Poemas de Emily dickinson

Carta para Susan maio de 1852.

Quarta-feira.

Preciosa Sue, Preciosa Mattie!
Tudo o que desejo nesta vida, tudo o que rezo ou espero nessa longa vida que está por vir!
A querida Mattie acabou de me deixar, e eu fico exatamente onde estávamos, sorrindo e conversando agora há pouco.
Nossas últimas palavras foram sobre você, e como dissemos Querida Susie, o sol ficou tão quente, e folhas aprisionadas apareceram, e os Tordos responderam a Susie, e as grandes colinas deixaram seu trabalho, e ecoaram Susie, e dos campos sorridentes, e dos prados perfumados vieram tropas de fadas Susies e perguntaram "Essa sou eu"? Não, pequenina, “o olho não viu, nem o ouvido ouviu, nem o coração pode conceber”, minha Susie, a quem amo.
Estes dias do céu aproximam você cada vez mais, e cada pássaro que canta, e cada botão que floresce, apenas me lembra mais daquele jardim invisível, aguardando a mão que o cultiva. Querida Susie, quando você vier, quantas flores sem limites entre aqueles canteiros silenciosos! Como conto os dias - como anseio pelo tempo em que poderei contar as horas sem incorrer na acusação de insanidade feminina! Inventei o latim - Susie, pois não conseguia imaginar como isso aconteceu, segundo Stoddard e Andrew!

Quero lhe enviar alegria, estou pensando em colocar um desses queridos Tordos e mandá-los cantar para você. Eu sei que sim, Susie, se eu achasse que eles viveriam para chegar lá e cantar suas musiquinhas.
Manterei tudo cantando até que a Querida Criança chegue em casa e não deixarei nada florescer até então - também.
Agora tenho que ir ao jardim e regar uma Coroa Imperial por ter a pretensão de mantê-la de cabeça erguida, até que você volte para casa, então, adeus, Susie, pensarei em você ao pôr do sol e ao nascer do sol novamente; e ao meio-dia, e pela manhã, e à tarde, e sempre, e sempre, até que este pequeno coração pare de bater e fique quieto. Emilie.