Reencontros inesperados

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Harry's pov 

Deixei um leve beijo na sua testa e apressei-me a sair do quarto, estava na altura de voltar ao trabalho e apesar da ideia de a deixar sozinha não me agradar totalmente, eu sabia que ela não suportaria a ideia de ter seguranças ao seu redor, ela sentiria-se constantemente incomodada. 

Entrei dentro do meu carro e conduzi até à empresa, era a primeira vez em cerca de 2 meses que iria pisar aquele chão. Desta vez não teria qualquer ajuda da ceita e teria de me virar sozinho, eu prometera isso à Selena e não podia arriscar agora que ela estava grávida. Apertei o volante relembrando-me desse pequeno grande pormenor e respirei fundo, tudo ainda era muito complicado para mim, a realidade era que eu não queria ser pai de todo e o pequeno pormenor do seu aborto deixava-me ainda mais alertado e se acontecesse o mesmo?  

- Foda-se. - murmurei. 

Coloquei o meu pé no acelerador e fiz uma ultrapassagem, passei o sinal amarelo e revirei os olhos quando ouvi a buzina de um carro, exerci ainda mais força no meu pé e cantarolei a música que passava na rádio. Estava nervoso, eu não estava por dentro dos assuntos da empresa e honestamente não me apetecia passar o dia dentro de um escritório ou em reuniões.

Estacionei o carro no meu lugar e mandei a chave ao porteiro sem me preocupar em saudá-lo, caminhei apressadamente até ao elevador e cliquei no botão correspondente ao piso do meu escritório. Encostei-me descontraidamente a uma das paredes metálica enquanto o elevador se ia enchendo e podia ouvir alguns suspiros e coscuvilhices ficando a par de todos os novos relacionamentos dentro da empresa, apesar de não conhecer a maioria daquelas pessoas. 

Assim que as portas se abriram sai daquele pequeno espaço e respirei fundo podendo finalmente respirar um ar menos carregado, caminhei calmamente até ao fundo do corredor e inseri a chave na ranhura abrindo a porta do meu escritório. A porta abriu-se deixando à vista aquele belo lugar e a claridade invadiu o meu olhar que se encontrava mais escuro do que o normal. 

Tudo parecia igual, mas no fundo eu sabia que nada estava igual. Todos os acontecimentos anteriores mudaram o rumo da minha vida e consequentemente da empresa, tudo parecia prestes a cair, mas a verdade é que eu orgulhava-me pelo facto de finalmente ter casado com a pessoa que realmente amava e era ela que me fazia aguentar tudo, era ela que me impedia de desistir e a ideia de a perder fazia-me ficar com o coração nas mãos, já havíamos passado demasiado tempo afastados e eu estava decidido a fazer as coisas resultarem desta vez, afinal o nosso compromisso era agora diferente. 

- Harry. - ouvi uma voz familiar. 

Dei meia volta sobre as minhas botas e encarei aquele rosto, mordi o lábio e encostei-me à minha secretária cruzando os meus braços e encarando o rapaz com um ar chateado. Inclinei a minha cabeça esperando que o rapaz falasse, mas o silêncio predominava na sala e ele não parecia capaz de iniciar a conversa.

- Niall. - disse - O que queres?

- Só te quero pedir desculpa. - o rapaz afirmou - Era só isso. 

- E vens implorar pelo teu trabalho. - conclui - Deixa-me adivinhar, eles deram-te um pontapé no rabo assim que souberam que andas a foder a minha irmã que era a minha noiva e tu precisas de emprego para tratares da tua mãe. 

- Eu percebo. - disse duro - Eu vou-me embora.

- Só não me desiludas outra vez. - caminhei até ao rapaz - Apesar de tudo eu não gosto de ser traído e eu preciso de ti, eu quero vingança. 

- Não, Harry. - respirou fundo - Tu sabes que isso é impossível. 

- Não, não é. 

Selena's pov

Espreguicei-me reparando que Harry já não se encontrava ao meu lado e respirei fundo, levantei-me ouvindo a campainha  ecoar pela casa e gritei " Já vai". Enfrentei o meu aspeto ao espelho e vesti uns calções rapidamente, desci as escadas o mais rápido possível e caminhei apressadamente até à porta abrindo-a sem verificar quem era.

- Que raio. - murmurei. 

- Selena. - ouvi. 

Engoli em seco podendo sentir as minhas bochechas a ficarem vermelhas e sentindo a raiva percorrer o meu corpo, abanei a cabeça pensando em fechar a porta, mas algo no seu olhar fez-me recuar na decisão. Afastei-me ligeiramente permitindo a sua entrada e engoli em seco sentindo náuseas fortes, as lágrimas teimavam a assombrar os meus olhos e o meu coração disparou. 

- O que foi? - perguntei rude. 

- Vim em paz, Selena. - afirmou. 

- Tenho as minhas dúvidas. - cruzei os braços - Como sabes onde vivo? 

- Não é difícil descobrir onde vive o teu marido. - olhou em volta - Vejo que estás bem na vida. 

- Melhor do que nunca. - ironizei a situação. 

- Vim para pedir desculpa, Selena. - admitiu - Eu sei que pensas que sou uma pessoa horrível e a verdade é que sou mesmo. Sou nojenta e magoei a nossa família, mas quero avisar-te de uma coisa. 

- Não me parece que queira os teus conselhos tia. - respirei fundo - Ou devo dizer a amante do meu pai. 

- Há pessoas que te querem muito mal. - afirmou - O mundo está cheio de pessoas más, o mundo é negro. 

- Tu ensinaste-me isso, agora importaste de sair da minha casa e de não voltar? - encolhi os ombros - Eu não preciso de ser avisada, eu sei que o mundo é um lugar horrível e sei o que é sofrer. 

- Apenas tem cuidado contigo e com o teu bebé. - afirmou. 

- Como é que sabes? - perguntei. 

- Já se nota. - caminhou até à entrada - Eles também já devem saber. 

Ela afastou-se da minha casa deixando-me sozinha em casa com um milhar de perguntas a fervilhar na minha mente. Apresei-me a fechar a porta e deixei o meu corpo escorregar pela mesma, encolhi-me deixando o meu rosto descansar nos meus joelhos e senti as quentes lágrimas a escorrer pelo meu rosto, elas pareciam queimar-me e sentia o sabor de sangue na minha boca, aquela conversa mexeu demasiado comigo e eu não gostava disso. Apesar de não querer acreditar numa sequer palavra daquela mulher, no fundo eu conseguia perceber que era a realidade, o instinto era maior do que as provas e isso abalava-me deixando-me desesperada. O que mais me poderia acontecer? A minha família estava morta, já fora violada, raptada, espancada e já perdera um bebé, o que mais poderiam fazer comigo? 

Soltei um grito em desespero e bati com as mãos no chão, eu sabia que não me podia irritar, mas estava alterada. Levantei-me caminhando pela casa e atirei algumas jarras ao chão, bati com meus punhos na parede e voltei a encarar-me ao espelho podendo sentir de novo náuseas, encolhi-me novamente arrastando-me, literalmente, até à casa de banho e vomitei uma vez mais, aquilo já se tornara um hábito ultimamente. Estava realmente a desesperar com as palavras daquela mulher, mas ela sempre tivera o poder de me retirar do sério, apesar dos nossos poucos confrontos, bastava-me pensar nela e em tudo que ela fizera à minha família. 

Hey, quero informar-vos que não sei que durante os próximos tempos conseguirei postar frequentemente. A minha vida está virada ao contrário e sinto-me emocionalmente perturbada e não sei o que fazer com muitos dos problemas que estão a surgir. Mas vou tentar concentrar todas as emoções nesta história e não vos quero deixar mal. Já sei a nota dos meus exames!!!! Tive 14 no de geografia e no de matemática tive 15!!! Honestamente não sei como, mas não me queixo nada, até fico feliz, mas não deixo de me sentir perdida em tudo isto. Espero que tenham gostado e quero agradecer pela preocupação que mostram por mim, OBRIGADA!!!! Fiquem bem xx 

Good for you - livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora