Proposta

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| HOJE |

~ Bruna.

O show dos meninos havia começado, eu me encontrava na lateral do palco junto com o restante do pessoal. Vez ou outra um garçom trazia drinks a todos, eu pegava sem pensar, era dia de aproveitar. Larissa estava bem ao meu lado, encantada com tudo aquilo, tendo em vista que ela conhecia a dupla antes de mim e gostava dos mesmos. Eu preferia nunca ter conhecido, talvez as coisas fossem até mais fáceis.

Em uma de suas musicas, Henrique se aproximou de onde estávamos e me puxou pela mão para quase o centro do palco. Eu fiquei sem reação, apenas sorri e acenei para o publico que gritava ao me ver. Ele sabia bem que eu não gostava desse aparição, mas ainda assim se agarrou ao meu corpo e começou a dançar enquanto cantava.

— O que você ta fazendo? -questionei. Ele parou de cantar e me olhou.
— Aproveitando o último dia casado. -ele me deu um selinho, o publico gritando novamente, e então, voltou a cantar.

Que droga! Eu deveria ter pedido este divorcio em casa em uma conversa comum, ou uma reunião com os advogados. Não hoje, em seu show, sabendo que tudo isto poderia acontecer e que eu teria que aceitar tendo em vista que estava em um local publico. Quando a musica acabou, o mesmo me soltou e eu voltei para a lateral do palco.

— Esse cara te ama, viu?! -Larissa comentou, sorrindo.
— Não viaja. -revirei os olhos e ela me encarou.
— Como assim? Vocês são casados a tanto tempo, vai dizer que ainda é emburrada com ele.
— Ah, você não sabe nem um pouco de tudo que vivo. -suspirei, pegando outro copo de bebida.- Isso é história pra outro dia. -tomei um gole da minha bebida, me recordando do quanto sofri sozinha.

| 3 ANOS ANTES |

Enjoos frequentes me atormentavam, não sabia o que poderia ser, mas estava incômodo. Hoje, em especifico, fui trabalhar mesmo tão indisposta, apenas para não ter que lidar com Henrique em casa.

Estava em uma reunião qualquer quando senti uma dor no pé da barriga, algo bem estranho. Aguentei um pouco, mesmo sendo forte. Em poucos minutos ela retornou e então senti um líquido descendo suavemente na minha calcinha.

— Eu preciso ir ao banheiro. -sussurrei para minha secretária.- Vai acompanhando por mim.
— Sim senhora. -ela assentiu.

Levantei discretamente, mesmo com tamanha dor caminhei para fora da sala. Me dirigi a minha sala pessoal e tranquei a porta, liberando um gemido de dor. Coloquei a mão na barriga, a mesma doía insistentemente, fincava muito. Consegui alcançar o banheiro, sentia vontade de vomitar mas não conseguia fazer tal ato. Então levantei o vestido e vi minhas pernas com um rastro de sangue descendo a coxa.

Me assustei, sentindo as lágrimas queimarem em meus olhos, sentei no vaso após tirar a calcinha e ali a dor aumentava a cada 3 minutos, era muito intensa. Eu não sabia o que estava acontecendo, eu não tinha relação sexual com ninguém, eu não cai, não me machuquei, como em um dia comum eu estaria sangrando pela vagina e morrendo de dor no pé da barriga? Mas eu não conseguia me levantar. Procurei pelo celular e lembrei que deixei na mesa de reunião.

Continuei sentindo dor, me agarrando a toalha que estava no banheiro e tampando a minha boca para que ninguém me escutasse. Eu sentia que algo queria sair, então deliberadamente fiz força, em meio as dores fortes. Se passaram longos minutos e eu não conseguia nem ao menos chamar por alguém, tendo em vista que tranquei a sala.

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