemente. Como poderia voltar para aquele lugar que só me lembra as atitudes ruins que tive, as pessoas erradas com quem me envolvi? Não posso chamar de casa um lugar que só me traz tristeza.
- Aquela nunca foi a minha casa. Não quero voltar para aquele lugar, não tem nada pra mim lá.
- Talvez você tenha razão. Aqui você pode conhecer pessoas novas, lugares novos. Vai te fazer bem depois de tanto tempo preso numa história louca.
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Corações precisando de cuidados
ChickLitConheceremos as histórias de Rita e Roberta. Mãe e filha, que encontraram o amor ao mesmo tempo. Rita a recepcionista do Hospital São Thomas, não consegue desviar o olhar toda a vez que certo lindo e arrogante filho de um paciente aparece em sua fre...