Destino Entre Linhas

Corações Entrelaçados

O sol brilhava intensamente no céu, aquecendo o parque onde Haru havia escolhido fazer o piquenique. Ele chegou mais cedo, ansioso, arrumando a toalha de mesa e organizando os lanches que havia preparado com tanto carinho. Cada detalhe era importante; ele queria que aquele dia fosse especial, uma pausa na tempestade emocional que ambos estavam enfrentando.

Enquanto esperava, Haru sentiu a ansiedade crescendo. O que Aki diria sobre a situação? Será que ela estava tão apreensiva quanto ele? A ideia de ter uma conversa séria pairava em seu coração, mas ele também desejava que houvesse espaço para momentos leves e felizes.

Finalmente, ele viu Aki se aproximando, sua presença iluminando o ambiente. Ela estava com um sorriso tímido, e o coração de Haru disparou ao vê-la. Ele levantou-se, indo ao encontro dela.

— Oi! — ele disse, tentando soar mais confiante do que se sentia.

— Oi, Haru! — Aki respondeu, seu sorriso se alargando. — Desculpe a demora. Eu... eu queria escolher algo especial para trazer.

Haru observou enquanto ela tirava uma pequena cesta de baixo do braço. A curiosidade o tomou. — O que você trouxe?

— Espero que goste! — Aki abriu a cesta, revelando sanduíches, frutas e uma pequena garrafa de suco caseiro. — Fiz algumas coisas simples, mas pensei que você iria gostar.

O gesto fez o coração de Haru se aquecer. — Isso parece incrível! — ele exclamou, surpreso com o esforço dela.

Enquanto se sentavam na toalha, Haru começou a falar sobre os lanches que havia preparado, mas logo percebeu que a conversa estava oscilando entre a leveza e a tensão subjacente. Os sorrisos eram genuínos, mas havia momentos em que Aki parecia perdida em pensamentos.

— Então, o que você acha do lugar? — Haru perguntou, tentando quebrar o silêncio que se instalou.

— É lindo! — Aki respondeu, mas sua voz não carregava a mesma animação de antes. — Eu adoro a natureza.

Haru sentiu que era o momento de falar. — Aki, sobre ontem... — ele começou, mas ela o interrompeu.

— Haru, antes de falarmos sobre isso, eu queria que aproveitássemos esse dia. — Aki sorriu, mas havia um brilho de ansiedade em seus olhos. — Vamos nos divertir um pouco?

Ele assentiu, mesmo sabendo que a conversa seria inevitável. — Tudo bem, vamos lá.

Os dois passaram um tempo brincando, correndo e tirando fotos, tentando capturar a alegria do momento. Mas a tensão permanecia no ar, como uma nuvem carregada que poderia se transformar em tempestade a qualquer instante.

Depois de algumas brincadeiras, Haru sentou-se e observou Aki, que parecia mais relaxada agora. Mas a dúvida ainda o atormentava. Ele queria saber o que ela realmente estava pensando.

— Aki... — ele começou novamente, mas mais uma vez, ela desviou o olhar, um sorriso nervoso nos lábios.

— Haru, eu só... quero aproveitar nosso tempo juntos. Depois, talvez possamos conversar sobre tudo isso? — Aki disse, os olhos brilhando, mas carregados de uma tristeza silenciosa.

A resposta o deixou inquieto. Ele queria entender, mas também queria respeitar o desejo dela. — Claro, eu só... quero que você saiba que estou aqui, independentemente do que você decidir.

Aki sorriu, mas Haru podia ver que havia uma batalha interna acontecendo. Ele esperava que o dia pudesse trazê-la de volta a um lugar de felicidade, mesmo que por pouco tempo.

Enquanto a tarde avançava, eles se perderam nas conversas e nas risadas, mas sempre havia um resquício daquela tensão não resolvida. E enquanto o sol começava a se pôr, tingindo o céu de laranja e rosa, Haru sabia que a conversa que tanto temia e desejava estava se aproximando.