𝟭𝟲 : the end

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% décimo sexto capítulo :
final.

 A ruiva nunca se importou com dias nublados, mas aquele sábado daquele mês de agosto estava sendo extremamente melancólico para ela

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A ruiva nunca se importou com dias nublados, mas aquele sábado daquele mês de agosto estava sendo extremamente melancólico para ela. Ali, no quarto, estavam apenas Ace e Hera, organizando as últimas coisas que o rapaz levaria para viagem. Há dois meses, Ace havia recebido a confirmação que tanto esperava, ele havia sido aceito como voluntário, foi um processo demorado, lembra de ter feito a inscrição mais ou menos um ano atrás, mesmo sem a certeza se realmente teria coragem de abrir mão da vida que estava levando, ou se conseguiria enfrentar seu avô. Agora poderia dar início aos preparativos para finalmente embarcar, isso era de certa forma surreal. Esses últimos sessenta dias haviam sido recheados de carícias e conversas profundas entre os dois, também haviam sido regados por algumas lágrimas, a maioria delas por parte de Hera.

Bom, ela poderia dizer estar acostumada com a ideia, e claro, estava feliz pelo rapaz, mas não poderia negar o seu peito apertado e a saudades que parecia cortar seu coração a cada instante que o momento de sua partida se aproximava. Ela estava tentando não derramar mais nenhum lágrima, pois não queria causar em Ace nenhum resquício de hesitação que fosse, queria ele livre e solto para voar e, por sua própria vontade, voltar. Era isso.

— Vai levar essa também? — perguntou, referindo-se a camiseta do time de futebol, com o nome do garoto bordado atrás.

— Não, essa eu vou deixar pra você dormir agarradinha todas as noites — desdobrou a camiseta, jogando para garota — Lembra aquela vez, quando você dormiu aqui depois de beber todas?

— Infelizmente, lembro sim — fez uma careta, lembrando de todas as sensações ruins daquele dia.

— Você não sabe, mas eu fiquei hipnotizado te vendo com ela, tipo pra caramba — se aproximou, passando as mãos pela cintura da ruiva e colando seus corpos, fazendo-a instantaneamente se derreter nos braços do moreno — Eu pensei: essa mulher precisa ser minha.

— Ace... — deixou beijos quentes, que foram do pescoço, à bochecha e por fim encontrou seus lábios em um selinho demorado.

— Eu sei que não é a mesma coisa que ter os meus braços fortes apertando sua cintura, mas dá pro gasto — brincou, fazendo-a dar um leve tapa em seu ombro e chamá-lo de "convencido" — Eu te amo, tá bom?!

Essas últimas palavras foram como um gatilho, que fizeram mais uma vez seus olhos lagrimejarem e sua garganta fechar. Estava a tanto tempo segurando as lágrimas, mas agora havia perdido a batalha para elas.

— Desculpa... — fungou.

Foi acolhida por um abraço ainda mais apertado, que a envolveram como uma coberta quentinha em um dia de muito frio, seus braços rodearam o pescoço de Ace e seu rosto afundou-se no peito do garoto, enquanto sua mão fazia carinho nas costas da ruiva.

Foram alguns minutos de silêncio, até ela se afastar, secando as lágrimas insistentes e respirando fundo.

— Vamos terminar, está quase na hora e você não pode se atrasar — afastou-se, procurando alguma peça de roupa para colocar na mala, evitando encarar Ace nos olhos.

𝗹𝗼𝘃𝗲𝗹𝘆 𝗯𝗹𝘂𝗻𝗱𝗲𝗿. Onde histórias criam vida. Descubra agora