CAPÍTULO 10.

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3 ANOS ATRÁS

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3 ANOS ATRÁS

O sol já estava alto quando Lean chegou. Agora, as três estávamos sentadas na sala, o ambiente pesado com a tensão da conversa. Eu contei a história da noite anterior mais uma vez, com a voz cansada e o olhar perdido. Lean estava em choque, mal acreditava no que ouvia.

— Pelo menos você está viva, Angel — ela disse, a voz baixa, carregada de preocupação. Seus olhos se fixaram nos meus, procurando algum sinal de que eu estava realmente bem, mas eu sabia que ela via através da minha máscara.

Tentei sorrir, um gesto vazio, mas era tudo que eu conseguia oferecer. O medo ainda pulsava dentro de mim, cada lembrança da última noite me sufocava um pouco mais. Queria que elas acreditassem que eu estava bem, queria protegê-las de todo o caos que eu estava vivendo. Mas por dentro, a culpa me corroía. Eu sabia no que estava me metendo quando me envolvi com o Matthew, e agora pagava o preço.

— Eu falei a mesma coisa — Clhoe murmurou, fazendo carinho no Luppy, que dormia tranquilo ao seu lado, alheio a tudo o que tinha acontecido. Ela tentou mudar de assunto, a tensão era sufocante demais. — E as passagens? Vai comprar lá no aeroporto mesmo?

— Vou. — minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia. — Meu celular quebrou... por causa da briga com o Matthew. — O nome dele ainda era um fantasma que me assombrava.

— Usa o meu, Angel. Podemos comprar agora — Lean sugeriu, sempre prática e tentando ajudar.

— Não dá, Lean — eu suspirei, sentindo o peso da situação me esmagar mais uma vez. — Eles vão querer ver as passagens quando eu chegar lá. Preciso garantir que tudo esteja certo no aeroporto.

Olhei para o Luppy, que estava adormecido, com a cabeça encostada no colo da Clhoe. Ele era o único que estava ao meu lado, me defendendo até o fim, e só isso me mantinha de pé. Cada detalhe dessa manhã parecia carregar um peso de despedida, como se tudo estivesse se preparando para um adeus definitivo. A ideia de deixar tudo para trás era um alívio, mas também um fardo. Sabia que, mesmo indo embora, as cicatrizes dessa história ficariam comigo para sempre.

O silêncio na sala era cortado apenas pela respiração suave do Luppy. Eu sabia que elas estavam preocupadas, mas não tinha mais forças para tranquilizá-las. Meu peito estava apertado, uma angústia que não passava. O medo de tudo o que Matthew e sua gangue poderiam fazer ainda me assombrava. E embora a decisão de ir embora estivesse tomada, parecia que eu estava deixando uma parte de mim para trás.

Lean se levantou e foi até a janela, observando a rua silenciosa lá fora. Clhoe continuava me olhando, e eu senti que o abraço apertado que ela queria me dar ainda estava preso no ar, esperando o momento certo.

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