Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Luzia Nezzo era o tipo de pessoa que parecia inalcançável. No colégio, todos sabiam quem ela era. Popular, confiante, e sempre cercada pelas pessoas mais influentes da escola, ela exalava uma aura de poder. Era como se cada passo que dava fosse meticulosamente calculado, como se as pessoas ao redor só existissem para compor o cenário onde ela reinava.
S/n a observava de longe, não por escolha própria, mas porque era quase impossível não notar Luzia. A garota sempre estava rodeada por um grupo de amigas, as típicas "meninas malvadas" do colégio. Elas dominavam os corredores, os eventos, e, claro, qualquer festa. Luzia, com seu cabelo sempre impecável e sorriso calculadamente provocante, parecia intocável.
Por mais que Luzia tivesse essa fama de inalcançável, havia algo nela que intrigava S/n. Era a maneira como ela conseguia ser ao mesmo tempo atraente e cruel, como se usasse seu charme para brincar com as pessoas ao redor, apenas para depois descartá-las como se nada tivesse acontecido. Mesmo assim, S/n se via olhando mais do que deveria, como se esperasse que, em algum momento, aquele exterior impenetrável mostrasse uma falha.
Naquela noite em particular, haveria uma festa grande, dessas que movimentavam a escola inteira. Todo mundo estava falando sobre ela durante a semana. Luzia, obviamente, estaria lá, e, para a surpresa de S/n, ela também acabara recebendo um convite, mesmo que não fosse do círculo social de Luzia. Isso a deixou um pouco nervosa, mas a curiosidade venceu.
[...]
Quando S/n chegou à festa, o ambiente já estava agitado. A música alta preenchia o ar, as luzes coloridas piscavam ao ritmo dos batimentos cardíacos acelerados de todos ali. Ela se misturou à multidão, tentando relaxar e se divertir, mas inevitavelmente seus olhos procuraram por Luzia. Não demorou muito para encontrá-la, claro, no centro da festa, rodeada por seu grupo de amigas.
Luzia estava deslumbrante como sempre, usando um vestido justo que acentuava suas curvas, e, com um sorriso quase arrogante, conversava com um grupo de garotos, que riam nervosamente de tudo que ela dizia. Era sempre assim. Todos pareciam querer uma parte de Luzia, mas ela não deixava ninguém se aproximar demais. Ela era uma espécie de rainha intocável.
S/n tentou ignorar aquilo, beber algo e aproveitar a festa, mas de alguma forma seus olhos sempre voltavam para Luzia. Havia algo na maneira como ela se movia, como controlava o espaço ao seu redor, que fazia com que S/n se sentisse atraída, mesmo sem querer.
Horas se passaram, e S/n já estava mais relaxada, rindo e conversando com alguns amigos. Foi quando, de repente, sentiu uma presença atrás de si. Ela virou a cabeça e lá estava Luzia, mais próxima do que jamais havia estado antes.
— Eu vi você me olhando — disse Luzia, sem qualquer hesitação, sua voz baixa, mas carregada de uma confiança desarmante.
S/n congelou por um segundo. Não sabia o que responder. Era verdade, claro, mas jamais esperou ser confrontada dessa forma.
— Eu... estava só... — S/n tentou se justificar, mas Luzia a interrompeu com um sorriso enigmático.
— Relaxa. Eu gosto quando me olham. — Luzia deu mais um passo para perto, diminuindo ainda mais a distância entre as duas.
A proximidade repentina fez o coração de S/n disparar. Luzia tinha essa habilidade de deixar as pessoas nervosas e atraídas ao mesmo tempo. Ela parecia brincar com as reações alheias, controlando a situação com uma facilidade impressionante.
— Mas, por que você nunca veio falar comigo antes? — Luzia perguntou, inclinando a cabeça, como se realmente estivesse curiosa.
S/n não sabia o que responder. A verdade era que Luzia parecia inalcançável, uma dessas pessoas que você admira à distância, mas que não imagina poder realmente se aproximar. Ela sempre esteve cercada por tantas pessoas, todas tão deslumbradas com sua presença, que S/n nunca achou que fosse mais do que uma espectadora.
— Você sempre parece... ocupada — disse S/n, optando pela verdade.
Luzia sorriu de lado, o mesmo sorriso que ela usava quando estava prestes a brincar com alguém.
— Ocupada? Eu só gosto de observar. Você, por exemplo... — Luzia disse, agora em um tom mais baixo, quase num sussurro. — Tem algo em você que me intriga.
S/n não sabia o que responder. A presença de Luzia tão próxima fazia com que cada pensamento lógico fosse embora, deixando apenas um misto de confusão e desejo no lugar.
— Vem comigo — Luzia disse, de repente, pegando S/n pela mão e a puxando para um canto mais isolado da festa.
S/n a seguiu, quase sem pensar. O toque de Luzia era quente, e cada passo que davam juntas parecia um passo mais perto de algo que S/n não sabia se estava preparada para enfrentar.
Luzia a levou para um canto mais tranquilo, longe da música alta e das luzes piscantes. Ali, havia apenas o som abafado da festa ao fundo e o silêncio entre elas. Luzia se virou para S/n, encostando-se levemente na parede, os olhos fixos nela de uma forma que fazia o estômago de S/n se revirar.
— Você parece nervosa — Luzia comentou, com aquele sorriso provocativo que a acompanhava sempre.
— Não estou — S/n respondeu, mas a voz saiu mais baixa do que esperava.
Luzia riu suavemente e se aproximou ainda mais, o rosto a centímetros de distância. O perfume de Luzia, uma mistura doce e envolvente, fez com que a cabeça de S/n girasse por um momento.
— Você sabe que todo mundo me vê como intocável, não sabe? — Luzia perguntou, a voz agora quase um sussurro.
S/n assentiu, incapaz de formar uma resposta verbal naquele momento.
— E você acha que sou intocável? — Luzia perguntou, inclinando-se mais para perto, a boca tão próxima que S/n sentia sua respiração quente contra seus lábios.
S/n não conseguiu responder. Havia algo naquele momento, naquela proximidade, que a deixava paralisada, presa entre o desejo e o medo de como aquilo poderia acabar.
Antes que ela pudesse pensar em qualquer coisa, Luzia quebrou a distância entre elas, e seus lábios se encontraram. Foi um beijo inesperado e intenso, como se todo aquele jogo de provocações e olhares finalmente encontrasse uma saída.
O beijo foi cheio de desejo contido, como se Luzia estivesse esperando aquele momento tanto quanto S/n, apesar de sempre parecer inabalável. S/n se perdeu no toque, na sensação dos lábios de Luzia contra os seus, e por um breve momento, o mundo ao redor desapareceu.
Quando se separaram, Luzia sorriu, ainda com os lábios próximos.
— Acho que agora você pode dizer que eu não sou tão intocável assim — ela disse, antes de se afastar lentamente, deixando S/n sem palavras, perdida entre o choque e o desejo por mais.
