Destino Entre Linhas

Palavras Não Ditas

Aki chegou à cafeteria alguns minutos antes das 14h, sentindo um misto de nervosismo e excitação. O lugar era charmoso, com uma decoração vintage que lembrava os cafés parisienses. As paredes eram cobertas por papel de parede floral, e prateleiras de madeira exibiam uma coleção de livros antigos e plantas em vasos coloridos. Pequenas mesas de mármore estavam espalhadas pelo ambiente, cada uma com uma vela acesa em um castiçal de ferro forjado, criando uma atmosfera acolhedora e romântica.

Enquanto esperava, Aki não conseguia parar de pensar no sonho que tivera na noite anterior. Ela sabia que precisava encontrar coragem para falar com Haru sobre seus sentimentos, mas a ideia ainda a deixava nervosa. O som suave de um piano tocando ao fundo e o murmúrio das conversas ao redor ajudavam a acalmar seus nervos um pouco.

Pouco depois, Haru entrou na cafeteria, procurando por Aki. Quando a viu, ele sorriu e acenou, caminhando em sua direção. Ele estava vestido casualmente, com uma jaqueta leve e jeans, e parecia relaxado.

– Oi, Aki! – disse ele, sentando-se à mesa. – Você chegou cedo.

– Oi, Haru! – respondeu ela, sorrindo. – Sim, queria garantir que conseguíssemos uma boa mesa.

Eles pediram suas bebidas – Aki optou por um cappuccino com um toque de canela, enquanto Haru escolheu um latte – e começaram a conversar sobre coisas triviais, como o trabalho e os amigos. Aki tentava relaxar, mas a lembrança do sonho e a necessidade de confessar seus sentimentos estavam sempre presentes em sua mente.

Depois de algum tempo, Haru notou que Aki estava um pouco distraída.

– Aki, está tudo bem? Você parece preocupada – disse ele, olhando-a com preocupação.

Aki respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas.

– Haru, eu... – começou ela, mas foi interrompida pela chegada das bebidas. O garçom colocou as xícaras na mesa com um sorriso, e o aroma do café fresco encheu o ar.

Eles agradeceram ao garçom e Aki tomou um gole de seu cappuccino, tentando acalmar seus nervos. O sabor quente e reconfortante ajudou um pouco.

– O que você ia dizer? – perguntou Haru, curioso.

Aki olhou para ele, sentindo seu coração acelerar novamente. Ela sabia que precisava falar, mas as palavras pareciam presas em sua garganta.

– É que... – começou ela, mas foi interrompida novamente, desta vez por um grupo de amigos que entrou na cafeteria, rindo e falando alto. O som das risadas e das conversas animadas encheu o ambiente, tornando difícil para Aki se concentrar.

Haru olhou para o grupo e depois de volta para Aki, esperando pacientemente.

– Podemos dar uma volta depois do café? – sugeriu ele, percebendo que Aki estava tendo dificuldade em falar.

Aki assentiu, aliviada por ter mais tempo para se preparar.

Depois de terminarem suas bebidas, eles saíram da cafeteria e começaram a caminhar pelo centro da cidade. O sol estava brilhando, e a brisa fresca ajudava a acalmar os nervos de Aki. As ruas estavam movimentadas, com pessoas indo e vindo, e as lojas exibiam suas vitrines coloridas, cheias de produtos atraentes.

Eles caminharam em silêncio por um tempo, apreciando a companhia um do outro. Aki sentiu uma nova onda de coragem. Ela sabia que precisava falar com Haru antes que o momento passasse novamente. Parando de repente, ela puxou Haru para um canto mais tranquilo do parque, onde as árvores formavam um pequeno abrigo natural. As folhas balançavam suavemente ao vento, criando um som relaxante.

– Haru, eu realmente preciso te dizer algo – disse ela, olhando diretamente nos olhos dele.

Haru franziu a testa, mas assentiu, encorajando-a a continuar.