Rosamaria Montibeller | Brigas. ³

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Gabi, preocupada com o impacto da rivalidade entre S/n e Rosamaria no time, foi até Zé Roberto e contou tudo sobre as brigas, tanto durante o jogo quanto no hotel

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Gabi, preocupada com o impacto da rivalidade entre S/n e Rosamaria no time, foi até Zé Roberto e contou tudo sobre as brigas, tanto durante o jogo quanto no hotel. O técnico, com sua experiência e habilidade em lidar com conflitos, decidiu que precisava agir. Em vez de separá-las, fez o oposto: colocou as duas no mesmo quarto.

— Vocês vão resolver isso como adultas. Não quero mais saber de brigas no time. Ou vocês acertam as coisas, ou vão ter que lidar com as consequências — disse Zé Roberto, com seu tom firme, sem dar espaço para questionamentos.

S/n e Rosamaria ficaram indignadas com a situação. Quando chegaram ao quarto, ambas explodiram.

— Isso é ridículo! — disse S/n, jogando sua mala na cama com raiva. — Eu não preciso ficar no mesmo quarto que você pra resolver nada.

Rosamaria bufou, cruzando os braços.

— Confia em mim, isso é a última coisa que eu quero também. Mas parece que o Zé acha que somos crianças que precisam ser forçadas a conviver.

— Talvez porque você aja como uma! — S/n rebateu, encarando Rosamaria com desprezo.

E assim, a primeira noite foi marcada por mais uma discussão acalorada. As palavras afiadas, os insultos disfarçados e as acusações de ambas só reforçavam a distância entre elas. S/n e Rosamaria estavam firmes em não ceder, e o clima no quarto ficou insuportável.

Mas com o passar dos dias, as brigas foram diminuindo. Depois de uma semana convivendo no mesmo espaço, as duas começaram a se ignorar completamente. As refeições eram silenciosas, o ambiente no quarto era pesado, e nos treinos elas só interagiam o mínimo necessário.

Até que, uma tarde, enquanto Rosamaria procurava seu uniforme de treino, percebeu que ele estava sumido. Revirou sua mala, olhou debaixo da cama e checou no banheiro, mas nada. Então, com irritação crescente, se virou para S/n.

— Ei, você viu meu uniforme de treino? — Rosamaria perguntou, com a voz levemente tensa.

S/n, que estava sentada na cama mexendo no celular, nem se deu ao trabalho de olhar para ela. Simplesmente a ignorou, como vinha fazendo há dias.

Rosamaria, já cansada da atitude infantil, fechou os punhos e caminhou até a cama de S/n.

— Eu tô falando com você, S/n! Qual é o seu problema? Você tá me ignorando por causa de uma briga idiota?

S/n continuou em silêncio, o que só inflamou mais a raiva de Rosamaria.

— Você é inacreditável! — gritou Rosamaria, puxando o celular da mão de S/n, que finalmente se levantou, furiosa.

— O que você acha que tá fazendo? — S/n se aproximou, empurrando Rosamaria levemente no peito.

— Eu tô cansada da sua atitude, S/n. A gente precisa treinar juntas, jogar juntas, e você age como se eu nem existisse! — retrucou Rosamaria, devolvendo o empurrão.

O empurra-empurra rapidamente escalou, e as duas começaram a discutir mais uma vez. As vozes ficaram altas, e as palavras afiadas saíam sem filtro. Mas, no calor do momento, elas não perceberam que, a cada passo dado, se aproximavam cada vez mais.

— Ah, é? Eu sou a infantil? — S/n se aproximou tanto que seus rostos quase se tocavam. — Quem aqui acha que pode monopolizar o time inteiro?

— Eu tô fazendo o que é melhor pro time, diferente de você, que só quer ser o centro das atenções! — Rosamaria respondeu, a voz firme, mas com os olhos fixos nos de S/n.

O ar no quarto parecia pesado, e de repente, o tom das palavras começou a mudar. A proximidade entre elas se tornou palpável, e o que antes era raiva agora parecia algo mais intenso, diferente. O rosto de Rosamaria estava a poucos centímetros do de S/n, e ambas começaram a respirar mais rápido, como se o confronto tivesse despertado algo a mais.

— Para de me empurrar, Rosamaria — sussurrou S/n, sem se afastar, mas sentindo o calor que irradiava entre elas.

— Então para de ser tão teimosa — Rosamaria rebateu, mas sua voz já não tinha o mesmo tom irritado de antes.

Os olhares se cruzaram, e foi como se o tempo parasse. O silêncio tomou conta do quarto, exceto pelo som da respiração acelerada das duas. S/n notou os olhos de Rosamaria descerem para seus lábios, e algo dentro dela queimou. Antes que pudesse processar o que estava fazendo, ela avançou.

O beijo foi inesperado, mas carregado de intensidade. As mãos de S/n se moveram rapidamente para o pescoço de Rosamaria, enquanto a outra a puxava pela cintura. Rosamaria, por sua vez, correspondeu ao beijo com a mesma urgência, agarrando S/n pelos ombros e a puxando ainda mais para perto.

O desejo que havia sido acumulado entre as provocações e brigas parecia agora se liberar de uma vez só. O beijo era feroz, como se ambas quisessem extravasar tudo o que estava reprimido. Era como se, naquele momento, a raiva, a tensão e a frustração se transformassem em algo completamente diferente.

Elas se separaram por um segundo, os olhos ainda ardendo de desejo. Rosamaria sorriu, ainda ofegante.

— Isso explica muita coisa... — ela murmurou, o sorriso provocante voltando a aparecer.

S/n deu uma risada curta, ainda atordoada pela intensidade do momento.

— Cala a boca e vem cá — ela disse, puxando Rosamaria para mais um beijo.

E assim, no espaço que antes parecia tomado pelo conflito, agora só havia a química inegável entre elas. As brigas, as provocações, as discussões… tudo havia culminado naquele momento de desejo intenso.

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