capítulo 5

1.7K 211 202
                                    

Algumas semanas se passaram, e Jacob mal conseguia dormir. Sua mente estava sempre agitada, o coração acelerando a cada notificação no celular. Ele se pegava constantemente checando o aparelho, ansiando por uma nova mensagem do stalker. Mas nada. O silêncio do outro lado era ensurdecedor, e a ausência de qualquer contato começava a corroer seus pensamentos.

—Por que ele não manda nada? -murmurou para si mesmo, sentindo uma frustração inexplicável crescer dentro de si. O stalker parecia ocupado com qualquer outra coisa, menos com ele, e essa indiferença inesperada o perturbava mais do que gostaria de admitir.

A cada hora que passava, a frustração de Jacob crescia. Ele tentava se convencer de que não se importava, que aquilo não o afetava, mas era uma mentira que nem ele conseguia acreditar. Tinha passado os dias distraído, mexendo no celular a cada poucos minutos, esperando... esperando por algo que nunca vinha.

Sentado na cama, o celular repousava ao seu lado, a tela apagada. Ele olhou para o aparelho com uma mistura de raiva e desespero. O stalker havia se tornado parte de sua vida, um fio constante de excitação e tensão, e agora, com aquele silêncio repentino, tudo parecia errado.

—Cadê você? - sussurrou, sentindo uma inquietação pulsar em suas veias. A ausência de qualquer mensagem era quase uma tortura. O vazio deixado pelo stalker era inesperadamente sufocante, como se cada minuto sem contato tirasse o ar de seus pulmões. Ele balançou a cabeça, passando as mãos pelos cabelos, tentando espantar aquela sensação.

Mas era inútil. Por mais que tentasse, não conseguia afastar o pensamento de que, por algum motivo, ele não era mais o centro da atenção obsessiva do stalker. E isso o irritava profundamente.

—Será que já me esqueceu? - Pensou com amargura, pegando o celular mais uma vez, a tela permanecendo teimosamente vazia. Ele bufou, jogando o aparelho de volta na cama. Cada minuto sem uma mensagem o fazia questionar mais sua própria sanidade, e o pior de tudo era a percepção crescente de que ele sentia falta... de sentir-se desejado.

Jacob passou as mãos pelo rosto, tentando esfregar o cansaço dos olhos, mas, ao fazer isso, sentiu algo quente e úmido escorrer por sua pele. Uma única lágrima havia escapado, deslizando lentamente por sua bochecha. O peito dele se apertou, e ele logo tratou de enxugá-la com rapidez, como se o simples ato de chorar fosse um sinal de fraqueza.

—Que idiota - murmurou para si mesmo, sua voz carregada de frustração. Estava chorando por algo tão pequeno, tão insignificante, ou pelo menos era o que ele tentava se convencer. O peso daquela espera sem respostas o estava consumindo de uma forma que não conseguia entender.

Ele se levantou em um salto, caminhando pelo quarto com passos pesados. Sentia-se ridículo por deixar que aquilo o afetasse tanto, por estar tão envolvido em algo que era o sinônimo de perigo. Mas, apesar disso, o vazio continuava ali, latejando como uma ferida aberta.

—Por que estou me importando tanto? - Ele perguntou, mas já sabia a resposta. A obsessão do stalker, a atenção constante, o desejo envolto em mistério... tudo isso o fazia sentir algo que ele não conseguia nomear, algo que estava começando a dominar seus pensamentos de uma forma perturbadora.

Ele parou diante do espelho, olhando para o próprio reflexo. Seus olhos estavam ligeiramente vermelhos, mas ele logo desviou o olhar, tentando ignorar a vulnerabilidade estampada em sua expressão. Era ridículo, ele sabia. Não havia motivo para aquilo. E, ainda assim, ali estava ele, com o coração apertado, esperando ansiosamente por algo que talvez nunca viesse.

Oque custava uma única mensagem? Porque tinha desaparecido depois de o masturbar na floresta e o entregar aqueles presentes? Será se era isso que ele queria?

Obsessão Cruel Onde histórias criam vida. Descubra agora