Destino Entre Linhas

Novos Desafios

Haru acordou mais tarde naquele dia, já que a noite anterior tinha sido cheia de risadas e dedilhados desajeitados na guitarra. Após um café rápido com Kaito, Haru começou a refletir sobre o que Kaito havia mencionado no dia anterior: arrumar um emprego de meio período.

Ele se sentou no sofá com o celular em mãos, abrindo um site de busca de empregos.

— Vamos ver... "Atendente de café", "vendedor em loja de conveniência", "estoquista em mercado"... — Ele suspirou. — Parece que o destino quer que eu vire um escravo do cotidiano.

Nesse momento, Yumi apareceu na sala, já segurando um pacote de batatinhas.

— O que está fazendo, irmãozinho? Procurando namorada online? — ela brincou, empurrando Haru levemente.

— Procurando emprego. Kaito acha que seria bom para mim.

— Uau, Kaito sendo responsável por você? Isso é novo.

— Pois é. Só que... eu nem sei por onde começar. Nunca trabalhei antes.

Yumi sorriu, pegando o celular de Haru.

— Deixa comigo! Eu sou uma mestre em achar coisas boas.

— Você nunca trabalhou também!

Ela ignorou o comentário e começou a navegar, até que seus olhos brilharam.

— Olha isso! Uma loja de instrumentos está contratando um assistente. Parece perfeito pra você.

— Loja de instrumentos? — Haru pegou o celular de volta e leu a descrição da vaga. — Hm, parece interessante... mas será que eu dou conta?

— Você nunca vai saber se não tentar! — Yumi disse, puxando Haru para fora do sofá. — Vamos, vou te ajudar a se preparar.

Antes que pudesse protestar, Haru já estava sendo arrastado pela irmã.

Na loja de instrumentos, Haru se encontrou de frente para uma senhora idosa, mas cheia de energia, que parecia ser a dona do local.

— Então, você quer trabalhar aqui? — ela perguntou, ajustando os óculos enquanto olhava para o currículo extremamente simplório de Haru.

— Sim, senhora! Eu... sou muito apaixonado por música.

— E sabe tocar algum instrumento?

Haru hesitou.

— Ainda não, mas estou aprendendo guitarra com o irmão da minha namo... digo, amiga... digo namorada mesmo.

A mulher arqueou uma sobrancelha.

— Interessante. Sabe, gosto de gente com determinação. Mas preciso testar você.

Ela puxou uma guitarra do balcão e entregou para Haru.

— Me impressione.

O rapaz olhou para o instrumento com nervosismo, os dedos trêmulos ao segurar as cordas. Depois de alguns segundos de silêncio absoluto, ele tentou dedilhar alguma coisa. O som saiu... peculiar.

A mulher riu alto.

— Definitivamente precisa de prática, mas gostei da sua coragem. Vamos fazer o seguinte: volte amanhã para um período de experiência, e eu decido se você fica.

Haru respirou aliviado e agradeceu várias vezes antes de sair da loja.

De volta à casa de Kaito, ele contou sobre o ocorrido, arrancando gargalhadas do amigo.

— Você se superou, Haru! Nem sabe tocar e já vai trabalhar numa loja de instrumentos? — Kaito disse, segurando a barriga de tanto rir.

— Ei, todos têm que começar de algum lugar!