CAPÍTULO 5.

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3 ANOS ATRÁS

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3 ANOS ATRÁS

O silêncio ainda estava entre nós, pesado, mas as palavras de Matthew continuavam ecoando na minha mente. Eu podia sentir a sinceridade dele, o arrependimento, e sabia que ele estava realmente tentando se desculpar. Ele estava com medo, tanto quanto eu. Medo de que o que temos fosse se desfazendo aos poucos por causa desse ciclo tóxico de ciúmes e inseguranças.

Suspirei mais uma vez, desta vez mais profundo, e então me virei para ele. Eu o encarei por um momento, observando o quanto ele parecia vulnerável, deitado ali, esperando por uma resposta minha. Finalmente, deixei que as palavras que estavam presas na minha garganta saíssem.

- Matthew - comecei, minha voz saindo mais suave do que eu imaginava. - Eu te perdoo. - Vi seus olhos se arregalarem, e a tensão em seu corpo se dissolver levemente. - Mas... também preciso ser honesta. Eu fui longe demais. Eu não deveria ter te dado aquele tapa. -

Ele abriu a boca para falar, mas levantei a mão, interrompendo-o. - Mas você mereceu, Matthew - acrescentei, firme.
- Você me acusou de algo que eu nunca faria. A maneira como me tratou, como desconfiou de mim, me machucou mais do que qualquer tapa jamais poderia. Você me conhece. Sabe que eu nunca te trairia. E, mesmo assim, você preferiu acreditar nas suas paranoias. -

Ele abaixou a cabeça, sem conseguir me olhar diretamente, e eu sabia que ele estava absorvendo cada palavra. Respirei fundo, sentindo a mistura de alívio e dor dentro de mim. - O que tivemos hoje... isso não pode continuar. Eu te amo, Matthew, amo de verdade, mas se você continuar agindo assim, vai acabar me perdendo. -

Minhas palavras pareceram cortar o ar. Eu vi a tensão nos ombros dele, como se cada frase estivesse pesando em cima dele, mas era preciso. Nós dois sabíamos que algo precisava mudar.

- Eu não vou suportar isso para sempre - continuei, mantendo meu tom firme, mas calmo.

-Eu preciso que você confie em mim, que pare com esse ciúme doentio. Eu quero ficar com você, mas não desse jeito. Se você não mudar... se você não aprender a confiar, Matthew, eu vou acabar te deixando. E dessa vez... vai ser para sempre. -

As palavras saíram duras, mas eram necessárias. Eu sabia que, se ele quisesse me ter na vida dele, precisava entender que não podia continuar assim. Ele precisava mudar, ou isso só nos destruiria mais.

- Então... se você realmente me ama - sussurrei, suavizando meu tom. - Você vai precisar lutar contra isso. Vai ter que mudar. Porque eu não quero te perder, Matthew, mas também não quero perder a mim mesma. -

Ele finalmente levantou os olhos para me encarar. Vi a culpa, o arrependimento, e algo mais a vontade de fazer diferente. Eu queria acreditar que ele conseguiria, que nós conseguiríamos. E, por um momento, tive esperança.

Quando terminei de falar, o silêncio que se seguiu parecia denso, mas diferente. Era um silêncio cheio de possibilidades, cheio de sentimentos que ainda não tinham sido ditos. Eu olhei nos olhos de Matthew e vi algo ali. A culpa estava clara, mas também havia algo mais profundo, o amor que sempre existiu entre nós, mesmo nas nossas piores brigas.

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