Wooyoung largou o garfo quando sua irmã entrou na sala de jantar. Preocupou-se ao não vê-la na mesa, mas não se atreveu a ir procurá-la em seu quarto. Em seu atual estado de espírito, não lidaria muito bem com a ausência dela.
– Desculpe-me pelo atraso – disse ela, tirando o blazer branco. Acomodou-se na cadeira com elegância, arrumando o vestido e a si mesma com graça – Acabei ficando presa no trabalho.
O que era aquela energia que exalava?, perguntou-se ele.
– Um dos nossos teve um encontro nada fortuito com Inquisidores e precisou passar por uma pequena cirurgia.
Ela estava diferente. Sua irmã não parecia recentida como da última vez em que jantaram juntos.
– Esse cordeiro parece delicioso – murmurou ela, quando a empregada lhe serviu o prato.
– Você ficou sabendo da novidade? – Perguntou.
Ela hesitou.
– Sobre o anúncio de Jimin a Irmandade? Sim, tomei conhecimento disso.
– Como você se sente em relação a isso?
Ela não queria conversar sobre aquilo. Mas sentia vontade de contar ao irmão que se arrependia por ter se iludido com um futuro incerto; que nunca fora enganada como ele fazia parecer; e que embora o desfecho da sua relação com Jimin ainda a magoasse, ela também se sentia liberada, e, finalmente, ouvida.
E que apesar de querer protegê-la, não existia realmente necessidade para aquilo.
– Wooyoung, por favor. Vamos deixar esse assunto para outro momento – afinal de contas, Jimin havia dito a ela que tomaria uma companheira. E ela havia... precisava aceitar isso. – Talvez possamos conversar sobre o seu trabalho na Irmandade.
– Não, não podemos. Sei que ainda está sofrendo. Isso é suficiente.
Ele colocou o guardanapo sobre a mesa e se levantou. Sua cólera era tão intensa, que, curiosamente, tinha-o deixado anestesiado.
– Wooyoung, por que está indo embora?
– Como pode ver, já terminei de jantar. Desejo-lhe um bom descanso, irmã.
Ela o segurou pela mão.
– Por que não fica?
– Tenho trabalho a fazer.
– Mas você não foi convocado para nenhuma missão hoje?
Ele arqueou uma sobrancelha.
– E como você poderia saber disso?
– Você não estaria em casa nesse horário – sussurrou ela.
– Sinto em lhe informar que ainda assim tenho um assunto urgente para resolver.
– Certamente poderá esperar – disse ela, com olhos suplicantes.
– Não. Não mais.
Wooyoung se dirigiu ao vestíbulo, sentindo-se orgulhoso de ter controlado sua ira.
Reuniu coragem, pegou seu carro e saiu de casa em alta velocidade.
Quando chegou ao seu destino, sentiu um calafrio. Algumas regiões do centro da cidade eram inquietantes. Verdadeiramente inquietantes.
O beco que tinha escolhido ficava justamente ao lado do Silent Night. Soubera, por intermédio de alguns lupinos civis que sua irmã havia tratado, que os membros da Irmandade frequentavam aquele lugar. Ao examinar a multidão humana que tentava entrar, compreendeu a razão. Era uma manada agressiva que recendia a luxúria. Depravação.
![](https://img.wattpad.com/cover/373818851-288-k925868.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Moonless Night - WinRina
FanfictionSeul, um lugar culturalmente fervilhante, perfeito para esconder segredos, como a sórdida guerra que acontece entre lupinos e seus carrascos nas sombras da noite. Yu Jimin, a líder da raça é a lupina de sangue mais puro dentre os que povoam a terra...