Capítulo 19

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Tsukauchi lamenta escolhas de vida

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Inko não dormiu naquela noite. Não, ela tinha muita coisa na cabeça e nada ao mesmo tempo. Toshinori pode ter ajudado seriamente a limpar sua mente com suas carícias, sim. Mas outra parte de Inko permaneceu pensativa. O efeito do álcool havia desaparecido há um tempo, mas sua coragem permaneceu intacta. Talvez fosse por isso que, apesar de estar exausta, Inko se recusou a dormir. Ela não queria dormir e acordar com a velha Inko. Não, ela queria que o feitiço de segurança durasse. Ela não queria se arrepender ou recuar, e para isso, Inko sentiu que tinha que chegar ao ponto sem volta antes de permitir tempo suficiente para sua mente pensar demais.

Ela saiu dos lençóis, deixando o não tão estranho dormindo em sua cama. Inko estava sem companhia desde o diagnóstico do filho. Não é como se ela tivesse seu futuro marido na frente dela. Não, Deus, não. Ela mal o conhecia. Sim, ele sabia ouvir e se mover bem. E para alguém que parecia tão magro, ele definitivamente conseguia acompanhar todas as rodadas que Inko propunha. Mas isso era algo casual.

Sua prioridade pela primeira vez na vida era ela mesma. Então lá estava ela de manhã, sentada no vaso sanitário com as pernas cruzadas, fazendo suas próprias necessidades. O único lugar onde ela tinha tempo para si mesma depois de tantos anos como mãe. Lá, ela procurou e procurou novamente rolando em seu telefone até que ela disse a si mesma, por que não?

Ela comprou a próxima passagem de avião para a América. Ah sim, ela iria se libertar de tudo isso. Este era seu ponto sem volta, querida. Ela tinha apenas algumas horas para aparecer no aeroporto. Ela saiu do banheiro determinada e foi direto para sua velha mala empoeirada. Ela silenciosamente a encheu com roupas, não querendo acordar seu amante perfumado. Ela pegou o envelope que teve a coragem de pedir anos atrás, mas nunca enviou: os papéis do divórcio. Ela colocou tudo em sua mala e pegou os documentos. Era o momento.

Ela ainda tinha mais ou menos uma hora antes da partida, e bem, mesmo que Toshinori tivesse sido um grande amante, ela não deixaria um estranho ficar em sua casa como se isso fosse um filme americano. Não. Mas isso não significava que ela não pudesse aproveitar um pouco mais. Sabe, Inko sentia que precisava recuperar mais de quinze anos de sua vida. Então acordar um estranho com beijos não parecia uma má ideia. Nada do que o loiro realmente reclamaria.

E lá estavam eles, num ritmo frenético, quando a porta da frente se abriu. Não ouviram nada do quarto, estavam muito absortos. Nem ouviram os passos, os murmúrios, nem a porta se abrindo. Mas ouviram claramente:

"MEUS OLHOS, CARALHO!!!!! GROOOOOSSOOO PORRA. MÃE! AGGGGHHHHH"

Logo antes de uma porta bater. Então eles ouviram:

"VAI GAROTA" e mais risadas vindas da sala de estar.

E você sabe de uma coisa, que se dane, Inko decidiu levar isso com humor e terminar o que começou. Não é como se ela planejasse ver aquele homem de novo. E o dano estava feito, certo? Ela tinha acabado de traumatizar o sobrinho.

Bakugo Katsuki saiu da casa de Midoriya dizendo que ia lavar os olhos com alvejante. Mitsuki, por outro lado, não conseguia acreditar no que estava acontecendo ali. Mas ei, ela não iria embora sem a fofoca. Porque essa Inko não era ela... sua Inko de sempre. Ela a lembrava mais de sua jovem amiga.

Inko beijou Toshinori uma última vez.

"Muito obrigada, de verdade. Sinto muito. Leve o tempo que precisar. Vou tomar banho. Tenho um avião para pegar."

Bem, talvez ela estivesse em um filme americano, e pela primeira vez, ela era a protagonista, claro que sim. E com isso, Inko foi para o chuveiro. Ela saiu do banheiro completamente vestida para encontrar sua melhor amiga fazendo café e torrada. Elas se olharam nos olhos e depois de um breve silêncio, caíram na gargalhada. Uma risada leve.

Causa Perdida (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora