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Alice Veiga

A noite caiu, trazendo uma tranquilidade aparente que disfarçava a tensão que ainda pairava no ar. Estávamos todos na varanda, relaxando depois de um dia cheio. Pedimos comida para não termos que nos preocupar com o jantar, e quando tudo chegou, sentamos em volta da mesa improvisada para comer juntos. Richard estava ao meu lado, tentando me distrair com conversas leves, mas eu sentia Pamella nos observando de longe, seus olhos nunca se afastando de Richard.

Ela fez questão de se sentar perto dele novamente, e o desconforto crescia em mim. Pamella lançava olhares insistentes, sorria mais do que o necessário, e encontrava qualquer desculpa para puxar assunto com ele. A cada palavra, a cada toque sutil que ela tentava, minha paciência diminuía.

Quando terminamos de comer, todos começaram a se dispersar, indo buscar algo para beber ou simplesmente relaxar. Pamella aproveitou o momento, como se estivesse esperando a oportunidade perfeita. Ela se aproximou de Richard, fingindo que queria discutir algo trivial, mas logo percebi seu verdadeiro objetivo. De repente, sem aviso, ela se inclinou na direção dele e tentou beijá-lo.

Richard, surpreso, deu um passo rápido para trás, sua expressão de incredulidade claramente estampada no rosto.

— Tá maluca, Pamella? — ele exclamou, se afastando dela. — O que você pensa que tá fazendo?

Pamella, com o orgulho ferido e o ego machucado, lançou-lhe um olhar cheio de raiva.

— Maluca? Eu? — ela retrucou, com o tom cada vez mais elevado. — Você acha que pode me rejeitar assim? Depois de tudo?

Richard cruzou os braços, balançando a cabeça.

— Já te falei mil vezes, Pamella. Acabou. Me respeita.

Foi nesse momento que tudo saiu de controle. Em um ato de pura fúria, Pamella levantou a mão e deu um tapa forte no rosto de Richard. O som do impacto ecoou pela varanda, e o corpo dele vacilou por um segundo. Sangue escorreu de um corte no canto de sua boca, e eu congelei por um breve momento, chocada com o que tinha acabado de acontecer.

Mas a minha surpresa rapidamente se transformou em raiva. Sem pensar duas vezes, me levantei e fui direto na direção de Pamella. Ela tinha cruzado todos os limites, e eu não ia deixar isso passar.

— Você perdeu completamente a noção! — gritei, partindo para cima dela com toda a minha fúria.

Pamella tentou reagir, mas eu estava tomada pela raiva. Empurrei-a com força, fazendo-a cambalear para trás. Ela tentou me segurar pelos braços, mas eu a derrubei no chão com um movimento rápido. Estávamos brigando de verdade agora, e a adrenalina corria pelo meu corpo.

— Isso é pra você aprender a nunca mais encostar nele! — rosnei, enquanto Pamella tentava se defender, mas eu estava disposta a acabar com aquela provocação de uma vez por todas.

Gabriely e Endrick estavam por perto, mas ninguém interveio de imediato. Talvez porque eles soubessem que Pamella merecia isso, ou talvez porque eu estava fora de mim. De qualquer forma, ninguém veio para separar a briga, e eu continuei lutando com Pamella, sem dar espaço para que ela se recuperasse.

— Você não vai mais causar confusão entre nós! — gritei, empurrando-a novamente enquanto ela tentava se levantar.

Pamella, completamente desestabilizada, tentava me empurrar de volta, mas seus movimentos eram descoordenados. Ela estava completamente fora de controle, e eu não ia recuar até garantir que ela entendesse que Richard e eu estávamos juntos e que ela não tinha mais lugar na vida dele.

Finalmente, depois de alguns minutos de empurrões e puxões, Gabriely e Endrick decidiram que já era o bastante. Gabriely se aproximou, puxando Pamella para longe, enquanto Endrick segurava meus braços para me acalmar.

— Tá bom, Alice, já chega — Endrick disse com uma expressão séria, mas com um leve sorriso de aprovação nos lábios.

Pamella, completamente descomposta, foi levada para dentro por Gabriely, que a mantinha afastada de mim. Richard se aproximou, tocando meu rosto suavemente, ainda com sangue no canto da boca.

— Alice, você não precisava fazer isso... — ele disse baixinho, mas havia gratidão em sua voz.

Eu respirei fundo, tentando controlar a raiva que ainda fervia dentro de mim.

— Eu não ia deixar ela te machucar de novo — respondi, ainda agitada, mas sentindo o calor de suas mãos nos meus ombros me acalmar.

Richard sorriu, inclinando-se para me beijar suavemente, ignorando o corte em seu lábio.

— Ela não vai mais nos incomodar. Eu te prometo — ele disse, e pela primeira vez naquela noite, eu acreditei nele.

Continua...

Alice acordou né gente kkkkkk

Lisboa, Entre Nós, Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora