capítulo 13

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Leah despertou com o sol atravessando a janela do quarto. O cheiro de madeira envelhecida e poeira se misturava com o aroma das ervas da avó, deixadas ali como amuletos protetores. Mesmo que as paredes do quarto parecessem apertar ao seu redor devido ao confinamento imposto pelos anciãos, não havia um pingo de arrependimento em seu coração. As lembranças do dia anterior ainda pulsavam vivas em sua mente – cada palavra, cada gesto. Sam, Emily feridos quase sendo mortos por seu stalker, e os olhares de choque e incredulidade quando todos souberam a verdade sobre seu imprinting com o stalker foi revelada.

O imprinting, um elo que sua tribo considerava sagrado e destinado à proteção, agora era visto como uma traição devido à escolha inesperada para o destino de Leah. O fato de ela estar ligada a um homem que muitos consideravam perigoso era uma afronta a tudo o que acreditavam. A Clearwater sabia disso, mas não se sentia culpada. A conexão que havia encontrado com o stalker era tão poderosa, tão verdadeira, que a fortalecia de uma maneira que Sam jamais poderia ter feito.

Leah se sentou devagar, tentando afastar uma onda de enjoo que a surpreendeu, fechando os olhos por um momento. A cabeça latejava, como se sua mente estivesse em constante conflito, mas ela ignorou as pontadas, acostumada a lidar com dores de qualquer tipo.

O som de passos firmes se aproximando do lado de fora trouxe Leah de volta ao presente. Ela reconheceu o peso daquelas pegadas: Sam, os aldeões, e a matilha. Todos reunidos para confrontá-la. Sua mãe Sue vinha logo atrás, a cabeça baixa, o rosto marcado por uma preocupação e um julgamento silencioso. Leah sabia o que estava por vir – outra tentativa de convencê-la, de "salvá-la" de uma decisão que consideravam uma afronta.

— Leah, você sabe o que significa um imprinting para nós. É uma ligação sagrada, destinada a proteger nossa tribo, não a colocá-la em perigo! - Sam entrou primeiro em seu quarto, a frustração ardendo em seus olhos.

— Isso vai contra tudo o que acreditamos. Escolher alguém que representa uma ameaça… é imperdoável. — A voz estava carregada de desapontamento, como se as ações de Leah fossem uma mácula irreversível, principalmente sobre o que aconteceu com ela no dia anterior, sua mão amputada agora era coberta por um pano.

Enquanto eles falavam, a mente dela viajou para a noite de dois meses atrás. O dia em que finalmente se entregou ao stalker. O momento em que, entre suspiros e toques intensos, a conexão que sentia explodiu em um imprinting poderoso e transformador. Lembrava-se dos olhos dele, das palavras sussurradas ao pé do ouvido, de como o mundo inteiro parecia desaparecer enquanto se uniam. O amor que sentira era genuíno, inquebrantável, e pela primeira vez em anos, Leah se sentiu completa.

Um leve sorriso começou a surgir em seu rosto enquanto essas memórias invadiam seus pensamentos, e sua mãe foi a primeira a notar. Parou de falar abruptamente, os olhos se estreitando.

— Leah, você está nos ouvindo? — Sua voz era severa, misturando-se ao tom preocupado de todos os outros.

Leah piscou, mas o sorriso não desapareceu. Ignorando o olhar desaprovador da mãe, ela ergueu o queixo.

— Estou ouvindo, mãe — disse, sem qualquer esforço para soar convincente. Sabia que nenhum argumento deles mudaria seu coração, mas Sam tomando pela raiva palpável avançou até ela.

— Leah, isso não é um jogo! Esse homem é uma ameaça, e você está colocando todos em risco! — Ele agarrou o braço dela, a força do aperto fazendo Leah sentir uma leve tontura.

— Quer levar outro tiro dele, Sam? Ou já esqueceu do aviso que ele te deu da última vez? Ele foi bem claro: se você encostar em mim de novo, ele vai te matar. —Suas palavras eram como lâminas saídas no silêncio que se instalou no cômodo, e ala puxou seu braço rapidamente para se soltar dele o encarando com deboche.

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