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    A família do Rocky era enorme.

    Ele raramente falava sobre seus irmãos, mas mencionava muito Rydel e como sua sobrinha já estava grande. Se bem me lembro, seus pais eram casados e muito felizes. Rocky dizia que adoravam dar festas e convidar várias pessoas.

Eu desejava aquilo mais do que tudo — a sensação de pertencer a uma família. Rocky tinha isso, e talvez fosse por isso que ele era tão feliz.

— Estamos quase chegando — disse Rocky, com os olhos fixos na estrada. Eu sabia que ele não gostava de dirigir, mas não imaginava que o medo fosse tão sério.

— Você tomou quase duas garrafas de café — observei, recolhendo os copos espalhados pelo carro.

— E você não comeu nada até agora. Aposto que seu pé está congelando — ele franziu a testa, mas manteve o olhar na estrada.

Minhas roupas de frio eram poucas. O dinheiro que tinha mal dava para me manter na faculdade. A pequena herança dos meus pais sustentava meus estudos, mas sem luxos.

— Você disse que seus irmãos estão em turnê? Ouvimos só aquelas duas músicas, depois você não quis mais ouvir — perguntei, olhando pela janela.

O silêncio se instalou. Rocky sempre ficava calado quando o assunto era a banda dos irmãos. Eu sabia muito pouco, apenas que ele detestava falar sobre aquilo. Parecia uma ferida que ainda não havia cicatrizado.

— Eles vêm para o fim de ano. Não sei se Ross vai, mas Riker confirmou. A esposa dele também estará aqui — disse Rocky, comprimindo os lábios.

Eu seria uma intrusa? Será que eles se incomodariam com a presença de alguém de fora?

Rocky percebeu meu silêncio e me deu um leve soco no braço, sorrindo.

— Relaxa, Olivia. Meus pais te convidaram. Mamãe até preparou o quarto de visitas para você. O chalé é enorme, tem inúmeros quartos, e minha mãe adora visitas. Esqueceu? — sorri de volta, embora ainda estivesse nervosa.

— Pelo visto, seu irmão é um pouco galinha. — Solto uma risada enquanto mostro a notícia no meu celular. — 'Astro do momento beija fã durante show'. Que ousado! — brinco com Rocky.

— Ele realmente não tem limites. — Ele ri de leve. — Mas essas notícias são sempre sensacionalistas.

— Eu odeio paparazzi. Nunca tive que lidar com eles, mas já odeio. — Faço um gesto dramático, jogando as mãos atrás da cabeça. — A não ser quando é para divulgar algo novo sobre os álbuns da Taylor Swift. — Rocky solta uma gargalhada e volta a se concentrar na estrada.

Quando chegamos, já eram quase três da tarde. O chalé era imenso, tão bonito quanto nas fotos. Rocky tinha razão: a casa parecia grande o suficiente para abrigar uma família inteira, e ainda sobraria espaço.

Rocky abriu a porta do carro para mim, e meus pés afundaram na neve. Um calafrio percorreu minha espinha, e fiz uma careta.

— Eu te disse que era lindo — comentou Rocky, enquanto tirava as malas do porta-malas.

— ROCKY! — Um grito veio da porta de entrada. Virei a cabeça e vi uma mulher loira correndo em direção a ele, abraçando-o com força.

Bad RumorsOnde histórias criam vida. Descubra agora