Destino Entre Linhas

Primeiro Encontro com o Chefe e Colegas de Trabalho

Haru acordou cedo, a ansiedade misturada com a expectativa o fazia sentir um frio na barriga. Ele se arrumou rapidamente, vestiu uma camiseta confortável e um jeans, e saiu para o trabalho com uma mistura de nervosismo e empolgação. O caminho até a loja era curto, mas ele o percorreu com o coração acelerado.

Quando chegou, foi recebido por um homem de meia-idade com um sorriso acolhedor. Ele era o chefe, um senhor chamado Mr. Tanaka, que rapidamente se apresentou com um aperto de mão firme e uma risada calorosa.

— Seja bem-vindo, Haru! Estou feliz que tenha aceitado a vaga. Espero que goste daqui.

Haru sorriu timidamente, já se sentindo um pouco mais relaxado com a gentileza do chefe.

— Obrigado, senhor Tanaka. Estou animado para começar.

O ambiente da loja era descontraído e acolhedor, com prateleiras de produtos, uma pequena seção de lanches e bebidas, e um som suave de música ambiente. Enquanto Mr. Tanaka explicava as primeiras tarefas, Haru começou a notar as pessoas ao seu redor. Uma jovem de cabelo curto e olhar brilhante, chamada Mika, se aproximou e foi quem o acompanhou para mostrar como as coisas funcionavam. Ela tinha uma energia vibrante, sempre com um sorriso no rosto.

— Você vai adorar trabalhar aqui. A gente se diverte bastante — ela disse, brincando com um dos panfletos promocionais.

Haru riu, sentindo que o dia começava a se tornar um pouco menos intimidante.

No fundo da loja, um rapaz de cabelo bagunçado e expressão séria, chamado Hiroshi, observava a cena de longe. Quando os olhos de Haru cruzaram com os de Hiroshi, o rapaz simplesmente levantou uma sobrancelha e foi até a área dos fundos, sem dizer uma palavra. Haru não sabia o que pensar disso, mas decidiu que seria uma questão a ser resolvida mais tarde.

O começo do trabalho estava se mostrando mais animado do que ele imaginava, e, com isso, ele começou a se sentir mais confiante e entusiasmado para encarar o dia que se desenrolava diante dele.

Durante o dia, Haru enfrentou as dificuldades típicas de um primeiro dia de trabalho. Desde aprender a lidar com o caixa, que insistia em fazer barulhos estranhos e travar em momentos cruciais, até se perder nos corredores da loja enquanto tentava encontrar os produtos certos. Ele se sentia um pouco desajeitado, com as mãos suando e um nervosismo constante que se manifestava em sua respiração acelerada.

Num dos momentos mais caóticos, um cliente impaciente, com um carrinho transbordando de produtos, começou a reclamar que estava esperando há muito tempo para ser atendido. Haru, tentando manter a calma, tentou sorrir e pediu desculpas, só para ver o cliente suspirando dramaticamente e virando de costas. Justo nesse instante, um gato travesso, provavelmente de um cliente que passava pela porta, entrou e começou a correr pela loja, saltando de prateleira em prateleira. Haru e seus colegas de trabalho começaram a rir, enquanto tentavam capturar o felino.

— Esse dia não podia ficar mais inesperado! — Haru comentou com um sorriso nervoso, enquanto se abaixava para tentar pegar o gato.

O colega de trabalho ao lado de Haru riu, balançando a cabeça.

— Bem-vindo ao mundo real, meu amigo.

Enquanto Haru se esforçava para se adaptar ao ritmo do trabalho e ajudar os clientes, a porta da loja se abriu com um tilintar, e Mika entrou. Ela não só era uma funcionária nova, mas parecia estar em um dia especialmente agitado, com um sorriso que escondia um leve cansaço. Haru a reconheceu instantaneamente e, por um momento, sentiu um nervoso inesperado.

— Oi, Haru! — ela cumprimentou com um aceno e um sorriso, passando por ele para ir até o estoque.

— Oi, Mika... — respondeu ele, um pouco surpreso, tentando esconder o sorriso que queria aparecer.

Mika parou por um momento e olhou para ele, notando a expressão meio desajeitada. — Primeira vez no trabalho, né? Você vai se acostumar. Se precisar de ajuda, pode contar comigo.

A oferta foi simples, mas fez Haru se sentir mais aliviado. Ele estava nervoso, mas agora parecia que o dia começava a ganhar um toque de familiaridade.

Quando o turno de trabalho finalmente chegou ao fim, Haru se despediu de Mika e dos colegas de trabalho, que lhe desejaram boa sorte e prometeram que as coisas ficariam mais fáceis com o tempo. Ele recolheu suas coisas e saiu da loja, sentindo o cansaço do dia, mas também uma leve satisfação. Com a cabeça um pouco confusa e os pensamentos agitados, pegou seu celular e, antes de qualquer coisa, abriu as mensagens.

A mensagem de Aki o fez sorrir instantaneamente. Ela havia mandado uma foto do seu jantar, com a legenda: "Espero que seu dia tenha sido bom, Haru. Estou pensando em você."

Haru sentiu um calor no peito, uma sensação de conforto que só Aki conseguia proporcionar. As palavras dela eram como um abraço que atravessava a distância, e ele se pegou sorrindo como um bobo. Ele respondeu com uma mensagem carinhosa, tentando transmitir o quanto estava bem, apesar de tudo:

"Oi, Aki. Meu dia foi cheio, mas estou me adaptando. Espero que você esteja bem. Sinto sua falta."

Enquanto aguardava uma resposta, ele se sentou em um banco próximo, observando a movimentação da rua. O céu já estava escuro, com estrelas pontilhando o manto negro e uma lua pálida que parecia observá-lo em silêncio. Haru sentiu uma mistura de emoções: saudade, incerteza, mas também uma leve empolgação por saber que estava se esforçando para fazer as coisas darem certo. Ele se lembrava do que Mika havia dito mais cedo, que era importante se manter positivo, e aquela ideia ressoava em sua mente como um mantra.

"Vamos lá, Haru. Só mais um dia. Só mais uma semana." Ele sabia que esse era só o começo de uma jornada que exigiria mais do que apenas vontade. Ele teria que aprender a lidar com suas inseguranças e encarar cada desafio com coragem. Mas, enquanto a mensagem de Aki chegava, com um emoji de coração e uma risada doce, ele se deu conta de que, por mais difícil que fosse, ele não estava sozinho.

Quando a resposta de Aki apareceu, Haru não pôde deixar de rir. Ela dizia: "Você é um idiota por sentir tanta saudade, sabia? Mas eu também sinto muito a sua falta. Não vejo a hora de te contar tudo o que está acontecendo aqui."

Haru se recostou na parede da loja, um sorriso largo iluminando seu rosto. O mundo parecia um pouco menos pesado com aquelas palavras. Ele respondeu rapidamente, uma ponta de animação na voz:

"Eu também estou ansioso para saber tudo. Não importa o que aconteça, vou estar aqui esperando por você."

De repente, o ar se tornou mais frio, e ele se deu conta de que, embora a noite estivesse quieta, dentro de si havia uma chama de esperança. Ele não sabia o que o futuro lhe reservava, mas, por aquele momento, ele tinha certeza de que estava disposto a enfrentar o que viesse. Por ele, por Aki, e por todas as promessas que ainda tinham a cumprir.

Haru olhou para as mensagens, para as pequenas palavras que tinham o poder de fazer tudo parecer um pouco mais fácil, e sentiu que, por mais difícil que fosse, ele ia conseguir. Ele não sabia se a vida ia ser tranquila, mas sabia que estava decidido a fazer o que pudesse para torná-la digna de ser vivida. E mesmo naquelas horas silenciosas da noite, com a cidade pulsando ao seu redor, ele se sentiu um pouco mais forte, um pouco mais capaz.

"Eu vou dar tudo de mim. Por nós."

O som de uma notificação interrompeu seus pensamentos, e ao ver o nome de Aki mais uma vez, ele sentiu um calor que só ela conseguia trazer. Mesmo com os desafios pela frente, ele não tinha dúvidas de que estava no caminho certo. E com aquele sorriso bobo no rosto, Haru sabia que, apesar das dificuldades, ele estava pronto para seguir em frente.