CAPÍTULO 2 - A MANSÃO KELLINGS

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Após o desjejum, Flo, Stacy, Mila, Lou e Nancy foram até o casarão ao lado que, agora, se tornara mais belo do que nunca. Quando Flo abriu o portão, Stacy correu até a porta e bateu de modo cavalheiresco.

- Bom dia, senhoritas. Posso ajudar? – um homem, da casa dos cinquentas, abriu a porta.

- Será que ele é o marido da tia Ellen?! – perguntou Nancy, sussurrando para Mila.

- Somos amigas da srta. Ellen, podemos entrar? – perguntou Flo.

- Claro – respondeu abrindo totalmente a porta. – Ela está na sala de estar – disse ele, conduzindo. Sentada em sua poltrona verde-escuro, a srta. Ellen as recebia excepcionalmente bem, com seu novo sorriso animado.

- Que bom que vieram! Que bom que vieram! – exultou.

- Nunca iremos abandoná-la – declarou Nancy, com uma postura imperial.

- Quem é o senhor que nos recebeu? – perguntou Lou, curiosa.

- O sr. Joseph é o mordomo. Um conforto para mim, antes de aparecerem – contou ela.

- Ele parece simpático – observou Mila, que apreciava pessoas calmas.

- Pensei em fazer uma apresentação dessa mansão, se quiserem – disse Ellen.

- Gostaria muito – assentiu Flo, a qual era impressionada por casas grandes como aquela.

- Bom, então venham – concluiu a idosa, levantando-se.

Se eu me atrever a contar todos os diálogos que elas fizeram ao longo da "apresentação", este capitulo irá ficar longo e, provavelmente, cansativo. Então eu mesma irei apresentá-los a Mansão Kellings de forma mais rápida que a senhora Ellen. A casa continha dois andares. No primeiro andar havia um salão para comemorações, próximo ao formidável jardim de gerânios, botinhas de ouro e lírios; uma cozinha excelente; uma sala de estar para visitas; uma sala de jantar; e, como todos os ricos da época, um banheiro dentro de casa. No segundo andar, onde ficava o quarto da Srta. Ellen, também se localizavam mais quatro quartos; uma biblioteca com um piano; e um sótão. Após ir para lá e acolá, a srta. Ellen se cansou e, como não queria interromper a diversão das meninas, que parecia ser muito grande (e era), deixou-as passearem pela casa, contando que tivessem cuidado para não quebrar nada. Então elas se dividiram: Flo foi para o salão; Stacy para biblioteca; Mila procurou pela cozinha até achar; Lou foi para o jardim, pois quis pesquisar detalhadamente cada espécie existente; Nancy acompanhou a senhora Ellen até o seu quarto.

- Extremamente grande! – admirou Flo, quando estava no salão de festas na companhia do mordomo. – Nunca fui a um salão antes. Aqui já teve festas? – perguntou.

- Claro. Quando a srta. Ellen ainda morava com os pais – respondeu educadamente.

- Essa casa era deles? – indagou a moça.

- Sim. Ficou de herança para a filha mais velha, a senhora Ellen – contou Joseph.

- Ela tem irmãos?! – intrigou-se Flo, - Achava que era filha única por ser tão solitária nesse casarão.

- Ah, senhorita, é uma grande história! – murmurou baixo o senhor.

- Desejo ouvi-la! Conte-me! – implorou animadamente.

- A senhora tinha uma irmã, a sra. Coralina – iniciou. - Quando o sr. e sra. Jones faleceram, a sra. Coralina estava casada com o sr. Henry. Após o enterro infeliz, as duas irmãs foram a procura das heranças. a srta. Ellen ficara com Kellings, enquanto a jovem Coralina recebeu a chácara de verão. A caçula ficou de mal, pois cobiçava desde criança continuar a morar na mansão. Foi assim que elas brigaram e nunca mais se falaram – concluiu o homem idoso.

- Oh, que triste. Espero que tudo se resolva um dia – suspirou Flo, com um sorriso reconfortante, que todas as meninas uma vez na vida deram.

Enquanto Florence e o sr. Joseph conversavam e se tornavam cada vez mais amigos, Stacy estava na biblioteca, como nós já devemos saber. "Este é o verdadeiro paraíso de uma leitora voraz!", pensou olhando para as três paredes cobertas de prateleiras completas de livros. Era uma diversidade. Havia romances, clássicos, épicos, dramas, suspense, mistério e além. "Ora, que gatinho de pelo macio! Qual será seu nome?", pegou o gato branco, que estava deitado sobre o tapete, e leu em sua coleira: "Butty". Pegou A Odisseia e sentou-se na poltrona, satisfeita. Ao mesmo tempo, da cozinha sentia-se um cheiro suave da juventude. Mila conheceu Ruth, a criada que preparava as refeições da senhorita Ellen.

- A senhora que fez o chá da tarde que tia Ellen nos deu? – perguntou Mila.

- Exatamente, minha querida – respondeu Ruth.

- Estava uma delícia! Queria cozinhar assim – disse.

- Sabe cozinhar algo, menina? – perguntou a mulher.

- Não – respondeu melancólica.

- Então vou ti ensinar. Venha todos os dias, e iremos cozinhar juntas – animou a criada.

- Isso seria uma maravilha! – celebrou a jovem.

Louise, neste intere, estudava o belo jardim com seus olhos atentos. Assim que observou cada plantinha sensível, porém firme no solo, a moçinha colheu um ramalhete e criou uma guirlanda, que pôs em sua cabeleira morena. Acima dela, a velha senhora a observava de seu quarto, enquanto mostrava a Nancy suas bijuterias.

- Um broche magnífico – declarou a menina com os olhos fitados no objeto em formato de estrela com uma esmeralda no meio, que estava em sua mão.

- Realmente – respondeu a idosa, que tinha o broche há muito tempo. – Ele é bastante antigo; era da minha mãe.

- Ela tinha bom gosto, assim como a senhora – admirou Nancy, que tentava ser uma "dama perfeita", como vira um dia no jornal.

- Bom, – começou Ellen - vejo que também gosta desse tipo de estilo. Escolha uma joia para eu lhe dar quando ficar da idade de Florence – disse a senhora, tirando daquele rostinho um sorriso largo cheio de alegria e satisfação.

O dia continuou com muita diversão e descobertas dentro da mansão. Quando todas se reuniram novamente para a hora do almoço, Florence estava mais amiga que nunca com o sr. Joseph; Stacy tinha lido metade do livro; Mila se satisfez em ajudar Ruth no preparo do almoço; Lou estava com o cabelo mais lindo que nunca; e Nancy se sentia orgulhosa por ter um elegante broche guardado para ela. 

A MANSÃO DA TIA ELLENOnde histórias criam vida. Descubra agora