Capítulo 5 - Marcelo

613 56 5
                                    

Acordar com a Rita é uma das melhores sensações que tenho experimentado em muitos anos. Olho para o seu rosto enquanto ela dorme. Nunca me importei muito com relacionamentos, se iria ter alguém me esperando em casa quando chegasse do trabalho, mas a minha mente tem mudado em relação á muitas coisas. Como meu pai disse ao Marcos, não estamos ficando mais jovens, mas não foi isso que mudou meu jeito de pensar. Conhecer a Rita me fez mudar. Eu quero tudo com ela e espero que ela saiba.
******

Deixei a Rita no hospital, não vi motivos para ela ir de carro já que iria dormir em sua casa novamente. Sim, eu me convidei. Mas tenho certeza que ela não se incomodou.

Assim que cheguei ao escritório peguei o telefone e fiz a ligação que estava martelando em minha cabeça. Falei com o meu pai para ter certeza que não haveria problema a ausência da Beta por algum tempo e pedi a ela que viesse ao escritório almoçar comigo.

Depois de um tempo olhei o  relógio e vi que provavelmente a Beta chegaria a qualquer momento, saí de minha sala para pedir a Vivian que providenciasse o meu almoço e da Beta, e o Marcos que estava falando com sua secretária parou quando me ouviu falar.

- Porque você vai almoçar com a Beta? O papai está bem?

- O papai está ótimo, não é a primeira vez que a Beta almoça aqui, porque o espanto?

- Não é espanto, é só que faz tempo que vocês não almoçam juntos.

- A Beta é da família Marcos. Agora que todos os problemas passaram e não tenho que me preocupar com mais nada, porque não voltaria a ter meus almoços com minha irmãzinha?

- Você tem razão. Bom almoço pra vocês.

- Você não quer almoçar com a gente?

- Não posso. Eu até queria, mas tenho trabalho até o pescoço hoje. Fica pra próxima.
******

A Beta chegou alguns momentos depois, eu já estava em minha sala e pedi a Vivian que a deixasse entrar assim que chegasse.

- Fiquei preocupada com seu convite, aconteceu algo?

- Eu que pergunto. Beta o que está acontecendo? Eu estou preocupado com você.

- A Rita te falou sobre ontem, não é?

Ela claramente estava incomodada, não queria falar sobre isso.

- A Rita falou comigo sim, mas não foi pelo o que ela me disse que eu pedi que você viesse hoje. Já faz alguns dias que eu queria falar com você. Beta, eu não sou cego, já faz um tempo que eu vejo que você não está bem. Estou preocupado.

- Não precisa se preocupar Marcelo. Não há nada errado, eu estou bem.

Nós já havíamos deixado a comida de lado a muito tempo. Peguei suas mãos por cima da mesa e a encarei.

- Beta, não minta pra mim. Você é como minha irmãzinha, não tem que carregar tudo sozinha, eu estou aqui pra te ajudar.

- Eu sei, e te agradeço que esteja sempre aqui pra mim, mas não há nada acontecendo. Acho que é melhor eu ir, não gosto de deixar seu pai sozinho por muito tempo.

- Beta, não fuja querida, o papai não está sozinho, há outras pessoas trabalhando naquela casa. Aliás, você sabe que por mim você não trabalharia como governanta do meu pai, você é da família, não há motivos pra isso. Você sabe que há um lugar aqui na empresa pra você, quando quiser.

- Não é nenhuma vergonha pra mim ser governanta da sua família, foi o trabalho da minha mãe. Além do mais eu quero cuidar do seu pai agora que ele precisa, eu gosto do que faço.

Corações precisando de cuidadosOnde histórias criam vida. Descubra agora