Gatinhas e gatinhos,
Agora sim todos os personagens principais foram apresentados. E a história irá embalar.
Me digam o que estão achando da nova história.
Beijokas e Boa Leitura!
Ouço a batida na porta e reviro os olhos quando Vivian, minha secretária, entra em minha sala.
- Será que é tão difícil entender o que digo Vivian? Eu disse que não queria nenhuma interrupção.
Ela estava pálida e nervosa. Eu não preciso de problemas nesse momento, já estou atolado em trabalho.
- Desculpe doutor Marcelo, mas...
- O que for é melhor falar com o Marcos. Não tenho tempo pra nada agora.
- Doutor, o seu pai está no hospital. Ele sofreu um infarto.
Eu não esbocei nenhuma reação. Na verdade eu não sabia o que fazer. O meu pai está no hospital? Droga! Eu não sabia como agir, o que fazer.
- Em que hospital ele está?
- No São Thomas.
Eu me levantei rapidamente pegando somente minha carteira e deixando todo o resto para trás.
- Cancele tudo o que tenho pra hoje, estou indo para o hospital. Onde está o meu irmão?
- O doutor Marcos já está no hospital. Ele nem veio a empresa hoje.
- Porque não me avisaram antes?
- Tentaram ligar para o seu celular, mas está desligado.
Claro! Eu sempre desligo o celular quando estou trabalhando. Droga!
Assim que cheguei ao hospital, Beta, a agora governanta do meu pai, esperava na recepção e logo me encaminhou a sala de espera onde o Marcos estava.
- O que aconteceu?
- A Beta trouxe o papai para o hospital. Tivemos sorte que ela o encontrou antes que o pior acontecesse.
- Na verdade encontrei seu pai na sala. Ele disse que estava com um pouco de dor nas costas e não iria para o trabalho. Eu desconfiei que não fosse só um pouco de dor, ele nunca deixaria de ir ao trabalho por um "pouco" de dor. Quando ele tentou se levantar sentiu-se tonto e caiu no sofá. Ele estava suando muito e eu lembrei de uma matéria que li sobre infartos. Esses são alguns dos sintomas. Nem sempre há dor no peito de imediato. Eu o ajudei a andar até o carro e o trouxe pra cá.
- Obrigado Beta! Você salvou a vida do nosso pai.
O Marcos falou em um tom admirado.
- Não fiz mais do que qualquer um faria.
- Claro que fez. Eu também agradeço Beta.
Estou sentado na sala de espera junto com o meu irmão. A Beta foi para casa e disse que voltaria amanhã.
Depois de muitas horas um médico veio até nós. Ele apresentou-se como Ricardo Assis, o cardiologista responsável por meu pai. Marcos colocou-se de pé ao meu lado enquanto o doutor Ricardo falava.
- Primeiro eu queria dizer que o pai de vocês está bem, na medida do possível. Um infarto é algo sério demais, todo o cuidado é pouco. Além do atendimento rápido por ele ter sido trazido assim que os primeiros sintomas foram apresentados, evitando sequelas, o fato de suas artérias não estarem completamente obstruídas foi o principal.
Nós escutávamos quase sem piscar ao que nos era dito.
- O infarto do seu pai foi causado por estresse, e no caso dele foi uma coisa boa.
O olhei indeciso. Como assim?
- Não entendi. Como isso pode ter sido uma coisa boa?
- Há gordura acumulada nas paredes das coronárias, as artérias que irrigam o coração.Com o tempo placas se formam, impedindo que o sangue flua livremente. Assim, basta um espasmo provocado pelo estresse que o seu pai provavelmente passou para que a passagem da circulação se fechasse.
- E quer dizer que se passasse mais tempo...?
- Com certeza seria mais sério se as artérias se entupissem completamente.
- Nós já o medicamos e ele passará por uma angioplastia. Por enquanto é isso, uma enfermeira virá avisar quando puderem vê-lo.
Agradecemos ao doutor Ricardo e ficamos bem mais aliviados. Sentamos novamente e tudo o que eu conseguia pensar era em que meu pai estava na cama de um hospital agora, porque sofreu um infarto. Provavelmente causado por excesso de trabalho. E eu só conseguia me ver indo pelo mesmo caminho.
A minha vida se resumia ao meu trabalho, com saídas esporádicas para aliviar o estresse e outras coisas.
Durante muito tempo isso me completou. Mas agora eu olho pra minha vida e vejo que não tenho nada de real, além do meu emprego.
Somente o dinheiro, conforto e diversões esporádicas não me completam mais. Acho que eu preciso rever a minha vida.
Depois de mais uma hora esperando, meu irmão disse que iria até a lanchonete comer algo rapidamente e quando ele voltasse eu iria. Concordei, não queríamos deixar a sala de espera e perder notícias.
Quando ele voltou vinte minutos depois eu caminhei em direção a lanchonete. Quando passei pela recepção não pude deixar de vê-la. Morena, olhos escuros como a noite, mãos delicadas e um sorriso gentil no rosto. Ela parecia estar no início dos trinta anos e é linda! A recepcionista... Eu não a notei quando cheguei ao hospital. Mas quem poderia me culpar? Eu não via ninguém a minha frente, só queria notícias do meu pai.
Parei de divagar, percebendo que estava parado no corredor e voltei a caminhar em direção a lanchonete.
Eu realmente estava com fome. Saí de casa sem tomar café da manhã, já passa das três da tarde e estou até agora sem comer. Peço dois sanduíches de frango e um suco de melão. Depois que termino meu primeiro sanduíche, levanto minha cabeça e a vejo passar pela porta. Ela anda distraída conversando com uma enfermeira, que passa ao meu lado sem perceber o quanto eu a encarava. Mas pude ver de relance o seu nome no crachá.
Rita...
Ela sentou-se duas mesas a minha frente, mas a enfermeira não a acompanhou. Ela tomava suco e comia um sanduíche quando levantou seu rosto e me viu encarando-a. Ela pareceu assustar-se um pouco e baixou os olhos voltando a comer. Meus lábios se curvaram em um esboço de sorriso. Ela é um doce!
Lembrei do porque estava naquele hospital e voltei correndo para a sala de espera. Mas não sem antes lançar-lhe um último olhar quando passei ao seu lado.
Tenho coisas importantes para cuidar agora. Mas espere Rita, que logo iremos nos conhecer.
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Corações precisando de cuidados
Chick-LitConheceremos as histórias de Rita e Roberta. Mãe e filha, que encontraram o amor ao mesmo tempo. Rita a recepcionista do Hospital São Thomas, não consegue desviar o olhar toda a vez que certo lindo e arrogante filho de um paciente aparece em sua fre...