O Despertar da Manhã

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O primeiro raio de sol filtrava-se pela janela, banhando o ambiente com uma luz suave e dourada. Haru acordou lentamente, ainda envolto pela sensação de calor e pela suavidade do lençol que cobria seu corpo. Ele piscou os olhos, tentando se ajustar à luz, e, por um momento, ficou parado, absorvendo o silêncio ao seu redor. Seu peito estava pesado, mas não de forma ruim. Era uma sensação de plenitude, como se algo tivesse mudado dentro dele, e ele não sabia exatamente o que.

Ao seu lado, Aki ainda estava adormecida. O rosto dela, que ele já conhecia tão bem, agora parecia ainda mais sereno, mais vulnerável. Ela estava deitada de lado, a respiração suave e profunda, com um fio de cabelo caído sobre o rosto. Algo na maneira como ela parecia tão calma, tão sem defesas, fez o coração de Haru apertar de uma forma nova.

Ele se sentou na cama com cuidado, sem querer acordá-la, e olhou ao redor. As lembranças da noite anterior vieram à tona como um filme acelerado: os toques, os beijos, os suspiros... tudo ainda estava fresco em sua mente, como se o tempo tivesse parado durante aqueles momentos. Ele sentiu um calor subir às bochechas, lembrando da intensidade de tudo o que havia acontecido. Mas também havia uma sensação de vulnerabilidade que o fazia questionar: Será que fizemos certo?

Quando olhou novamente para Aki, seu peito se apertou. Ela se mexeu um pouco, virando-se para o outro lado, e com um suspiro suave, os olhos dela se abriram lentamente. Os olhos de Aki encontraram os dele, e por um momento, tudo ficou em silêncio, como se ambos estivessem aguardando a confirmação silenciosa de que o que aconteceu não era apenas um desabafo da noite, mas algo mais profundo, algo que não podia ser apagado facilmente.

— Bom dia... — Aki murmurou, a voz rouca de sono, mas cheia de um afeto genuíno.

Haru sorriu sem querer, sentindo o peso de suas palavras ecoar dentro de si.

— Bom dia. — Ele respondeu suavemente, e antes que pudesse pensar em mais alguma coisa, Aki esticou os braços em sua direção, o sorriso dela brincando nos lábios.

— Vem cá... — ela disse, convidando-o a voltar para perto dela. Não precisava dizer mais nada; o convite estava claro, e Haru não resistiu. Deitou-se ao lado dela, seus corpos quase se tocando, e por um momento, ficaram em silêncio, sentindo o calor da manhã envolver os dois.

Aki, com um leve sorriso, o observou.

— Então... o que você acha de ontem? — ela perguntou, a voz carregada de uma curiosidade tímida, mas também de uma confiança que ele ainda estava aprendendo a entender.

Haru hesitou por um segundo, a respiração ficando um pouco mais densa enquanto ele refletia.

— Foi... foi incrível. Eu... nunca pensei que fosse ser assim. — Ele se corrigiu rapidamente, como se tivesse receio de soar inseguro. — Não, eu... não quero dizer que não pensei. Só que... foi mais do que eu esperava. E agora, eu só... não sei o que vem depois.

Aki ficou em silêncio por um momento, observando-o, antes de se aproximar e beijá-lo suavemente na bochecha.

— Eu também não sei. Mas não precisamos apressar. O que importa é que estamos juntos, e isso já é o suficiente, não é?

Haru fechou os olhos, sentindo a ternura daquelas palavras, e pela primeira vez, ele sentiu que talvez realmente fosse possível ser feliz ao lado dela. Sem mais inseguranças, sem mais medos. Eles haviam dado um passo importante e, apesar das incertezas que ainda poderiam vir, ele sabia que nada seria mais importante do que aquilo que compartilhavam agora.

— É... — ele murmurou, ainda com um sorriso suave. — Isso é tudo o que eu preciso também.

Enquanto Haru e Aki permaneciam em silêncio, aproveitando a companhia um do outro, um som familiar ecoou pela casa. O barulho de passos rápidos no corredor foi seguido por uma batida na porta do quarto.

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