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O som do telefone vibrando ecoava pela sala silenciosa. Era Hande, chamando como sempre fazia antes de dormir. O contato diário entre elas havia se tornado uma rotina confortável, um símbolo de estabilidade no relacionamento. Mas naquela noite, S/n olhou para o aparelho com um aperto no peito. Sabia que a decisão estava tomada, e que aquele seria um dos momentos mais difíceis da sua vida.
Respirando fundo, ela atendeu.
- Oi, amor - Hande disse, a voz suave, já levemente cansada pelo dia intenso de treinos.
- Oi... - S/n respondeu, tentando manter a voz firme, mas já sentindo o peso do que viria.
- Está tudo bem? Você parece... distante - Hande perguntou, perceptiva como sempre.
S/n fechou os olhos por um instante, tentando reunir coragem para o que precisava dizer. Ela havia ensaiado esse momento várias vezes na cabeça, mas agora, na frente da realidade, nada parecia fácil.
- Hande, a gente precisa conversar. Não pelo telefone... mas é importante - disse S/n, tentando manter a calma, embora o coração estivesse batendo forte.
Do outro lado da linha, houve um silêncio tenso. Hande sempre fora sensível às mudanças de tom, e parecia já entender o que estava prestes a acontecer.
- O que está acontecendo, S/n? Você está me deixando preocupada - a voz de Hande agora soava cautelosa, uma mistura de dúvida e medo.
S/n suspirou. Era agora ou nunca.
- Eu... não sei mais se estamos no mesmo lugar, Hande. Eu me sinto... confusa. E tenho pensado muito sobre nós, sobre o que eu realmente quero.
- Confusa? O que você quer dizer com confusa? - Hande agora soava mais alerta, quase defensiva.
- Eu não sei como te dizer isso, mas... eu acho que me apaixonei por outra pessoa - disse S/n, a voz quebrando ao final da frase. O peso da verdade finalmente saindo de seus lábios a deixou atordoada.
O silêncio que seguiu foi como uma faca no peito. Ela sabia que tinha machucado Hande profundamente.
- Outra pessoa? - Hande repetiu, a voz incrédula, quase um sussurro.
- Não foi intencional... eu nunca quis que isso acontecesse. Mas aconteceu, e eu não posso mais continuar mentindo pra você. Não é justo. Não é justo pra nós duas - S/n disse, sentindo as lágrimas ameaçarem cair.
- Quem é? - Hande perguntou, sua voz agora gelada. O tom de ferida aberta era evidente.
- Rosamaria - a palavra saiu como um sopro, mas era o suficiente para Hande entender tudo.
- Rosamaria? - Hande repetiu o nome, com uma mistura de choque e raiva evidente. - Você me traiu com ela? Durante todo esse tempo?
- Eu... - S/n tentou responder, mas Hande não a deixou terminar.
- Todo esse tempo, você estava mentindo pra mim? Fingindo que estávamos bem, enquanto corria pros braços dela? - Hande gritou, sua voz vibrando com raiva e dor.
- Eu não queria que fosse assim! Eu tentei... eu tentei terminar isso antes que machucasse você, antes que fosse tarde demais, mas...
- Mas o quê, S/n? Agora é tarde demais! - Hande interrompeu. - Você sabia o que estava fazendo. Você escolheu isso! E agora está tentando me livrar da culpa? Depois de tudo o que a gente construiu?
S/n sentiu o peso de cada palavra de Hande, e tudo o que ela queria era encontrar uma maneira de aliviar aquela dor. Mas sabia que nada que dissesse mudaria a realidade. Ela havia traído Hande, e isso era um fato.
- Eu sinto muito, Hande. Sinto de verdade. Eu nunca quis te machucar... - S/n disse, sua voz baixa e tomada pelo arrependimento.
- Desculpas não vão consertar isso, S/n - Hande respondeu friamente. - Eu nunca vou te perdoar por isso.
O silêncio que seguiu foi devastador. S/n ouviu a respiração pesada de Hande do outro lado da linha, antes que ela finalmente dissesse:
- Acabou. Entre nós, acabou. Não quero nunca mais ouvir seu nome.
E, com isso, a linha ficou muda. Hande tinha desligado. S/n ficou parada, olhando para o telefone, incapaz de processar a magnitude do que acabara de acontecer. Sabia que esse seria o fim inevitável, mas ouvir as palavras e sentir a dor real da separação era algo que ela não estava preparada para enfrentar.
Com os olhos marejados, S/n ficou em silêncio por um longo tempo. Finalmente, tudo estava claro, mas o vazio que veio depois da decisão era quase insuportável.
Na manhã seguinte, ainda abalada pela conversa da noite anterior, S/n sabia o que precisava fazer. Era hora de dar sua resposta a Rosamaria.
Ela saiu de casa e dirigiu até o apartamento de Rosamaria, o coração batendo pesado no peito. Ao chegar, foi recebida por um olhar de surpresa. Rosa não esperava vê-la tão cedo, especialmente sem um aviso.
- S/n? - Rosamaria começou, hesitante.
S/n se aproximou, sem dizer nada, e a abraçou apertado. Rosamaria, inicialmente surpresa, logo correspondeu ao abraço, sentindo a intensidade do gesto.
- Eu escolhi você - S/n disse, sussurrando no ouvido de Rosamaria.
Rosamaria a afastou um pouco para poder olhar em seus olhos, tentando ler a seriedade nas palavras de S/n.
- E Hande? - Rosamaria perguntou, ainda insegura.
S/n respirou fundo antes de responder.
- Terminei com ela. Foi... difícil. Mais difícil do que eu imaginava. Mas eu não podia continuar vivendo assim, dividida. Eu não quero mais mentir, não quero mais esconder nada. Eu quero estar com você, de verdade.
Rosamaria olhou profundamente nos olhos de S/n, e por um momento, parecia processar tudo o que estava sendo dito. Então, lentamente, um sorriso surgiu em seu rosto.
- Eu esperei muito por isso - Rosamaria disse suavemente, antes de puxá-la para um beijo, cheio de emoção e alívio.
Era o começo de algo novo, algo incerto, mas também algo que S/n sabia que não poderia mais evitar. Ela havia feito sua escolha, e, embora as feridas ainda estivessem abertas, agora era o momento de seguir em frente com Rosamaria, abraçando o amor intenso e caótico que existia entre elas.
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Imagines de jogadoras de volei
FanficImagines de atletas de vôlei. Pedidos abertos.