CAPÍTULO 4.

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3 ANOS ATRÁS

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3 ANOS ATRÁS

Deitado aqui, encarando o teto, ainda sinto o gosto amargo da nossa briga. As palavras ecoam na minha cabeça, e o tapa de Angel, tão inesperado, ainda queima no meu rosto. Eu não esperava que as coisas chegassem a esse ponto. Nunca imaginei que ela pudesse me atingir assim, mas talvez eu merecesse.

Tudo começou quando ela disse que estava na casa da Chloe, sua amiga. Só que algo não fazia sentido. Eu liguei várias vezes, mandei mensagens, e ela simplesmente ignorou. A cada toque não atendido, o ciúme crescia em mim, me consumindo como uma chama que eu não conseguia apagar.
Naquele momento, não era só a Chloe que eu duvidava. Eu duvidava dela. Da lealdade dela comigo.

Ela tentou me explicar, mas eu não queria ouvir. As palavras dela pareciam desculpas esfarrapadas, tentativas de esconder algo maior.

- Certeza que estava fodendo com algum pilantra por aí - A frase saiu antes que eu pudesse pensar. E quando vi, a explosão já estava ali.
Ela me olhou com aqueles olhos incrédulos, como se não acreditasse no que eu estava dizendo, ela me provocou dizendo que meus amigos achavam sua buceta saborosa e a pressionei mais forte na parede e então veio o tapa. Forte, certeiro. Doeu, mas não só na pele, doeu muito mais saber que ela chegou a esse ponto comigo.

Agora, deitado aqui, sozinho, me pergunto o que foi que fiz. Como deixei que o ciúme tomasse conta a esse nível? Será que ela estava mesmo mentindo? Ou será que fui eu que criei tudo isso na minha cabeça, alimentado pela minha própria insegurança?

Fecho os olhos e tento buscar algum sentido em tudo isso. O silêncio ao meu redor é insuportável, e a culpa cresce dentro de mim. Parte de mim sabe que eu fui longe demais, que meu desejo de controle sobre Angel está destruindo o que temos. Mas, ao mesmo tempo, não posso simplesmente ignorar esse medo constante de perdê-la para outro.

Eu a amo. Deus, como eu a amo. Mas o amor que sinto por ela se misturou com algo sombrio, algo que me sufoca e que eu não consigo controlar. Não sei como consertar isso. Não sei se consigo. Só sei que não posso deixá-la ir. Não posso.

Preciso dela. Mesmo que isso me consuma. Mesmo que isso me destrua.

Perdido nos meus pensamentos, o som suave da porta se abrindo me traz de volta à realidade. Viro a cabeça lentamente, ainda sem saber o que esperar, e lá está ela. Angel, entrando no quarto, com o corpo coberto apenas em uma toalha. O tecido branco parece tão frágil contra sua pele molhada, os cabelos ainda pingando água do banho. A visão dela me atinge como um soco no estômago, e por um momento, esqueço completamente da briga. Tudo o que consigo pensar é em como ela parece tão vulnerável e, ao mesmo tempo, inalcançável.

Ela me vê, mas não diretamente. Seus olhos apenas me atravessam, como se eu não estivesse ali. É um relance rápido, desinteressado, antes de ela desviar o olhar, claramente tentando evitar qualquer contato visual. Aquilo me atinge de um jeito diferente. O silêncio entre nós é pesado, sufocante, e a distância parece ainda maior agora. Cada segundo que ela se recusa a me encarar é um lembrete doloroso do quanto a afastei.

Ela caminha devagar até o guarda-roupa, as gotas de água escorrendo pela pele, e sinto meu corpo tenso e o calor pelo meu corpo subindo. Não consigo tirar os olhos dela, mesmo que o clima entre nós esteja completamente quebrado. Angel abre o guarda-roupa com uma calma quase calculada, ignorando a minha presença de propósito, e começa a pegar suas roupas.

Me sinto como um estranho no nosso próprio quarto. Observo cada movimento dela com atenção, enquanto ela, sem pressa, deixa a toalha cair até o chão, expondo a pele que eu conheço tão bem. Suas curvas estavam me deixando louco, minha mulher é uma deusa.

Ela se troca diante de mim, mas a distância entre nós é quase insuportável. Não é só física. É como se ela estivesse em outro mundo, longe de mim, e eu não soubesse mais como alcançá-la.

Eu deveria dizer algo. Deveria pedir desculpas, tentar resolver as coisas, mas as palavras não vêm. Estou paralisado, preso entre a culpa e o desejo. Ela não olha para mim nem por um segundo enquanto se veste, como se eu fosse invisível.

Angel terminou de se vestir e, sem me dirigir uma palavra, foi até a cama. Eu a observei, sem saber o que fazer, sem saber o que dizer. Ela se deitou ao meu lado, mas o espaço entre nós parecia um abismo. O silêncio se instalou novamente, pesado, e a respiração dela era a única coisa que eu podia ouvir no quarto escuro.

Fiquei ali por alguns minutos, olhando para o teto, sentindo o peso da culpa me esmagar. Eu sabia que precisava quebrar aquele silêncio. Sabia que, se deixasse aquilo assim, a distância entre nós só aumentaria. Olhei para ela, deitada de costas para mim, seu corpo rígido, ainda tão distante. Meu coração batia descompassado, a ansiedade tomando conta. Eu não era bom com palavras, não com esse tipo de coisa, mas não podia mais deixar isso continuar.

- Angel... - minha voz saiu baixa, quase um sussurro, mas senti que ela ouviu. O corpo dela não se mexeu, mas sua respiração ficou um pouco mais lenta, como se estivesse esperando o que eu tinha a dizer. Engoli em seco e continuei. - Eu... sinto muito. Eu fui um idiota. Sei que fui longe demais. Não devia ter duvidado de você. -

Ela não respondeu de imediato. O silêncio continuou, pesado, enquanto eu esperava, a angústia crescendo dentro de mim. - Eu sei que não tenho desculpas - continuei, sentindo o desespero na minha voz. - Eu não devia ter deixado o ciúme me controlar desse jeito. Eu sei que você estava na casa da Chloe. Eu só... Eu só não consigo evitar esse medo de te perder. -

Ela se mexeu um pouco na cama, mas ainda não disse nada. Eu não sabia o que ela estava pensando, e isso me torturava. - Por favor, Angel, fala alguma coisa - implorei, a voz mais suave agora, mais desesperada. - Eu não quero te perder. -

O silêncio entre nós era sufocante, mas eu sabia que tinha que ser paciente. Não podia forçar nada, não depois de tudo o que fiz. Ela tinha o direito de estar magoada. E, enquanto esperava, cada segundo parecia uma eternidade.

Finalmente, ouvi um suspiro vindo dela, suave, mas carregado de algo que eu não conseguia identificar. Meu coração disparou, esperando, ansiando por qualquer resposta que ela pudesse me dar.

 Meu coração disparou, esperando, ansiando por qualquer resposta que ela pudesse me dar

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