~ Henrique.
Acordei escutando um barulho vindo do quarto ao lado, o quarto de Bruna. Sai da cama na expectativa de vê-la, entrei no mesmo.
— Bom dia. -ela se assustou, virando rapidamente.
— Achei que não estivesse em casa.
— Mas estou. -percebi seu olhar em mim e notei que estava de cueca. Dei uma leve risada.- O que foi? Te incomoda? -comecei a dar passos em sua direção.
— Não. -ela tentou dizer firme, me olhando.
— Talvez seu namoradinho novo não seja tão bom assim.
— Ele não é meu namoradinho -ela me encarou, com raiva.- Mas pode ter certeza que ele é incrível. -ela sorriu.
— Vocês transaram, Bruna? -a encarei, sentindo meu nervo aparecer.
— Isso não é da sua conta. -ela se virou, mexendo na mala.
— Fala pra mim. -a puxei pelo braço, fazendo ela virar e parar no meu peito.- Você transou com ele? Você deixou ele te tocar?
— Ele só fez o que meu marido nunca fez. -sentia a raiva mais aparente.
— Mas você nunca foi minha mulher.
— Exatamente! -ela me encarava fixamente.
— Mas duvido ele ser tão bom quanto eu. -afirmei, colando minha boca na dela e a beijando.De uma coisa eu podia ter certeza, Bruna era linda e eu sempre quis repetir aquela noite da lua de mel, eu sempre quis tocar todo seu corpo de novo. Ja não o conhecia mais, apenas tinha breves lembranças. Senti seu joelho cedendo contra a cama, ela caindo na mesma e eu por cima, bem colado, meu pau duro dentro da cueca, deixando evidente para ela o quanto a queria.
— Sai! -ela pediu, um pouco fraca.
— Como você vai me negar, Bruna? Sempre me quis. -dei um beijo em seu pescoço, então notei um chupão.- Você deu mesmo pra aquele infeliz em? Olha o tamanho disso. -me levantei, novamente irritado.- Você é minha, Bruna, não tem o direito. -ela se levantou, ajeitando a roupa.
— Nunca fui sua! -ela disse brava.- Eu to indo embora, Henrique. Pra bem longe da sua vida, eu não quero te ver, te sentir, te tocar, te... -ela se perdeu nas palavras.
— Me beijar?
— Não quero nada com você! Nunca mais! -ela colocou a mala de pe.- Te vejo novamente na reunião para assinar o divorcio.
— Isso é só seus sentimentos bagunçados, mas logo você volta pra mim.
— Eu nunca deveria ter nem entrado nessa merda.
— Eu também não gostaria, mas aqui estamos e podiamos tentar reverter tudo isso.
— Depois de tudo o que eu passei com você? Agora que você me quer na sua vida? -ela riu sarcástica.- Agora não da mais Henrique.
— Larga aquele idiota.
— Eu não tenho ninguém, porra! -ela se irritou.- Foi você quem escolheu me trair, foi você que me deixou sozinha, que deixou seu filho, que me abandonou por conta de outras! -vi uma lagrima descer de seu rosto.- Você nunca me olhou como sua mulher, apenas levou a sério essa porra de contrato.
— E porque você também nunca facilitou as coisas dizendo que me queria? -ela riu, enxugando a lágrima que caiu.
— Quem disse que eu te queria?
— Ta estampado na sua cara e em todas as suas falas, eu sei que você me quer.
— Ricelly, um dia eu realmente te quis, mas foi a bastante tempo atrás. Meu arrependimento foi de não ter me permitido viver enquanto tava presa a você, já que você fazia o mesmo, eu deveria ter curtido nas noites de Palmas que talvez seria mais leve tudo isso. Ou, quem sabe ser uma piranha com você igual as outras da rua ne?! Talvez você me enxergasse.
— Você é muito mais que isso Bruna.
— Eu sei, estou me redescobrindo. -ela sorriu, dando de ombros.
— Chega me subir um odio de saber que outro te toca.
— Porque? Você me ama por acaso? -engoli em seco.- Ama? -ela me encarava e eu mal conseguia me mover, tenso.- Eu sei que não, então não entendo o ciumes. -suspirei.
— Desculpa. -sussurrei.
— Sai da minha frente. -ela foi ríspida, puxando uma mala.- Vou pedir pra buscarem o resto, adeus Ricelly, foi um desprazer conviver com você.
— Não fala isso. -pedi, baixo.
— Não me venha com arrependimento, até o divorcio. -ela disse por fim e saiu, sem olhar para trás.Escutei a porta da frente fechando e continuei ali, na esperança que ela voltasse. Talvez fiquei uns 20, 40min ali, naquela posição, mas me toquei que ela foi firme na sua decisão. Henrique, o que te aconteceu? O que esse divorcio ta te causando?
Fui interrompido pelo meu celular tocando, me tirando do transe de pensamentos. Era Larissa.
— Oi Lari.
— Oi garo, porque sumiu?
— Minha vida ta uma bagunça.
— Vem pra ca, a gente conversa e mata aquela saudade. -ri pelo nariz, um pouco desanimado.
— Chego em breve. -finalizei a chamada.~ Bruna.
Cheguei quase na hora do almoço no serviço, estava um pouco cansada de tudo que estava passando, a cabeça a mil. Entrei em meu escritório e tinha um buquê bem vermelho, chamativo, dei um sorriso instantâneo ao ja saber de quem era. Dei um cheiro no mesmo, pegando o pequeno bilhete que estava no meio das rosas.
"Foi uma noite incrivel, gostaria que jantasse comigo hoje ás 8:00pm.
Bj, Rafael"Sorria feito boba para o papel em mãos quando minha secretária entrou na sala.
— Bom dia Srta. Bruna, chegou mais um. -ela sorriu envergonhada, carregava outro buquê em mãos. Este era menor, mas ainda assim era bonito.
— Outro? -me aproximei dela.- De quem?
— Não sei, o porteiro disse que deixaram lá embaixo. -peguei o bilhete primeiro."Eu espero que você possa me perdoar um dia, você é incrível Bru.
Com carinho, Ricelly"— Joga fora! -coloquei novamente o bilhete em cima do buquê, dando as costas, me sentindo nervosa.
— Tudo bem. -ela disse.
— Traga as pendências de hoje, pretendo ficar até depois do horário.
— Sim senhora. -ela se retirou da sala.Me joguei contra a cadeira, bufando. Coloquei o buquê que Rafael havia me dado em cima da mesa e fiquei o encarando, ou ele me encarando, não sei. Rafael era uma boa pessoa, estava me ajudando a reconstruir e reencontrar tudo que eu havia perdido. O tempo que fiquei com Henrique me esqueci de tudo de bom que eu tinha, me esqueci até mesmo de sorrir e levar a vida tranquila. Talvez porque sempre acreditei que podiamos ter algo bom, que podiamos reverter aquele simples papel de "contrato" para algo oficial, para um verdadeiro casamento.
Me enganei! Como me enganei. Isso me deixava frágil e eu ja sentia as lágrimas querendo descer pelo meu rosto. Coloquei expectativas demais em alguem que nunca se quer teve um sentimento por mim, nem carinho. Somente em frente as câmeras, era ali que Henrique era um marido que qualquer mulher invejaria, mas ali não era real. Talvez por o ver assim eu as vezes chegava a acreditar que o mesmo iria me amar, que aquela noite as coisas mudariam, que quando as câmeras se desligassem ele manteria a sua postura.
Mas isso de fato nunca aconteceu, eu sempre fiquei mais e mais sozinha. Henrique não me merecia, não merecia meu perdão e eu estava certa do divorcio, era o divisor de águas em nossas vidas. Chega de toda essa confusão dentro de mim, a partir de hoje surgiria uma nova Bruna. Pois nunca é tarde para recomeçar!
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Amor oculto
FanfictionHenrique conhece Bruna em uma batida de trânsito, eles logo não se dão bem. Em uma festa se trombam novamente e Henrique acaba agarrando a mesma, deixando-a mais frustada. Em uma conversa inusita entre seus pais, eles são forçados a se casarem e lev...