After ᵖᵃᵇˡᵒ ᵍᵃᵛᶦ

Capítulo 91

Pov do Gavi

Entrei em casa sentindo como se o peso do mundo estivesse sobre meus ombros. Tudo que aconteceu com Alice ainda rodava na minha cabeça, sem dar trégua. O pedido dela por um tempo... Era como se algo dentro de mim estivesse quebrando aos poucos.

Aurora estava no sofá, concentrada no celular, mas assim que me viu, percebeu que algo estava errado. Ela me conhecia bem demais para não notar.

— O que aconteceu, Pablo? — perguntou, sem rodeios.

Fingi que não ouvi, indo direto para a cozinha. Precisava de um momento para processar tudo antes de falar qualquer coisa. Mas sabia que ela não desistiria. Aurora sempre foi assim, insistente quando sabia que eu estava mal.

Eu abri a geladeira, só para fechar logo depois, sem conseguir me concentrar em nada.

— Nada, Aurorita. Não é nada. — Menti, tentando disfarçar.

Ela se levantou e me seguiu, parando na porta da cozinha, me encarando.

— Pablo, eu sei que tem algo errado. É sobre a Alice, não é?

Suspirei, esfregando as mãos no rosto. Ela estava certa, claro. Mas como eu ia explicar o caos que estava na minha cabeça?

Eu sabia que não podia evitar a conversa para sempre, então acabei soltando:

— Ela pediu um tempo.

Aurora me olhou surpresa, mas não disse nada imediatamente. Ela era boa em me dar espaço quando via que eu precisava.

— Um tempo? — perguntou, depois de alguns segundos. — Mas por quê? O que aconteceu?

Eu balancei a cabeça, sem saber como responder.

— A coisa toda com a Ana... — comecei a dizer, mas a minha voz falhou. Só de lembrar daquilo tudo já era o suficiente para me deixar frustrado. — Alice viu eu curtindo uma foto, comentando... e depois de tudo o que aconteceu com a Ana no passado, ela não aguentou mais.

Aurora franziu o cenho, claramente confusa.

— Mas vocês já conversaram sobre isso, né? Você explicou para ela?

— Tentei. — Eu soltei um suspiro pesado, me apoiando na bancada da cozinha. — Mas para a Alice... é difícil. A internet fez dessa história um inferno, e agora tudo o que ela vê é traição. Eu disse que a Ana é só uma amiga, mas Alice não consegue acreditar nisso.

Aurora abriu a boca para dizer algo, mas parou quando ouviu os passos da nossa mãe, aurora, entrando na cozinha.

— Pablo, tudo bem? — A voz dela estava suave, mas preocupada. — O que houve, filho?

Eu abaixei a cabeça, tentando manter a compostura. Mas, com minha mãe ali, o peso da situação ficou ainda mais difícil de carregar.

— É a Alice, mamá... — comecei, sentindo minha garganta apertar. — Ela pediu um tempo. Não sei o que fazer.

Minha mãe colocou a mão no meu ombro, um gesto silencioso de conforto. Ela não precisava dizer nada, seu olhar dizia tudo — que ela estava ali, que eu tinha apoio.

— Às vezes, as pessoas precisam de espaço para entender o que sentem, Pablo — ela disse calmamente. — Mas você precisa ser honesto com ela, e com você mesmo. Se essa relação é importante, vocês vão encontrar um jeito de resolver.

— Mas e se não encontrarmos? — Eu perguntei, sentindo a dúvida que vinha crescendo dentro de mim.

Minha mãe deu um sorriso pequeno, mas reconfortante.