Há muito tempo, Lou, além de aprender a falar francês, japonês e italiano quase fluente, sabia tocar um pouco de piano. Com algumas aprendizados importantes na cabeça e a partitura em sua frente, ela tocava bem. Um dia, uma amiga da tia Ellen precisava de alguém para tocar o piano em seu baile e soube da habilidade colaborativa da jovem.
- Pare de frescura, Lou Moore! Você é uma excelente menina para tocar o piano – disse Stacy, que estava ciente dos vinte cinco dólares que Lou ganharia.
- Ainda não sou como Bethoven para tocar em um baile! – murmurou a irmã.
- E não precisa ser! Você já tocou várias vezes para nós e sei que pode fazer o mesmo no baile – assegurou a loira.
- Stacy, tocar para vocês é diferente. Eu terei que tocar para cinquenta pessoas! Cinquenta! – gritou a mais nova.
- Sei disso, e sei que, se for, dará o seu melhor – sorriu, - Além disso, se não for, te chamarei de "rapariga" por um mês! – ameaçou, pois sabia que a garota, assim como as outras, detestava ser chamada daquela maneira. Lou não teve escapatória. Combinou com a mulher que iria, se ela liberasse levar sua partitura. Lou escolheu as melhores músicas que conhecia e as treinou até cansar. Vigorosamente, ela fez o máximo que podia para não errar nenhuma nota no baile.
No dia combinado, quando todos pediram uma dança, Lou abriu sua partitura e começou a tocar. Tocou diversas músicas e, quando teve que tocar Fur Elise, respirou fundo, até que, após três ou quatro notas, o que ela mais temia aconteceu. Uma nova corrente de vento apareceu dentro do colossal salão e fez com a folha da música, a qual ela tocava, voasse para longe. Não havia ninguém para pegá-la e Lou ficara desesperada porque aquela música era seu ponto fraco. Ficou perdida, sem saber o que fazer; seu coração palpitava de nervosismo e, por um minuto, desejava nunca ter vindo ali. Ela não percebeu, até que se deu conta de que tocava outra música. Por saber algumas notas, ela se viu criando uma nova música. Era certamente algo inovador, mas Lou sentia como se soubesse há anos tocar aquelas teclas. Todos dançavam com prazer e encantamento e, quando a música encerrou completamente, Lou ouviu inúmeros elogios.
- Nunca vi nenhuma melodia igual a essa! Qual o nome, minha querida? - perguntou uma certa senhora à jovem pianista.
- "Uma nova música", este é o nome – respondeu Lou, um pouco sem graça, colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
- Foi terrível a sensação! Ainda bem que consegui tocar – suspirou ela, ao contar tudo às irmãs. E este foi o dia em que Louise Moore, uma moça inteligente, porém que não sabia tocar piano como uma verdadeira pianista, criou sua primeira, e lamento também ter sido a última, música.
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A MANSÃO DA TIA ELLEN
Novela JuvenilApós se mudar para uma casinha, 5 irmãs se interessam pela residente da mansão vizinha, uma velha rica solitária. Depois de um encontro inesperado, elas acabam amando a mansão e todos que nela habitam. Neste livro, veremos o crescimento de 5 crianç...