Esperando por Haru

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Aki estava na garagem, guardando sua guitarra após o ensaio da banda. O som dos amplificadores sendo desligados e os risos dos colegas de banda ainda ecoavam pelo espaço. A luz do sol da tarde entrava pelas janelas altas, iluminando os pôsteres de bandas de rock que cobriam as paredes. O chão estava coberto de cabos e pedais de efeito, e um ventilador antigo girava lentamente no canto, tentando combater o calor.

Ela pegou o celular do bolso e olhou para a mensagem que havia enviado para Haru naquela manhã.

— Oi, Nakamura Haru. Gostaria de tomar um café comigo? — ela havia digitado, hesitante, antes de finalmente apertar "enviar".

Agora, quase um dia havia se passado e ainda não havia resposta. Aki suspirou, tentando afastar a ansiedade que começava a crescer. Ela se sentou em um dos amplificadores, observando os colegas de banda arrumarem seus instrumentos. O cheiro de suor e metal misturava-se ao aroma de madeira velha da garagem.

— Será que ele está me evitando? — pensou, mordendo o lábio inferior. — Depois do que aconteceu com Ryu, eu entenderia se ele não quisesse falar comigo...

Aki lembrou-se do incidente de alguns dias atrás, quando seu ex-namorado, Ryu, em um acesso de ciúmes, deu um soco em Haru. Desde então, ela temia que Haru estivesse tentando se afastar dela para evitar mais problemas.

Ela pegou o celular novamente, verificando as notificações pela enésima vez. Nada. Aki fechou os olhos por um momento, tentando se concentrar na conversa ao seu redor, mas sua mente estava longe dali.

— Talvez eu tenha sido muito direta... — murmurou para si mesma, lembrando-se das palavras de sua amiga, Hana, que sempre dizia para ser mais confiante.

Ryu, que estava guardando sua bateria, percebeu a expressão preocupada de Aki e se aproximou com um sorriso arrogante.

— Ainda esperando por aquele covarde do Nakamura? — perguntou ele, com desdém. — Achei que você tivesse mais bom senso, Aki.

Aki sentiu o rosto esquentar de raiva, mas tentou manter a calma. Seus olhos verdes faiscavam de irritação enquanto ela encarava Ryu.

— Isso não é da sua conta, Ryu — respondeu ela, tentando disfarçar a irritação.

Ryu deu de ombros, ainda com aquele sorriso arrogante. Ele cruzou os braços, inclinando-se contra a parede coberta de pôsteres.

— Só estou dizendo, ele provavelmente está te evitando. Quem poderia culpá-lo depois do que aconteceu?

Aki apertou o celular com força, tentando não deixar que as palavras de Ryu a afetassem. Ela sabia que precisava ser paciente, mas a espera estava se tornando insuportável. Ela não podia deixar de pensar que talvez Haru estivesse realmente tentando evitá-la, e isso a deixava ainda mais ansiosa.

Enquanto os outros membros da banda terminavam de arrumar seus equipamentos, Aki decidiu que precisava de um pouco de ar fresco. Ela saiu da garagem e se dirigiu ao pequeno jardim ao lado da casa. O sol da tarde estava começando a se pôr, tingindo o céu de laranja e rosa. Ela respirou fundo, tentando acalmar seus nervos.

Seu celular vibrou de repente, e Aki quase deixou escapar um grito de surpresa. Com o coração acelerado, ela pegou o aparelho e viu uma mensagem de Hana.

— Ei, Aki! Como foi o ensaio? Alguma novidade com o Nakamura?

Aki suspirou e começou a digitar uma resposta.

— Oi, Hana. O ensaio foi bom, mas ainda nada do Nakamura. Estou começando a achar que ele está me evitando por causa do Ryu...

Ela enviou a mensagem e esperou, olhando para as flores no jardim enquanto tentava não pensar no pior. Poucos minutos depois, o celular vibrou novamente.

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