Noivado?

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| HOJE |

~ Bruna.

A noite já havia chegado e junto com ela os convidados da tal festa. Meu pai e alguns familiares, os familiares de Henrique também e vários amigos famosos do mesmo, do qual eu pouco me importava. Aquele ambiente saturado de pessoas que pouco se importavam com minha vida, apenas estavam ali por curiosidade em nosso relacionamento "bem oculto", como diziam. Também nos diziam que éramos muito discretos e pouco apareciamos, que deveriamos ter mais proximidade na mídia, sendo que eu ia em todos os shows na cidade, sempre marcando presença como "a esposa exemplar" e toda aquela cena que me dava ânsia.

— Parabéns minha menina! -meu pai se aproximou, me dando um abraço e entregando uma sacola.
— Obrigada. -sorri.
— Como estão as coisas? -certamente estava se referindo a mim e a Henrique, já que nos via pouco e quase não se fazia presente.
— Do mesmo jeito infeliz que você me colocou neste situação. -sorri falsamente.
— Bruna... -ele me repreendeu, olhando para os lados se certificando que ninguém ouvira.
— Não se preocupe, para todos somos um belo casal. -dei uma piscadela para o mesmo, que balançou a cabeça em negativo.- A prova disto é esta linda festa, fique a vontade. -apontei para o lado, o mesmo se retirando. Revirei os olhos.
— Oi amiga! -vi Larissa se aproximando, os braços abertos.
— Oi Lari. -sorri, abraçando a mesma.- Não acredito que veio.
— Foi uma longa viagem, mas vim. -eu ri da mesma.
— Quanto tempo que não nos vemos?
— Quase 3 meses, amiga.
— Mas também, não sei porque você foi pra tão longe.
— Trabalho. -ela deu de ombros.- Me conta como estão as coisas.
— Difíceis. -encolhi os ombros.- Minha amiga não ta aqui pra eu desabafar e contar tudo o que me acontece. -fiz beicinho.
— Ah amiga... -ela me abraçou novamente.- Prometo tirar uns dias de férias.
— Na minha casa. -ela se afastou, sorrindo.
— Prometo.
— Olha só quem veio! -Henrique pronunciou, se aproximando. Olhamos para o mesmo, que parou ao meu lado colocando o braço sobre meu ombro.
— Oi Henrique, como vai? -Larissa o cumprimentou, sorrindo. A mesma sabia parcialmente da vida que levávamos, mas nem tudo.
— Vou bem e você? Porque sumiu?
— Trabalhando em Rio de Janeiro, a vida anda corrida por la.
— Isso é bom. -eu olhava fixo para Larissa, evitando o olhar de Henrique, que nesta altura estava sarcástico com esta mão sobre mim.- Depois venha nos visitar.
— Vou combinar com a Bru. -ela sorriu para mim, sentindo o desconforto no ar.
— Isso mesmo. Vai ser bom, né esposa? -ele me olhou, sorrindo, o encarei sem sorrir.
— Sim. -respondi entre os dentes e ele continuou com aquele sorriso idiota no rosto.
— Bom, fique a vontade. -ele deu um beijo em minha bochecha e saiu.
— Vocês estão bem? -Larissa perguntou baixinho, após o mesmo sair.
— Longa história. -revirei os olhos.

| 3 ANOS ANTES |

Hoje teria uma festa na casa de um amigo do meu pai, o mesmo fez questão que eu fosse na tal festa, disse que seria algo intimo e bom para eu sair de casa para conhecer pessoas, não concordei muito mas teria que ir, afinal, o mesmo não me deixaria sossegada.

Chegamos em frente uma mansão, de fato bem bonita para aquele lugar, uma coisa mais reservada. Meu pai não citou quem era, então apenas conclui que deveria ser de algum amigo rico do mesmo, coisas de negócios. Ao entrarmos no lugar, dois seguranças estavam na porta identificando os nomes, era algo grande. Logo ao passarmos pelas portas, um casal se aproximou, o homem sorrindo ao ver meu pai.

— Carlos! Que prazer! -ele o abraçou brevemente.
— Muito obrigado pelo convite, eu não perderia. Boa noite Srta. Tavares. cumprimentou a mulher ao lado.
— Ah sem muita formalidade, apenas Maria. -ela sorriu, olhando para mim.- Que linda sua filha.
— Ah, ela é mesmo. Esta é Bruna, minha herdeira. -ele disse com orgulho, sorrindo.
— Prazer conhecê-los. -sorri, a mulher me abraçou calorosamente.
— O prazer é nosso, fique a vontade. -ela sorriu.
— A casa é sua, assim como seu pai é bem vindo você é mais ainda. -o moço sorriu, estendendo a mão.- Edson, pai do Henrique. -franzi a testa um pouco confusa, mas apertei sua mão.
— Ah, ela ainda não sabe sobre a conversa. -meu pai me olhou brevemente, um pouco nervoso.- Vamos acertar as pontas que faltam e logo menos contamos a mesma. -observava os dois atenta.
— Vem, entrem! -Maria cortou o gelo, nos chamando para entrar.
Caminhei atrás dos dois, que ja trocavam algumas palavras bem empolgados, não conseguia escutar do que se tratava. Maria caminhou ao meu lado mas a um certo ponto se afastou, indo fazer algo. Os dois se sentaram em um sofá e eu me afastei, indo para o outro lado do ambiente, que estava um pouco cheio.

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