first kiss

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 A minha confiança estava abalada e a cada dia que passava sentia-me cada vez mais perdida e com a grande vontade de fugir daquele lugar para poder recuperar os meus filhos que estavam a crescer sem uma mãe, sem um pai e uma família que lhes pudessem dar amor incondicional. Engoli o comprimido que me havia sido dado e olhei pela janela podendo observar a realidade fora daquele lugar onde cada vez me sentia menos segura.

Não poder comentar com ninguém a realidade matava-me. eu queria que todos soubessem que não tinha motivos reais para estar descontrolada, que se estava descontrolada tinha sido por ter caído numa cilada do meu próprio marido no qual devia fingir acreditar. E porque havia de acreditar em tudo o que Perrie dissera? Eu não sabia porque, mas sentia essa enorme necessidade, pois a mesma alimentava-me fazendo-me acreditar que um dia poderia embalar os meus gémeos e cantar-lhes músicas à noite.

- Selena. - ouvi uma voz familiar.

Rodei lentamente o meu corpo amolecido pelos calmantes e tentei ao máximo concentrar-me na figura que se encontrava à minha frente, soltei um longo suspiro apercebendo-me de que se tratava de Derek que também me deveria estar a mentir e levantei-me caminhando até ao mesmo que envolveu o meu corpo nos seus grandes braços. Fechei os olhos tentando impedir que lágrimas fossem derramadas e senti a sua respiração junto do seu ouvido fazendo com que cada pelo do meu corpo ficasse arrepiado.

- Custa-me tanto ver-te aqui.... - sussurrou.

- E porque raio estou aqui? - perguntei baixinho.

- Porque.... - respirou fundo - Um dia vais perceber.

- Eu sei Derek. - afirmei.

- Sabes o que? - o rapaz perguntou confuso.

A realidade é que eu não sabia se poderia confiar no rapaz, mas eu precisava desesperadamente de dizer aquilo a alguém, porque caso não o fizesse iria rebentar. Eu precisava que ele me confirmasse aquilo e me dissesse alguma coisa para justificar, pois a visita de Perrie e o encontro com Louis deixaram-me com demasiadas perguntas. Encostei a minha boca junto do seu ouvido e disse baixinho:

- Eu sei que os meus gémeos estão vivos, Derek.

Um suspiro saiu dos lábios do rapaz e eu pude perceber o quão constrangido o mesmo ficou, então era realmente verdade e as pessoas sabiam muito mais do que aquilo que me estavam a dizer. Levei a minha mão à boca tentando abafar o meu choro e o rapaz encostou-me ao seu peito, as emoções descontroladas estavam a matar-me e eu já não sabia o que dizer e em quem confiar.

- Vamos para o jardim. - o rapaz disse.

- Não posso, não tenho autorização. - disse.

- Eu pedi à tua médica. - Derek afirmou.

- Obrigado. - sorri.

Caminhei calmamente ao lado do rapaz que envergava a sua típica expressão séria e fechei os olhos assim que a claridade embateu o meu rosto, era bom poder sentir de novo a luz do dia e a brisa no meu corpo. O rapaz colocou o seu braço sobre os meus ombros e o meu olhar desviou-se imediatamente para o seu fazendo com que um sorriso fosse esboçado pela sua parte fazendo-me abanar a cabeça diversas vezes.

- Eu não vou tirar o braço, Gomez. - sorriu - Nem que implores.

- Eu não vou fugir, Hale. - cruzei os braços - E sou casada!

- Tu falaste-me em divórcio. - ergui a sobrancelha - Não me olhes assim sua idiota.

- Porque voltaste a visitar-me? - questionei-o.

- Gostei da última vez que estivemos juntos. - o rapaz sentou-se num banco e bateu com a mão no espaço ao seu lado para que eu fizesse o mesmo - Então, como é que tens estado?

- O Harry sabe que estás aqui? Ele deixa-te visitar-me? - perguntei rapidamente.

- Não e porque haveria de ser ele a deixar-me? - franziu a testa - Desde que possas ter visitas eu venho visitar-te, ele não manda em mim.

- Ele não deixa a Perrie vir cá. - constatei.

- É para o teu bem, Sel.

- Ele não me podia ter feito isto, Derek. - mordi o lábio - Eu estou a começar a odiá-lo e eu amei-o durante anos! Eu sou casada com ele, eu não posso simplesmente odiá-lo porque por uma razão desconhecida ele me prendeu aqui! Os meus bebés estão sei lá onde e eu estou aqui a sofrer, passei dias a acreditar que eles estavam mortos! - levei as mãos à cabeça - Eu podia ajudar, mas aqui não posso fazer nada. O que raio é que ele teme tanto que me aconteça que seja mais importante do que eu ter os meus filhos.

Derek encarou o meu rosto sem deixar passar qualquer emoção e eu senti as lágrimas formarem um grande oceano nos meus olhos. Abanei a cabeça tentando afastar aquele malditos pensamentos e quando menos estava à espera senti os seus lábios contra os meus deixando-me totalmente sem reação. As suas mãos colidiram suavemente contra a minha cintura e puxaram-me para mais perto dele fazendo com que o nosso beijo fosse aprofundado e a sua língua explorasse o meu território.

- Estava desejoso de fazer isto à dias... - Derek sussurrou esboçando um pequeno sorriso.

O meu olhar perdeu-se no mar azul que eram os seus olhos e pude observá-lo mais atentamente do que nunca, soltei um breve sorriso e dessa vez, por opção própria, aproximei-me do rapaz colando os nossos lábios num beijo mais profundo que libertou a adrenalina escondida em mim, aquela que me havia sido roubada. Aquele beijo trouxe-me há realidade mostrando-me que tinha de tomar outra atitude.

- Eu vou tirar-te daqui. - Derek afirmou.

- Como? - perguntei.

- Eu não sei, mas vou arranjar uma maneira e tu vais recuperar os teus bebés. - ele sorriu - Eu prometo.

- Derek?

- Sim?


Good for you - livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora