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Quem pronto pra saber a verdade? Próximo vai ser um POV da Ling. Que eu particularmente amo. É meu xodó. Não vai ser um capítulo grande.
Mas teve um comentário sobre parecer que a Ling não gosta da Orm. E p próximo capítulo vai provar o quão errado foi esse pensamento 🥺






Orm estava parada em seu quarto, o peso da confusão e da incerteza a oprimindo. Havia tanta desordem em sua mente, tantas perguntas sem respostas. A visita à igreja tinha sido um alarme falso; as duas voltaram para casa, mas a sensação de que algo estava errado permanecia.

Ela se encarava no espelho, observando seu próprio reflexo. As palavras de Ling ecoavam em sua mente como um mantra perturbador, cada uma delas um lembrete doloroso de suas inseguranças. Orm se questionava se deveria duvidar de sua fé. Como filha do Todo-Poderoso, não deveria haver espaço para tais pensamentos. A dúvida parecia um luxo que ela não podia se permitir.

Com um profundo suspiro, fechou os olhos, desejando que os ecos da incerteza se calassem. Em vez disso, um cheiro familiar invadiu suas narinas, e quando abriu os olhos, viu-se no parque, em um dia de outono. As folhas caíam suavemente ao seu redor, e a luz do sol filtrava-se através das árvores, criando um espetáculo de cores quentes.

Ling se aproximava, um sorriso iluminando seu rosto. — Você está linda — disse, a voz dela era como uma melodia suave, confortante.

Orm não pôde evitar um sorriso em resposta, sentindo-se aquecida por aquela lembrança. O olhar de Ling, cheio de admiração, a fazia esquecer por um momento as preocupações que a cercavam. Ela se permitiu viajar naquela memória, saboreando a simplicidade do momento em que tudo parecia perfeito. As risadas, as conversas despreocupadas, e a sensação de que estavam juntas em um mundo onde nada poderia intervir.

— Você sempre sabe como me fazer sentir especial — Orm respondeu, seu coração apertando com a mistura de alegria e tristeza.

Ling segurou a mão de Orm, e juntas elas caminharam pelo parque, a brisa suave envolvendo-as como um manto acolhedor. O cenário era perfeito, com as árvores balançando suavemente e o sol se pondo no horizonte, tingindo o céu de laranja e rosa. Elas pararam em frente ao parquinho, onde um casal brincava com suas duas crianças. Os risos das crianças ecoavam como música, cheios de alegria e inocência.

Ling observou a cena com um sorriso sonhador no rosto. — Um dia, eu gostaria de estar aqui com você — disse, o olhar brilhando com a esperança. — E duas mini cópias nossas brincando por aí.

Orm sorriu, sentindo um calor subir em seu peito. — É um bom sonho — respondeu, sua voz suave, como se quisesse abraçar aquele momento.

Mas então, o sorriso de Ling se desfez um pouco, e ela acrescentou, um pouco melancólica: — Mas acho que isso só vai ficar em sonhos. Afinal, a minha poderosinha, filha do Todo-Poderoso, não pode ter filhos.

O coração de Orm apertou com a dor nas palavras de Ling, e ela sentiu o peso da realidade que pesava sobre elas. Ling continuou, a tristeza na voz quase palpável. — Mas quem sabe em uma próxima vida? Talvez possamos realizar isso.

Orm olhou nos olhos de Ling, vendo o anseio e a dor que se escondiam atrás daquele sorriso. A ideia de uma próxima vida era ao mesmo tempo reconfortante e dolorosa. Ela queria mais do que qualquer coisa estar ao lado de Ling, compartilhar um futuro, mas a realidade a impedia de sonhar.

— E se essa vida for a única que temos? — Orm perguntou, a voz suave, quase um sussurro.

Ling deu um passo à frente, a mão de Orm ainda entrelaçada na dela, e respondeu com firmeza: — Sonhar é tudo o que nos resta, Orm. Mas eu quero que você saiba que, independente do que acontecer, você sempre terá um lugar especial em meu coração.

a Dança do Eclipse- LingOrmOnde histórias criam vida. Descubra agora