CAPÍTULO 39 - REUNIDOS NOVAMENTE

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O natal havia chegado outra vez e todos estavam reunidos novamente. Tia Ellen recebeu, juntamente com Ruth e o sr. Joseph, Flo, Will e Kate; Stacy e Levi, que se gabava por ter a "noiva mais brincalhona da região"; Mila, Joshua, Mary e o pequeno Joseph; Lou, que havia acabado de chegar de Paris; Nancy e Ian, os quais só falavam sobre o casamento, que, a princípio, estava cada vez mais próximo.

Ruth e as meninas fizeram o banquete, até que, quando iam colocar o peru para assar, notaram que esqueceram de colocar os tomates.

- Até que é divertido cozinhar. – refletiu Stacy.

- Que bom que gostou, – respondeu Flo – porque quando se casar terá que ser uma mestre no assunto.

- Não me conformei ainda sobre isso. – contou Nancy.

- Posso dar algumas dicas para vocês; Aprendi muito com Ruth. – disse Mila de bom agrado por ter a oportunidade de ajudar.

- Bem, por falar em Ruth, Ruth porque está demorando tanto no armazém?! – perguntou Flo. A cozinheira não respondeu, mas apareceu de repente com a cesta de tomate vazia. Completamente vazia.

- Os tomates acabaram! – gritou a mulher, se bem que já envelhecia aos poucos.

- Como vamos asar o peru sem os tomates?! – indagou Nancy desesperada, - Não existe peru sem tomates!

- Se acalme, Nancy. – aconselhou Lou, - Daremos um jeito, não é mesmo meninas?!

- Sim, e o problema é fácil de se resolver. – respondeu Mila.

- Lou vá comprar os tomates, antes que os mercados se fechem. – ordenou Flo, como velha irmã que era.

– Não conte a ninguém o que irá comprar, elas se escandalizam. – completou Stacy.

- Stacy e eu tentaremos iludir os outros com o que já temos pronto. – decidiu Nancy.

- Não, irmãzinha, é melhor que você fique ajudando Ruth e Flo, pois o sorvete ainda não está pronto, se lembra? – disse Mila, - Eu ajudo Stacy.

Enquanto cada uma fazia sua missão para que os outros lá da sala tentassem esquecer o atraso do peru, Lou partiu da mansão mais rápido que podia. Seu trabalho era o mais difícil com certeza, porque estava nevando forte e o vento gelado poderia deixa-la com um resfriado terrível. Mas, como Deus sempre cuida de seus filhos, a pessoa menos esperada veio ajuda-la naquele momento. Esta pessoa era nem mais e nem menos que Robert Crapper.

- Louisa Moore?! – indagou, - Entre, eu te dou uma carona.

- Não precisa, sr. Crapper. – respondeu firmemente.

- Ah, Deus! Pare de ser persistente e entre nessa charrete agora mesmo! – mandou com um tom de autoridade. Ela o encarou incrédula, até que o rapaz disse: - Sim, isso foi uma ordem. – Lou se rendeu, ela estava com muito frio e entrou na charrete de seu "inimigo eterno".

- Mora aqui? – perguntou ele.

- Sim. – respondeu.

- Tenho alguns amigos na cidade. – contou, mas Lou, olhando a rua pela janelinha, demostrava nenhum interesse na conversa.

"Ele foi tão gentil comigo. Não é uma boa atitude agir desse jeito" pensou ela.

- Também tenho muitos amigos aqui. – disse com tentando ao máximo ser amigável.

- Conhece os irmãos Riller?

- Sim; são amigos de infância.

- Ian e Levi são meus primos.

- Minha nossa! – exclamou surpresa, nunca imaginara tal parentesco entre seus amigos e seu "inimigo de estudo" – Enfim, ganhou a última prova da Universidade?

- Não. Errei três questões de matemática.

- Mas você é tão bom na matéria...quem ganhou?

- Você. 

- Eu ganhei?! – gritou exultante. – Mas, e você?

- Desde quando se importa comigo? Fiquei em segundo lugar.

- Meus parabéns. Espere... você não fez o que eu imagino que fez, não é mesmo?!

- Sim, eu errei com querer. Soube que desejava ganhar de mim.

Ela corou. Não importa quem tivesse contado aquilo para ele, era pura verdade que Lou sonhava vencer do jovem Crapper. "Graças a Deus!" louvou mentalmente, quando chegaram ao seu destino: o mercado, que ainda estava aberto. Após descer da charrete, Lou, se deparando com a ventania novamente, se assustou quando Robert foi até ela.

- Irei lhe acompanhar. – explicou, - Eu também vou para a ceia de Natal em... – ele tentou lembrar o nome da mansão.

- Kellings. – completou ela, - Está bem, mas se comporte.

- Não acha que estou um pouco velho demais para mandar que eu me comporte? – indagou com uma gargalhada, a qual fez Lou rir. Aos poucos, ela começou a gostar da companhia do "inimigo" de estudo. Robert sentia o mesmo, além disso achava Lou inteligente, engraçada e, sem dúvidas, muito bonita.

- O que vamos comprar?

- Tomates. – respondeu, corando ao lembrar que não deveria ter contado.

- Você está corada.

- Eu sei. – sorriu timidamente, - Minha irmã Stacy me mandou não contar a ninguém.

- Bom...eu não me importo de comer um peru sem tomates. – deu de ombros.

- Não gosta?!

- Não.

- Você realmente é uma pessoa muito estranha, sr. Crapper!

- Não diga isso de mim! Você também é uma moça muito esquisita, principalmente quando está competindo em provas! – os dois riram.

Com os tomates já em mãos, Lou voltou para a mansão com um sorriso radiante. Suas irmãs a olhavam com risadinhas suspeitas, que definitivamente confundia a pobre Lou. O peru foi concluído a tempo, e todos cearam. Todos tiveram grande interesse pelo estudante de Paris. Infelizmente, as horas se avançavam e ele se despediu de todos. Claro que o viriam novamente, pois havia sido convidado para os próximos casamentos de Kellings.

- O Robert é um bom rapaz. – refletiu Lou, enquanto olhava o jovem desaparecer pela nevasca.

- Realmente. – concordou tia Ellen.

- Lou, posso lhe fazer uma pergunta? – indagou Levi e a moça assentiu com a cabeça.

- Está... – antes que terminasse, um grito o interrompeu.

- Levi Riller! Que boca grande! Não diga isso logo de cara! – repreendeu Stacy, quando as duas bochechas morenas da irmã se avermelharam ao imaginar a pergunta.

- Ainda não sei identificar meus sentimentos. – respondeu Louisa.

- Mas gosta dele, não gosta?! – perguntou Nancy com um sorrisinho.

- Sim, caçulinha... – suspirou. Todos se mantiveram em silencio, até que, Mila, vendo Mary sonolenta no colo do "tio Ian", resolveu voltar para casa, afinal, uma tempestade de neve acontecia lá fora, e provavelmente pioraria. Flo também pensou a mesma coisa e começou a agasalhar a filha. Quando as duas irmãs e suas famílias partiram, sobraram Levi, Ian, Nancy, Stacy e Lou.

- Durmam aqui, é melhor. – ordenou a senhora amada, e seus aprendizes assentiram. Ao subirem as escadas, quando abriam as portas dos quartos, Levi correu e gritou:

- Ei! Venham aqui! – ele tinha aberto a porta da velha e infantil Sala, onde haviam brincado tanto quando pequenos. Os outros não aguentaram a curiosidade, já que havia tempo que entraram ali, vasculharam todos os papeis e brinquedos que havia.


A MANSÃO DA TIA ELLENOnde histórias criam vida. Descubra agora