D E Z E S S E T E

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     —Eu poderia jurar que você está realmente apaixonado pela Indie, ainda mais depois daquela música. — Ryland provocou Ross enquanto entrávamos no ônibus.

Pós-show, estávamos prontos para voltar para casa. Ainda mais com o tempo se fechando, o que indicava uma tempestade. Meu corpo se arrepiava só de pensar na ideia de estarmos em um ônibus, no escuro, com a chuva batendo nas janelas.

— Os takes ficaram impecáveis! — Savannah elogiou ao meu lado. — Espera aí... — Ela parou em uma das fotos. — Ross está literalmente olhando fixamente para a câmera. Ou será... para você?

— Acho que a tequila de mais cedo não te fez muito bem, né? — balancei a cabeça, tentando fazê-la voltar à realidade. — Tá na hora de acordar.

— Quantas vezes você vai negar isso? Você acha mesmo que aquela música foi para a Indie? Não sou burra. — Ela deu de ombros, como se soubesse de um segredo.

— Ele tem namorada. — sussurrei, tentando acabar com o assunto. — E mesmo que não tivesse, seria errado e nojento.

— No caso de a namorada ser a Indie, eu aprovaria a traição. — ela riu, e eu lhe dei um beliscão. — Mas por que seria nojento e errado? Vocês por acaso são irmãos?

— Não, mas ele é irmão do meu melhor amigo. — inventei rapidamente uma desculpa.

— Como se o Rocky se importasse. — Savannah apontou para o banco de trás, onde Rocky e Malia estavam ocupados competindo em algum jogo. — Se não houvesse a Indie, e o Ross não fosse tão maluco, com certeza haveria vocês dois.

— Nunca vai haver um "nós". — brinquei, piscando para ela, que logo se levantou e foi até Riker, me deixando sozinha.

A chuva começou a bater nas janelas, e um vento forte se instalou pela estrada. O ônibus balançava violentamente enquanto as rajadas zuniam do lado de fora, como se quisessem arrancá-lo da estrada. Cada golpe do vento fazia as janelas vibrarem, e meu coração disparava.

Tentei me encolher no banco, focando na minha respiração, mas o pânico começou a se espalhar. Meu peito apertava de um jeito que parecia impossível respirar. Meus dedos tremiam, agarrados aos joelhos, na tentativa de encontrar algum controle.

Eu sabia que estava segura no ônibus, mas minha mente gritava o contrário. A visão começou a turvar, e os sons ao meu redor se tornaram distantes. Parecia que o chão desaparecia sob meus pés, mesmo eu estando sentada.

— Respira... respira... — murmurava para mim mesma, repetindo o conselho que tantas vezes ouvi, mas as palavras não faziam efeito.

Alguém pegou minhas mãos. Quando olhei para cima, vi Ross com os olhos arregalados, o rosto dividido entre preocupação e pavor.

— Vamos parar o ônibus. — ele disse, firme, enquanto todos o olhavam. — Tem um bar logo à frente. Não dá para continuar assim.

Assim que saí do ônibus, me senti como se meus pés fossem desabar. O vento e a chuva ainda caíam pesados, mas estar fora daquele ambiente fechado trouxe um pouco de alívio para o meu peito.

— Obrigada. — sussurrei, ainda recuperando o fôlego. Ele assentiu silenciosamente e entrou no bar.

 Ele assentiu silenciosamente e entrou no bar

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