Corra Hinami!

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━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━Eu despertei aos poucos, como se estivesse submergindo de um pesadelo em que afundava sem controle

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Eu despertei aos poucos, como se estivesse submergindo de um pesadelo em que afundava sem controle. Minhas pálpebras pesavam, e cada movimento parecia um esforço exaustivo. Quando finalmente consegui abrir os olhos, percebi que estava sentada, com os braços e pernas presos firmemente aos braços e pernas da cadeira. Estranhei a sensação na cabeça, um peso estranho, uma pressão constante ao redor do meu crânio.

Virei os olhos o máximo que pude para tentar enxergar o que estava preso à minha cabeça. Havia tiras de couro, ajustadas com tanta força que pressionavam a pele, tornando cada segundo mais desconfortável. Em pontos específicos, sentia uma série de pequenos choques e impulsos elétricos fracos que vinham dos fios grudados ao meu couro cabeludo. Eram fios finos, grudados em eletrodos que pareciam penetrar sutilmente na pele, causando uma dor aguda e incômoda que só se intensificava cada vez mais. Aqueles eletrodos pareciam testadores impiedosos, sondando minha mente, meu chakra, minha essência.

Uma máquina ao lado da cadeira emitia um zumbido contínuo, uma sequência de barulhos que oscilavam conforme o aparelho coletava dados. Do painel principal, piscavam luzes em verde e vermelho, criando uma sinfonia de tortura que não dava descanso. Sentia como se estivesse sendo drenada aos poucos, cada pulso elétrico tirando um pouco de mim, da minha energia, da minha sanidade.

Meu coração batia descompassado, tentando desesperadamente acompanhar o ritmo dos impulsos que passavam pela minha cabeça, e o medo só aumentava. Era um desespero que vinha da incerteza, do desconhecido — eu não fazia ideia do que estavam tentando fazer comigo. O que queriam alcançar, o que esperavam que eu suportasse?

O pior de tudo era o efeito que aquele equipamento causava na minha mente. Não era apenas dor; era uma espécie de invasão, como se, a cada estímulo, eles arrancassem partes de meus pensamentos e memórias. Eu sentia minhas lembranças flutuarem, meus momentos mais importantes escaparem como areia entre os dedos. Rostos familiares, vozes que eu amava, tudo parecia embaralhado e distante. A cada novo impulso, era como se a realidade se distorcesse um pouco mais, deixando um vazio imenso, algo que ameaçava consumir o que eu ainda era.

Aos poucos, senti minha mente clarear, cada detalhe ao meu redor tornando-se mais nítido. Os zumbidos das máquinas, as cintilações das luzes, e o peso dos eletrodos em minha cabeça. Meus olhos, umedecidos pelo cansaço e pela dor, finalmente focaram na porta à minha frente. Era como se todo o meu corpo implorasse por descanso, mas me recusei a fraquejar. Não daria a eles o gosto de me ver vencida. Resisti ao impulso de lutar contra as amarras que seguravam meus braços e pernas, guardando o pouco de energia que tinha. Se eles esperavam medo, dariam de cara com algo muito diferente.

Então, ele entrou. O Dr. Tsumisaki, envolto naquela aura de arrogância e crueldade fria que eu já conhecia tão bem. Atrás dele, alguns homens robustos que pareciam sombras de sua vontade, prontos para qualquer ordem. Ele entrou com um sorriso fascinado, como se tivesse acabado de descobrir uma pedra preciosa. O olhar dele se fixou em mim, aquele brilho perturbador de quem não vê uma pessoa, mas uma coisa, um objeto a ser moldado, controlado.

𝐏𝐑𝐈𝐍𝐂𝐄𝐒𝐀 𝐂𝐎𝐁𝐑𝐀| ᴴᶦⁿᵃᵐᶦ ᵁᶜʰᶦʰᵃ ᵁᶻᵘᵐᵃᵏᶦOnde histórias criam vida. Descubra agora