Elo Sombrio - JJK + PJM.

• 19 | Aquele em que voltamos ao passado;

#EloSombrio

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—  Park Jimin  —

Século XIV, Avalon.

Em montanhas cobertas por árvores marrons e verdes, no outono do Norte, existiam povos que lutavam pelos seus como se fossem um só. Em séculos mais antigos do que este em que estou, aqui residiam mais do que dois clãs, no entanto, foram dizimados.

Guerras acontecem o tempo todo, desde que cheguei a este mundo. Magnus e Athilus disputando por território e alimento todos os dias, ambos os clãs tentando apenas sobreviver, durões demais para chegar em um acordo de paz.

Fui ensinado a lutar pelos nossos, sem piedade. Entretanto, não consiguis ver o outro clã, no qual dividimos a região, como inimigos. Não quando lá existia um garoto de olhos redondos e cabelos castanhos que voavam ao vento sempre quando está fazendo alguma atividade para ajudar os mais velhos, sempre gentil, Magnus mais novo.

Fazem dois invernos desde que meus olhos se encontraram com os dele e não quiseram mais parar de observá-lo. É difícil saber o motivo dessas sensações, por isso guardei este segredo para mim. Ninguém poderia saber que meus olhos gostam de observar o garoto do clã rival.

Nós nos falamos certa vez, quando, por coincidência, fomos enviados para a floresta para pegar lenha. Ele perguntou meu nome e eu quase não consegui responder, talvez pelo medo de ser pego falando com um Magnus. No entanto, eu disse meu nome.

— K-Kallen. Kallen Athilus... e o seu?

— Eu sou Kian Magnus, ruivinho. Sabe, eu não gosto dos Athilus, mas posso abrir uma exceção para você.

Foi então que eu senti a coisa mais estranha em todos os meus, naquela época, vinte anos de vida. Meu estômago começou a borbulhar e eu senti que estava perdendo todo o ar do meu corpo. Fiquei sem palavras, por isso, ele pegou o que precisava e se despediu.

— Vamos guardar este segredo. Até mais.

Jogando sua franja um pouco para o lado e com um sorriso pequeno nos lábios, ele acenou e despediu-se. Precisei de alguns minutos para me recompor, tentando entender o motivo de ficar tão abalado por causa de uma frase.

Mesmo sendo mais novo, ele era confiante, forte e másculo. Tinha um pouco de inveja dele. Quero dizer, eu sou mais velho e mal chegava na sua altura. Tenho um bom físico, mas também não chega perto do que ele possuia. Kian Magnus era explendido, e eu me sentia culpado por não conseguir odiá-lo, como minha família odiava.

A partir disso, Kian e eu passamos a nos encontrar quase todos os dias no mesmo lugar, com a desculpa de que era para pegar lenha. Ele puxava muito assunto e, no inicio, eu mal o respondia. Ele não desistiu de se aproximar de mim, no entanto.

Aos poucos, fui me soltando. Às vezes perdíamos a noção do tempo, afundados na atmosfera de conversas sinceras e risadas bobas que nos rodeava. Era bom ter um amigo da minha idade, com quem podia conversar.

Quando nos dávamos conta de que estávamos demorando demais, nos despedíamos, sempre com a promessa de retomar a conversa no dia seguinte. E então, ambos de volta para os seus clãs.