Obsessão Cruel

capítulo 11

A raiva sempre foi um elemento poderoso para as pessoas. Descontar a frustração em algo ou alguém era uma espécie de alívio brutal, uma liberação quase mágica que acalmava o caos interno. Para Edward, aquela emoção fervilhante era ainda mais intensa, quase explosiva, como o primeiro rugido de uma tempestade.

Ele encarou Ethan com um brilho perigoso nos olhos, a tensão preenchendo o ambiente com um peso opressor. Ethan, seu primo e companheiro imortal, sustentava o olhar, mas não sem uma pitada de receio. Sabia o que estava por vir e, mesmo sendo um vampiro tão resistente quanto Edward, ainda não estava preparado para a fúria que se desdobraria naquele encontro.

—Você tocou nele - Edward sussurrou, a voz baixa e ameaçadora, ressoando com uma fúria contida. —E você sabe o que isso significa?

Sem mais uma palavra, Edward avançou, e Ethan não teve tempo de reagir. o Cullen  era rápido, preciso, a raiva controlada se transformando em movimentos calculados, mas impiedosos. A mão dele se fechou no pulso de Daemon, apertando com uma força que racharia os ossos de qualquer humano. Ethan, por mais que fosse feito de uma força sobrenatural, sentiu a dor se espalhar pelo braço, e seu rosto contorceu-se de agonia.

—Isso... é só o começo -  Edward murmurou, seu olhar inabalável, transbordando com a promessa de mais dor.

Edward apertou o punho ainda mais, quase esmagando o pulso de Ethan, seus olhos queimando com uma fúria indomável. Mas o ourot, ao invés de recuar, apenas sorriu, com aquele sorriso insolente que sempre foi uma de suas marcas, mesmo nos momentos mais tensos.

—Você sabe, Edward - ele disse, sua voz carregada de ironia. —Jacob gostou de mim. Se você não tivesse chegado, ele ainda estaria... desfrutando de cada segundo comigo. - Ethan inclinou a cabeça, os olhos brilhando com provocação. - EVocê sabe disso.

Aquelas palavras explodiram na mente de Edward, atiçando uma ira que ameaçava consumir cada pedaço de sua sanidade. Ele se lançou sobre Ethan, a mão agora firme em seu pescoço, o empurrando contra a parede com uma força que fez o gesso rachar atrás dele.

—Jacob é meu - Edward rosnou, as palavras saindo quase como um grito. —Você nunca deveria ter tocado nele.

—Ah, mas ele gostou do meu toque no pulso dele, Edward. Você pode fingir o quanto quiser, mas eu senti... o desejo dele. - Ethan soltou uma risada abafada, mesmo sufocado pela pressão no pescoço.

Num segundo, o punho de Edward acertou o rosto de Ethan com um impacto que ecoou pelo cômodo, deixando uma marca na pele já pálida do primo. Mas, ao invés de recuar, Ethan continuou provocando, entre risos contidos e uma expressão desafiadora.

—Está vendo? - Ethan sussurrou, os olhos brilhando com um prazer perverso. —Essa fúria só prova que você não confia que Jacob seja realmente seu. No fundo, Edward... você tem medo de que ele prefira a mim.

A provocação foi a gota final. Edward avançou novamente, uma tempestade de golpes e movimentos furiosos, o único pensamento fixo em sua mente: ninguém tocaria Jacob, ninguém ousaria desafiá-lo daquela maneira e sair impune.

A raiva do Cullen estava em ponto de ebulição, mas antes que pudesse desferir mais um golpe, Ethan moveu-se rapidamente, torcendo seu braço com uma agilidade quase inesperada. Edward se viu imobilizado contra a parede, seu próprio primo segurando-o com uma força dominante que o impedia de se soltar.

Ethan se inclinou mais perto, seu sorriso provocador voltando, e seus olhos brilharam com um prazer cruel ao ver Edward lutando contra ele, impotente.

—Sabe, Edward - ele começou, com um tom baixo e sádico, —Se você não tivesse aparecido naquela festa, Jacob já estaria comigo agora. Ele poderia ter resistido um pouco, claro, sempre tão teimoso e... arisco. Mas eu saberia acalmá-lo. - Ethan fez uma pausa, observando as chamas de ódio que cresciam nos olhos de Edward, se alimentando da dor e do ciúme que fervilhavam dentro dele. —Eu começaria devagar, é claro. Dando-lhe alguns beijos… apenas o suficiente para que ele percebesse o quanto o desejo. Ele me olharia com aquela mistura de medo e curiosidade. Você sabe bem do que estou falando.