CAPÍTULO 11.

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ANOS ATUAIS

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ANOS ATUAIS


Três anos se passaram, e aqui estou eu, ainda em Paris, mas agora com uma vida só minha. Aos 19, decidi sair da casa dos meus pais. Não houve brigas, nem desentendimentos foi uma decisão puramente minha, uma necessidade de conquistar minha privacidade, meu espaço. Meus pais entenderam, especialmente o papai, que acabou me presenteando com a casa onde vivo hoje.

A casa fica a uns quinze minutos da deles, então, por mais que eu tenha minha liberdade, ainda me sinto próxima. Luppy, meu fiel companheiro, está sempre comigo, maior e mais protetor do que nunca. É impressionante ver o quanto ele cresceu e, mais ainda, perceber o quão leal ele é. Ele parece sentir cada mudança no meu humor, cada suspiro de alívio ou tensão, como se tivesse a missão de sempre estar por perto para me proteger. Só de olhar para ele, eu me sinto segura, como se nada do meu passado pudesse me alcançar.

Depois daquela mentira sobre o assalto, o Senhor Lancaster, meu pai, insistiu para que eu aprendesse a me defender melhor. Ele me colocou no boxe, e o que começou como uma obrigação virou uma paixão. Faz dois anos que pratico, e, com o tempo, percebi que a força física que conquistei veio acompanhada de algo muito mais importante: a força mental. O boxe me trouxe um equilíbrio que nunca imaginei ter. Com cada treino, parecia que eu deixava para trás um pedaço dos meus medos e inseguranças.

A vida em Paris me transformou. Não que os fantasmas do passado tenham desaparecido completamente, eles ainda me visitam nas noites mais silenciosas. Mas, com o tempo, aprendi a deixá-los do lado de fora.

Desde que cheguei aqui, fiz amizades que se tornaram minha segunda família. Théo é um desses amigos preciosos – o melhor, na verdade. Nos conhecemos por acaso em um bar, quando eu resolvi explorar um pouco mais do meu novo lar. Ele veio todo cheio de charme, achando que ia me conquistar, e, bem… não conseguiu, mas conseguiu algo talvez mais importante: minha amizade. Desde aquela noite, é como se sempre tivéssemos sido amigos.

Depois, conheci a Mavie, a irmã dele. Eles são os irmãos Simon, bastante populares por aqui. A Mavie é adotiva, mas, para o Théo, ela é irmã como qualquer outra. No começo, nós duas tínhamos nossas diferenças. Não sei ao certo se foi a personalidade dela, um pouco difícil, ou o fato de eu ainda estar tentando me adaptar. Mas, com o tempo, descobrimos o quanto somos parecidas e acabamos virando inseparáveis.

Nós três temos uma dinâmica única, e não nos desgrudamos desde então. Théo, claro, continua com a ideia fixa de que algum dia vai me conquistar, sempre brincando sobre como ainda seremos "o casal do ano". Ele fala isso com tanta convicção que, às vezes, é difícil não acreditar. Mas, para mim, ele é meu amigo e, apesar de sua insistência, é assim que gosto de vê-lo.

A distância entre mim, Clhoe e Lean não nos afastou nem um pouco. Na verdade, parece que nos aproximou ainda mais. Elas vivem me ligando por vídeo, e, toda vez, é como se estivéssemos de volta aos velhos tempos, rindo, fofocando e desabafando sobre a vida. Clhoe, atirada como sempre, adora dar em cima do Théo, e os dois juntos me arrancam as risadas mais sinceras. Lean sempre tenta apaziguar, mas só piora as brincadeiras, e aí a diversão fica ainda melhor.

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