Introdução:
Park Jimin, um jovem gentil que se muda para Nova York com grandes sonhos depois de se formar em biologia e fazer a diferença no mundo. A cidade, no entanto, o devora aos poucos, e ele se vê afundando em dificuldades financeiras. Em bus...
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A viagem de volta foi sufocante. O silêncio entre Jimin e Jungkook parecia engolir o espaço dentro do carro, e o som do motor rodando era a única coisa que impedia o ambiente de se tornar um vácuo total. Jimin estava imóvel, olhando pela janela, mas seus olhos não enxergavam as luzes da cidade. Sua mente estava longe, em um lugar onde a frustração e a culpa brigavam por espaço.
Se ao menos eu tivesse escutado meu instinto, ele pensava, a cada nova onda de sentimentos represados ameaçando transbordar. Sua vida estava de cabeça para baixo, tudo por causa de Jeon Jungkook. Ele se lembrava do primeiro dia, do aviso silencioso que seu sexto sentido havia dado, mas ele o ignorara, como um tolo. E se... Quantos "e se" haviam sido varridos para debaixo do tapete? Quantos caminhos diferentes ele poderia ter tomado? Um emprego diferente, uma vida longe daquele mundo sufocante e corrompido.
Mas agora, estava preso. Não havia escapatória. E o tapa que levara da mulher ainda ardia em sua pele, um lembrete amargo de onde ele estava e do preço que pagava por estar ali. O rosto de Jimin formigava, e ele mal precisava tocar a própria bochecha para saber que as marcas dos dedos dela estavam impressas na sua pele. Um presente amargo do inferno que fora aquele dia.
Jimin engoliu o choro que insistia em subir pela sua garganta. Seu nariz queimava, os olhos marejavam, mas ele se recusava a deixar uma lágrima sequer escapar. Ele não merece ver isso, Jimin repetia para si, como se estivesse falando com um inimigo invisível dentro de sua mente.
Finalmente, após uma eternidade em silêncio, o carro chegou à mansão de Jungkook. Jimin demorou para reagir, quase paralisado pelo cansaço emocional que pesava sobre seus ombros. Ele só conseguiu sair do carro depois que Jungkook o fez primeiro após o motorista abrir a porta do carro, como se a simples presença do chefe o fizesse se mover de forma automática. Eles entraram na casa, e Jimin se deixou levar pelos movimentos mecânicos. Retirou o sobretudo de Jungkook, o colocou sobre o cabideiro e as pastas sobre aparador, como já era esperado dele. O gesto era uma repetição exausta do que teria de fazer diariamente.
Sua mente ainda estava presa naquela montanha de "e se". Ele sabia que não poderia voltar atrás. Sua realidade era aquela, viver ao lado de um homem narcisista e cruel, carregando o peso de um dia após o outro. E agora, mais do que nunca, Jimin queria descansar. Mas o descanso parecia um luxo que ele nunca poderia alcançar.
Na vida de Jimin, até o descanso era uma tarefa árdua, como carregar pedras morro acima, sempre sendo esmagado pelo peso de seus próprios erros e escolhas.
Ele olhou para Jungkook, que parecia alheio a tudo, como se o dia tivesse sido apenas mais um dia comum para ele. E talvez fosse. Para Jimin, no entanto, era mais um pedaço de sua alma que se perdia naquele ambiente sufocante.
— Posso ir descansar agora? — Jimin perguntou, sua voz quase um sussurro, carregada de cansaço.
Mas, em vez de lhe dar permissão, Jungkook negou com um leve balançar de cabeça, seus olhos frios cravados em Jimin.
