Dia De Pais E Filhos

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━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━A manhã seguinte chegou como qualquer outra para Hinami

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A manhã seguinte chegou como qualquer outra para Hinami. O sol já iluminava o horizonte, mas para ela, era apenas mais um dia comum. Não havia motivo algum para comemorar. O famoso "Dia de Pais e Filhos" não significava nada em sua rotina, especialmente porque a ausência de seu pai em casa era algo tão constante que ela mal se lembrava de como era tê-lo por perto. Para ela, esse era um dia onde a vila estava cheia de pais sorridentes com seus filhos, enquanto ela, Boruto e Himawari sempre ficavam sozinhos.

Ela se levantou da cama e se arrumou mecanicamente, vestindo sua habitual roupa ninja, com gestos frios e precisos. Talvez pudesse sair e encontrar seu time, pensou. Mas logo lembrou-se de que Kimasu estaria com seu pai, Kiba, e Shawn com Shino. Todos estariam aproveitando o dia com suas famílias, menos ela e seus irmãos. Sentindo um peso em seu peito, que rapidamente afastou com um suspiro, Hinami decidiu que não ficaria presa em casa o dia todo. Pensou em Himawari, que raramente saía de casa, sempre presa na rotina com a mãe. Talvez pudesse, pelo menos, fazer algo por ela.

Com esse pensamento, foi até o quarto da irmã. A porta rangeu levemente quando Hinami entrou, vendo Himawari ainda dormindo profundamente, seus longos cabelos espalhados pelo travesseiro. Aproximou-se da cama com sua típica postura firme e séria, inclinando-se sobre a pequena.

— Himawari — chamou, sua voz baixa, mas autoritária.

Himawari resmungou algo, virando-se para o lado, ainda sonolenta. Hinami bufou levemente, mas, em um gesto que poucos veriam como carinhoso, passou a mão nos cabelos da irmã mais nova e deu um leve empurrão na cama.

— Acorda. Vamos sair depois do café da manhã. Vai se arrumar — disse Hinami, ainda com seu tom sério e distante, mas havia uma leve suavidade escondida.

Os olhos perolados de Himawari se abriram de repente, cheios de animação.

— Sério? A gente vai passear?

Hinami assentiu, afastando-se da cama.

— Sim, então levanta logo e vai tomar banho. Não quero demorar o dia todo.

Himawari, cheia de energia, saltou da cama com um sorriso radiante.

— Já vou, já vou! — E correu para o banheiro.

Hinami observou a cena por um momento, os olhos quase revelando um vestígio de ternura, mas logo virou-se para voltar ao seu próprio quarto. Ela precisava se arrumar também, embora fosse algo que fazia sem pressa, já que seu estilo nunca mudava. Depois de alguns minutos, saiu do quarto, pronta, mas percebeu que Himawari ainda estava se arrumando. Decidiu, então, descer para ver o que sua mãe estava fazendo.

Na cozinha, Hinata estava de pé, preparando o café da manhã com seu olhar tranquilo e costumeiro.

— Mãe, quer ajuda? — perguntou Hinami, caminhando até a bancada.

— Claro, pode ajudar a arrumar a mesa.

Juntas, em silêncio, elas prepararam o café da manhã. Apesar de sua postura reservada, Hinami gostava desses momentos de tranquilidade com sua mãe, mesmo que não demonstrasse isso abertamente. Logo, Himawari desceu as escadas correndo, vestida e pronta, um brilho de expectativa em seus olhos.

— Estou pronta! — anunciou, animada.

Hinami, no entanto, percebeu a ausência de Boruto. Sabia que ele estava no quarto, provavelmente trancado como fazia nesses dias, evitando tudo e todos. Suspirou pesadamente. Sabia que Boruto não lidava bem com o Dia de Pais e Filhos, e aquele silêncio no andar de cima indicava que ele estaria de mau humor ou, pior, machucado emocionalmente.

Ela subiu as escadas com passos determinados, ignorando os murmúrios de Hinata pedindo para deixá-lo quieto. Ao chegar à porta do quarto de Boruto, Hinami a abriu sem bater, encontrando o ambiente escuro e abafado. Boruto estava deitado na cama, de costas para a porta, e ela ouviu um soluço baixo. Sem hesitar, entrou e fechou a porta atrás de si.

— Boruto — chamou, aproximando-se da cama.

Ele não respondeu, apenas se encolheu ainda mais, claramente tentando conter as lágrimas.

Hinami se aproximou, sentou-se ao lado dele na cama e, com um gesto raro de carinho, deitou-se por trás dele, abraçando-o em uma conchinha. Beijou suavemente o topo da cabeça do irmão mais novo, sentindo o corpo dele relaxar levemente em resposta.

— Você vai mesmo ficar assim o dia todo? — perguntou ela, com a voz fria e severa, mas com um toque de ternura escondido.

— Me deixa em paz, Hinami — murmurou Boruto, a voz embargada de frustração. — Eu não quero falar sobre isso.

— Não vai adiantar fugir, Boruto — disse Hinami, implacável. — Só porque o papai não vai estar aqui não significa que você tem que ser grosso com todo mundo. Acha que se esconder vai fazer diferença?

— Você não entende! — Boruto se virou abruptamente para encará-la, os olhos vermelhos de tanto chorar. — Ele nunca tá aqui! Todo mundo tem seus pais hoje, menos a gente! Você acha que isso não dói?

Hinami o encarou sem desviar o olhar, firme e resoluta como sempre.

— Eu sei muito bem o que isso significa. Mas descontar em quem tá sempre do nosso lado não é a resposta. Cresce, Boruto. — Ela o empurrou levemente, demonstrando sua frieza, mas continuou próxima, abraçando-o com força. — Himawari quer sair. Você vai deixar sua irmãzinha ficar triste também por causa do papai?

Ele não respondeu de imediato, apenas olhou para baixo, limpando as lágrimas com raiva.

— Eu não quero sair… — resmungou.

Hinami suspirou e apertou o abraço, um pouco mais firme.

— Vamos sair por ela. Não é só sobre você, Boruto. É sobre nós três. Vai fazer bem pra ela, e talvez até pra você, se parar de agir como uma criança mimada. A Himawari é muito mais nova do que a gente e merece ser feliz nesse dia e não ter traumas como nós que guardamos lembranças ruins todos os anos, vamos por ela.

Boruto ficou em silêncio por um tempo, os pensamentos conflitantes, até que finalmente cedeu, exalando pesadamente.

— Tá bom… eu vou.

Hinami sorriu levemente, algo que ele não pôde ver no escuro.

— Agora vai lavar esse rosto e desce pra comer.

Ele se sentou, ainda limpando as lágrimas. Hinami o puxou para um abraço rápido, beijando sua testa com um gesto de irmã mais velha. Boruto resmungou, sem jeito.

— Você tá doente ou algo assim? — perguntou, desconfiado.

Hinami soltou uma risada curta e quase imperceptível, empurrando ele de leve.

— Vai à merda, Boruto.

Ele riu, mais leve agora.

— Vai você!

E com isso, a tensão finalmente se dissipou, pelo menos por enquanto.

𝐏𝐑𝐈𝐍𝐂𝐄𝐒𝐀 𝐂𝐎𝐁𝐑𝐀| ᴴᶦⁿᵃᵐᶦ ᵁᶜʰᶦʰᵃ ᵁᶻᵘᵐᵃᵏᶦOnde histórias criam vida. Descubra agora