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Jimin não tinha o menor interesse em sair da cama naquela manhã. Seu braço estava ao redor da cintura de sua companheira e a cabeça dela apoiada em seu pescoço. Não iria a parte alguma a menos que alguém estivesse morrendo.

Ela tirou alguns fios de cabelo do rosto de Minjeong. Quando a beijou, ela se mexeu.

– Desculpe se acordei você – disse ela, acariciando-lhe a face – mas pode voltar a dormir.

Minjeong balançou a cabeça, roçando-lhe a palma da mão com os lábios.

– Quero aproveitar esse tempo para conversar um pouco com você.

Jimin franziu o cenho ante o tom dela.

– Você está bem?

– Sim, estou, claro. Estou feliz que tenha perguntado.

– Hum... Então sobre o que gostaria de conversar? – Será que havia acontecido algo importante durante sua ausência? Provavelmente não. – Sei que você foi conhecer a residência onde seu pai morava. Teve algum problema em relação a isso? Ningning não me reportou nada.

– Ah, é. Realmente. Mas correu tudo bem por lá.

– Minjeong, o que está acontecendo?

Quando um medo genuíno tomou conta do seu peito, a mente se afastou dela. E se...

– Nada. De verdade... Bem, você demorou a chegar ontem, por isso fiquei meio preocupada que não estivesse bem.

Ah, bom. Estava sendo paranoica. Mas isso era melhor do que ter razão.

– As coisas não saíram como o planejado ontem e... – Ela fez uma pausa. Talvez fosse melhor não entrar em muitos dstalhes sobre aquele assunto. – Eu não queria te deixar preocupada.

Minjeong desviou o olhar.

– Acho que isso é impossível...

Bom, lá estava ela, em estado de alerta, confusa com o que pensava e sentia, perguntando-se se sua companheira teria passado por alguma dificuldade durante sua ausência. E, nesse meio-tempo, veja só, ela estava se preocupando com sua segurança...

– Que maravilha – ela se ouviu dizer.

Minjeong a encarou, parecendo confusa.

– Olha só, esquece que eu falei isso. Você não precisa me contar nada, está tudo bem...

Não, não estava nada bem. Jimin precisava entender que não era a única a ter permissão para se preocupar; Minjeong também sentiria isso independente do que falasse.

Embora fosse tremendamente estranho ter alguém se preocupando com ela daquela forma mais intima.

– Na verdade, posso compartilhar algumas coisas com você. – Ela disse acariciando-lhe as costas. – Como minha companheira precisa estar ciente do meu trabalho com a Irmandade.

O alívio evidente vindo de Minjeong foi como um golpe.

– Eu entendo que como líder você tenha obrigações com as quais arcar. Mas ontem quando chegou... ver você daquela forma foi um pouco inesperado pra mim.

Jimin respirou fundo, odiando-se por deixá-la assim.

– Não era minha intenção voltar para casa daquela forma, mas cruzamos com alguns Inquisidores e as coisas saíram rapidamente de controle.

– Eu pensei que isso acontecesse com certa frequência durante as incursões.

– Sim, acontece – ela se viu olhando para o teto, pensativa. – Mas ontem senti como se tivéssemos sido atraídos para uma espécie de emboscada. Como se aqueles Inquisidores soubessem onde nos encontrar.

Moonless Night - WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora