CAPÍTULO 2.

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3 ANOS ATRÁS

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3 ANOS ATRÁS






Eu estava sentado em um bar qualquer, cercado por pessoas que riam e falavam alto, mas, para mim, tudo isso era apenas ruído. O copo de whisky na minha mão estava quase vazio, mas não importava. A verdade é que a única coisa que eu conseguia pensar era nela. Era como se estivesse em um loop, revivendo cada briga, cada palavra que havia sido dita.

Ela havia dito que eu a sufocava, mas o que eu sentia era apenas... amor. Amor e proteção. Como eu poderia deixá-la sozinha quando havia tantos caras por aí prontos para aproveitar a fragilidade dela? Cada olhar, cada sorriso que ela dava a um estranho, me deixava furioso. Eu não queria que ninguém mais a quisesse. Ela era minha. Sempre seria.

Lembrei da última vez que briguei com ela. A forma como ela olhou para mim, como se estivesse prestes a desistir. Eu estava tão cego pela raiva, pelo ciúme. As palavras saíram de mim como um furacão, e cada uma delas parecia mais forte do que a anterior. "Você está se jogando para qualquer um!" "Você não se importa comigo!" Eu só queria que ela visse o que eu via, que entendesse que eu estava lutando por nós dois, mesmo que isso significasse brigar.

Mas, no fundo, eu sabia que as brigas estavam desgastando tudo. O amor dela estava se perdendo nas palavras duras que trocávamos. E eu não queria isso. Eu não queria a perder. Mesmo que cada discussão terminasse com um silêncio pesado, mesmo que cada um de nós ficasse com a alma ferida, eu não conseguiria deixá-la ir. Não importava quantas vezes ela ameaçasse me deixar. Eu nunca deixaria.

- Você é uma maluca - murmurei para mim mesmo, dando um gole no whisky. Era mais fácil pensar assim, do que enfrentar a realidade de que, se continuássemos nessa montanha-russa, um dia ela realmente poderia partir. A ideia de vê-la com outro, de imaginar que alguém poderia ocupar o lugar que era só meu... aquilo me deixava insano.

Por um momento, imaginei como seria se ela estivesse lá, ao meu lado, rindo da minha reclamação sobre o bartender ou das baboseiras que a televisão mostrava. Eu a amava, de verdade. Mas eu não sabia como lidar com essa parte de mim que se preocupava tanto, que não conseguia deixar de lado o ciúme que queimava em minhas veias. E mesmo quando eu dizia que não me importava com o que ela fazia, no fundo, eu me importava mais do que poderia admitir.

- Não posso deixá-la - eu sussurrei, a angústia pulsando em meu peito. Era uma luta constante, entre o que eu sentia e o que eu fazia. Eu não queria que ela se afastasse de mim, mas o que eu poderia fazer para mantê-la por perto?

Aquelas brigas, todo aquele barulho, talvez fosse uma forma de me lembrar de que eu estava vivo. De que ainda tínhamos algo. Mesmo que eu não soubesse como manter isso saudável, eu não conseguia imaginar minha vida sem ela. E se, no fundo, tudo isso fosse apenas um jeito de me manter próximo? Eu a queria. Precisava dela.

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