O casamento

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| 3 ANOS ATRÁS |

Tudo foi organizado rapidamente, sem me dar chances de pensar. Meu pai prometeu que nada disso sera verdade e cá estou eu, encarando o espelho vestida exatamente de noiva.

 Meu pai prometeu que nada disso sera verdade e cá estou eu, encarando o espelho vestida exatamente de noiva

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Eu havia escolhido um vestido simples, sem muito brilho ou qualquer coisa. Não era um dia especial para tanta alegria. Mas quando me encarei no espelho, não imaginava que ficaria tão bonita. Senti meus olhos marejarem, sentindo a falta da minha mãe em um dia que deveria ser de fato especial. Mas não era, seria o primeiro dia do maior inferno que eu viveria. Além de estar casando com alguém que eu não gosto, eu estaria dividindo uma vida com o mesmo no prazo de um ano, o que eu sei que certamente poderia durar até mais.

Escutei uma voz me chamando, alertando que minha entrada seria em breves minutos. Ajeitei meu vestido, respirei fundo e peguei meu buquê, dirigindo até a porta de saída. Meu pai me esperava na mesma, sorrindo.

— Te amo minha filha, você está linda. -seus olhos continham lágrimas.
— Também amo você, apesar de me fazer passar por isto tudo. -sussurrei para que ninguém ouvisse.

Nos guiaram a porta lateral, o casamento estava sendo feito em uma fazenda da familia de Henrique, na qual não foram muitas pessoas, apenas convidados íntimos, sem muito alarde. Passei pela porta de vidro ao som da marcha. Assim que parei no corredor que dava acesso ao altar, encontrei o olhar atento de Henrique que sorriu. Respirei fundo e fingi um sorriso também, caminhando em sua direção ao lado do meu pai.

Mais próximos ao altar, Henrique se aproximou e cumprimentou meu pai, fazendo toda aquela cena de casamento. Beijou minha testa e olhou no profundo dos meus olhos, dizendo que eu estava muito linda. Caminhamos até o altar onde começou a cerimônia, observei vez ou outras as pessoas que nos cercavam, Henrique grudava seus olhos em mim, parecia realmente radiante com todo aquele teatro, o que de fato não me convencia.

Quando o padre anunciou que poderiamos beijar, fiquei desconfortável em meio aquelas pessoas que mal eu conhecia, mas cedi quando Henrique tocou meu rosto e celou nossos lábios. Ok, de fato era gostoso seu beijo, mas não o senti por completo, tendo em vista que me afastei rapidamente ja que o teatro já havia sido feito.

Recebemos os parabéns de todos e fomos curtir a tal festa preparada para os novos pombinhos, a aliança dourada parecia brilhar e refletir em meus olhos me lembrando que a carregaria por um bom tempo. Meu estômago se embrulhava só de pensar. Decidi beber, eu precisava de uma dose de ânimo para aguentar não só aquela festa, mas aquele dia em si.

— Bru? -escutei sua voz se aproximando. Me virei para o encarar.- Vamos?
— Onde? -dei de ombros, bebendo mais um gole da bebida que estava em minha mão. Já nem sabia do que se tratava, tendo em vista que bebi várias durante toda a tarde.
— Tem um voo nos esperando, iremos para a lua de mel.
— Ah não fode. -eu ri, debochando. Henrique tomou o copo em minha mão.- Ei! -o adverti.
— É sério, seu pai pagou uma lua de mel e meu jatinho está esperando por nós. -revirei os olhos.
— Isso é demais!
— Concordo, mas temos que ir. -bufei.
— Ok, preciso tirar o vestido.
— Não temos tempo, lá você se troca, são apenas 2 horas de voo. -respirei fundo, o encarando.
— Tudo bem. -dei de ombros.

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