CAPÍTULO 8.

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3 ANOS ATRÁS

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3 ANOS ATRÁS

Imóvel. Como uma estátua quebrada, incapaz de reagir. Eu sabia que as coisas estavam fora de controle, mas nunca imaginei que chegariam a esse ponto. Eu, denunciando Matthew. Eu, assistindo enquanto ele era levado, algemado, com aquele olhar de ódio.

Antes de sair, ele me encarou de um jeito que me rasgou por dentro. Seus olhos brilhavam de raiva, mas havia uma dor profunda, uma mágoa que parecia me engolir viva. Ele queria me destruir, e talvez também se destruísse no processo.

O terror ainda me prende. É como se suas mãos ainda estivessem no meu pescoço, apertando até que o mundo ao meu redor começasse a desaparecer. O ar me faltou, a dor latejava em cada célula. Eu achei, por um segundo agonizante, que morreria nas mãos dele. Mas algo me empurrou adiante, uma fagulha de sobrevivência que eu nem sabia que tinha.

Quando a policial me perguntou se eu ficaria bem, menti descaradamente. O "sim" saiu, mas estava vazio, sem vida.

Agora, estou sozinha. O apartamento parece um campo de batalha e eu sou o cadáver deixado para trás. A bagunça ao meu redor só intensifica o caos na minha cabeça.

Luppy está ao meu lado, sua cabeça pesada sobre minhas pernas, mas nada no mundo consegue acalmar o furacão que me devasta por dentro. As lágrimas jorram, cada uma carregada com um pedaço de mim.

Eu estou destroçada, triste e quebrada por dentro.

O que eu fiz? Foi justo ou fui longe demais? Essa dúvida me consome, um veneno que circula no meu sangue.
O pânico aperta meu peito, e a cena de Matthew me estrangulando se repete, incessantemente, como se eu estivesse presa em um ciclo de horror. O rosto dele, a força de suas mãos, a escuridão se aproximando...

Não consigo fugir.

Meus pensamentos me destroem, cada um deles me afunda mais, como uma corrente pesada me puxando para o fundo. A culpa... ela me corrói por dentro, rasgando tudo o que resta.

Me levantei do chão com os joelhos trêmulos, cada movimento parecendo um esforço desesperado para continuar.

Caminhei em direção ao banheiro, tentando escapar da dor, mas ela me seguia de perto, como uma sombra. Luppy veio logo atrás, como se soubesse da minha dor, como se pudesse me proteger de algo que nem eu mesma consigo enfrentar.

As lágrimas já eram incontroláveis, cegando minha visão enquanto desciam pelo meu rosto, quentes e amargas. — Por que tem que ser assim? — sussurrei, a voz quebrada, quase inaudível, como se o peso do mundo estivesse sufocando meu peito. E, quanto mais eu chorava, mais parecia que o vazio dentro de mim crescia.

Com o rosto manchado pelas lágrimas, levantei a cabeça, encarando meu reflexo borrado no espelho. Quando vi a marca da mão de Matthew em meu pescoço, um arrepio gelado percorreu minha espinha. Minhas mãos tremiam enquanto tocavam a pele machucada, tentando apagar aquilo que não conseguia esquecer.

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