Eu tremia, meu coração disparado como um tambor. Estava encurralada em um beco escuro, meus olhos arregalados ainda tentando processar o que acabara de acontecer. A criatura - uma massa retorcida de escamas e garras, com olhos que brilhavam num vermelho sombrio - havia surgido do nada. A batalha tinha sido um borrão de luzes e sons, e agora eu estava sozinha, com a respiração curta e uma dor aguda nas pernas. Por sorte, o monstro havia desaparecido, mas eu sabia que não estava segura. Um frio intenso percorreu minha espinha, e a única coisa que eu conseguia ouvir era o meu próprio coração batendo descontroladamente em meu peito.
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Do outro lado do parque, Luke Skywalker - não, brincadeira, Luke Castellan, um semideus - estava vagando, procurando qualquer sinal de perigo. Com o céu escuro como pano de fundo, ele sentia uma tensão no ar, como se o próprio ambiente estivesse esperando por algo. Porém, um som estranho chamou sua atenção: o choro suave de uma garota. Ele se aproximou com cuidado, pronto para qualquer ameaça.
--------------------- Oi... está tudo bem? - ele perguntou, a voz gentil, mas firme, enquanto se agachava ao meu lado.
Eu olhei para ele, meus olhos úmidos e arregalados.
- N-não... - Gaguejei, ainda tremendo. - Um monstro... eu... não sei o que aconteceu!
Ele franziu a testa, e notei que ele parecia preocupado. Eu não entendia por que estava tão assustada e confusa, mas sentia que estava prestes a desmoronar.
Antes que pudesse dizer mais, uma garota apareceu, com um ar impetuoso. Seu casaco de couro e uma lança brilhante, que ela chamava de Aegis, a tornavam inconfundível.
- Encontrou mais um perdido, Luke? - Ela arqueou uma sobrancelha, sua expressão misturando impaciência e preocupação.
- Acho que sim, Thalia. Esta é...? - Luke diz com um sorriso gentil, e isso me deixou um pouco mais calma.
- E- Ellen... - Gaguejei, parando de tremer.
- Ellen, que nome bonito... - Luke vira para Thalia. - Ela foi atacada por um monstro.
Thalia bufou, mas seus olhos suavizaram ao me ver encolhida no chão. A força e a determinação dela me fizeram sentir um fio de esperança.
- Ok, vamos sair daqui. Onde está o monstro agora? - Thalia perguntou, e eu a observei com admiração.
Eu apontei com um dedo trêmulo, minha voz quase um sussurro.
- Ele... ele se foi, mas eu acho que vai voltar.
Luke assentiu, a expressão dele se tornando mais grave.
- Thalia, precisamos tirá-la daqui antes que algo mais apareça.
Assim que as palavras saíram de sua boca, um rugido ecoou pelas árvores. Meu coração parou por um instante. Algo gigantesco estava se aproximando, e o som fez o pânico tomar conta de mim novamente.
- Ai, lá vamos nós de novo! - Thalia revirou os olhos, empunhando sua lança com destreza. Eu mal conseguia processar o que estava acontecendo.
De repente, as sombras à frente começaram a se mexer. O monstro que me atacou não tinha ido embora. Ele estava de volta, mais furioso e determinado. Senti uma onda de terror me invadir, mas também um desejo ardente de lutar.
- Vai ser um daqueles dias... - Luke murmurou, sacando sua espada. - Ellen, fica atrás de nós.
O monstro se lançou para cima deles, uma mistura grotesca de leão e serpente. Luke e Thalia atacaram com uma sincronia impressionante. Era como se estivessem dançando, cada movimento um reflexo do outro. As garras da criatura roçavam no escudo de Thalia, enquanto Luke desferia golpes precisos com sua espada. Eu paralisada de medo e admiração, assistia à batalha com os olhos arregalados.
Mas o monstro era forte, e cada vez que parecia cair, ele se levantava mais furioso. Meu coração estava na garganta, e a adrenalina pulava em minhas veias. Então, algo inesperado aconteceu. O monstro arrancou a espada de Luke que caiu perto dos meus pés, em um impulso pego a espada ainda com as mãos trêmulas. A espada parece me dar um poder, com uma falsa confiança me aproximo do monstro.
Me aproximo devagar tentando não ser percebida oque fiz muito bem. Luke ainda lutava muito bem sem a espada e com a ajuda de Thalia, eles eram uma ótima dupla. Quando fiquei de costas para o monstro fiquei a espada nas costas dele.
- Ok, definitivamente uma semideusa - murmurou Thalia, a incredulidade em sua voz.
O monstro se dissolveu em poeira dourada, deixando apenas o silêncio no ar. Eu caí de joelhos, a exaustão me consumindo. Luke se aproximou de mim, sua expressão cheia de espanto e preocupação.
- Você... você acabou de fazer isso? - ele perguntou, ainda tentando entender o que havia acontecido.
Eu olhei para minhas mãos, incapaz de acreditar no que tinha acabado de acontecer. A sensação de poder ainda pulsava dentro de mim, como se uma parte de mim estivesse despertando para um novo mundo.
- Eu... acho que sim. - minha voz saiu trêmula, cheia de dúvida.
Thalia soltou um suspiro exasperado, mas havia um brilho de esperança em seus olhos.
- Vamos conversar sobre isso mais tarde. Agora, precisamos encontrar um lugar seguro. Não é seguro aqui fora à noite.
Caminhamos por algum tempo, o silêncio pesado entre nós, até avistarmos uma pequena cabana velha, escondida entre as árvores. O lugar parecia abandonado, mas Luke, sempre cauteloso, verificou o perímetro.
- Parece seguro por enquanto - ele disse, embora a tensão ainda estivesse presente.
No barraco, nos acomodamos. A luz fraca que entrava pelas frestas da madeira criava sombras dançantes, e eu ainda estava confusa, mas sentia uma estranha sensação de pertencimento ao lado daqueles dois. Luke e Thalia trocaram olhares, e percebi que sabiam que a jornada de uma nova semideusa estava apenas começando.
- Bem-vinda ao nosso mundo - Disse Thalia com um sorriso meio cansado, meio sarcástico, mas cheio de significado.
Respirei fundo, sentindo o peso da nova realidade que me aguardava. Talvez, apenas talvez, eu não estivesse tão sozinha quanto pensava. O medo começou a se dissipar, dando lugar a uma emoção desconhecida. A chama no escuro estava apenas começando a brilhar, e a aventura que me aguardava seria mais do que eu jamais poderia imaginar.
À medida que nos estabelecíamos na cabana, uma nova determinação começou a brotar dentro de mim. Eu era uma semideusa, e isso significava que meu destino estava em minhas próprias mãos. Enquanto Luke e Thalia discutiam em sussurros sobre o que fazer a seguir, percebi que estava prestes a embarcar em uma jornada que mudaria minha vida para sempre. Eu tinha uma nova família, uma nova identidade e, mais importante, um novo propósito.
Olhei para o céu através da janela quebrada. As estrelas brilhavam como faróis, iluminando o caminho que eu ainda precisava percorrer. E, por um instante, senti uma centelha de esperança. Eu estava pronta para enfrentar o desconhecido.
1111 palavras
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Ellen Graves, Enigma do Mar
Pertualangan1° história da coleção "Ellen Graves" Verão ☀️ Profecia: Quando a lua cheia ascender no céu, Três destinos nas ondas irão se encontrar. A filha do mar, destemida e sábia, Parte em busca da deusa aprisionada. Nas sombras de um amor antigo e traiçoeir...