Capítulo 57

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- Ele é tão pequeno. - Bruna disse extasiada.

Seus olhos focavam na criança deitada sobre sua cama de casal. Era o primeiro dia que seu filho estava na casa delas. - É tão lindo.

- Sim, estou apaixonada, Bruna. - Bianca disse e Bruna sorriu para seu filho, que chorava ao sentir Bruna remover sua fralda.

Ele tinha os cabelos castanhos, porém ainda não sabiam a cor dos olhos, ele nunca abria os mesmos. Sua pele era branquinha igual a de Bruna, porém
o nariz era exatamente igual o de Bianca, embora ele fosse muito pequeno ainda para saber.

- Abre os olhinhos para as mamãe, minha vida. Não precisa esconder-se de nós. - Bianca pediu e Bruna suspirou embasbacada. Não sabia com quem se encantava mais: Com Bianca falando com a voz carregada de ternura ou com seu filho.

- Você fez a mamãe não ser a única com um pênis no mundo, meu amor. Olha só essa coisinha. - Bruna disse, passando o dedo na pontinha do pênis de seu filho antes de rir alto. - Ele está ficando bilauzudo, Bia.

- Bruna, cuidad... - Bianca não pôde terminar sua frase, afinal seu filho urinou, molhando Bruna e a cama.

- Ah, pênis desgraçados. Me odeiam, não é possível! - Bruna reclamou e Bianca riu alto.

- Vá se limpar, minha vida. Eu troco ele. - Bianca pediu e Bruna assentiu, olhando para seu filho, que agora ria ao ter ouvido a reação de Bruna.

- Se sua risadinha não fosse tão gostosa de ouvir eu brigaria com você. - Bruna disse e então seu filho abriu os olhos, fazendo Bianca e ela o fitarem apaixonadas. Seus olhos ainda eram acinzentados e Bianca sorriu.

- Ele terá os seus olhos. - Bianca disse sorrindo.

- Como sabe? Estão cinzas ainda. - Bianca disse.

- Cinza claro. Serão iguais os da mamãe safada. - Bianca disse, se sentando sobre a cama e enchendo de beijos a barriguinha de seu filho.

-- Safado é o...

- Se você falar algum tipo de besteira perto do Gael eu juro que você vai ficar sem o que tem no meio de suas pernas. - Bianca disse a olhando solenemente.

- Mas ele ainda não entende. - Bruna disse se defendendo.

- Mas quero que tenhamos respeito desde já para acostumarmos - Bianca pediu e Bruna assentiu.

Quinze minutos depois ela voltou, de banho tomado, encontrando seu filho já trocado e dormindo nos braços de Bianca.

- No documentário eu coloquei que meu pimpolho era o primeiro da geração do meninão. - De fato tinham feito um documentário sobre Bruna após descobrirem sobre sua condição e sobre ela ter sido a doadora do cromossomo faltante.

Jamais descobriram a causa de ela ter sobrevivido, mas não se importava em saber, havia ganhado milhões pela salvação não só da espécie, senão de muitas outras, afinal começaram a implantar o cromossomo Y em animais também.

- Não acredito que disse para o mundo que chama seu pênis de meninão, Bruna. - Bianca disse baixinho, depositando um suave beijo em seu filho antes de colocá-lo no berço e sair do quarto, encostando a porta.

- Pois bem, coloquei. - Bruna disse, vendo Bianca se sentar um pouco desconfortável. - Deu hemorróidas?

- Pontos, Bruna. Levei pontos. - Bianca disse e Bruna assentiu.

Obrigada por ter me dado uma família. - A maior sussurrou ao se abaixar ao lado de Bianca. - Eu só falo bobagens e mesmo assim você me amou.

- Eu te amei porque você tem um coração bom, as bobagens que você diz vieram na bagagem. - Bianca disse sorrindo, sentindo Bruna deitar sua
cabeça sobre o colo de Bianca.

- Bia, o que tinha naquele macarrão? - Bruna perguntou sentindo sua barriga roncar.

- Queijo e...

- Vai feder, vai feder. Tampa o nariz. - Bruna saiu gritando, correndo para o banheiro.

- Voce está bem, amor? - Bianca perguntou, se levantando e o silêncio predominou.

- Alarme falso. - Ela disse saindo do banheiro instantes depois. - Era só um peidinho.

- Você é nojenta. - Bianca disse rindo e Bruna se aproximou, abraçando ela fortemente.

- E você me ama.

- Eu amo mesmo, muito. - Bianca disse e Bruna sorriu.

- Eu também te amo. - Ela respondeu antes de selar os lábios de sua esposa. - São quarenta dias de resguardo?

- Sim. - Bianca disse, colocando um adorável bico em seus lábios.

- O meninão vai sofrer muito, mas a gente pode providenciar algumas tortas de chocolate.

- Você não vai me trair com tortas, Bruna. - Bianca disse rindo e Bruna a olhou. - Nem com almofadas.

- Eu estava brincando. - Bruna disse sorrindo. - Mas uma chupada de vez em quando eu vou ganhar, não vou?

- Se você for boazinha, sim. -- Bianca disse e Bruna sorriu.

- Tive um sonho estranho essa madrugada.

- Lá vem você... - Bianca disse suspirando.

- O meninão usava uma camisa verde estampada e óculos de sol enquanto tirava férias no Havaí.

- Não acredito que imaginei isso. - Bianca disse rindo e Bruna sorriu satisfeita.

- Se alguém lesse uma história nossa terminaria ela um pouco mais desparafusado do que o normal. - Bruna disse rindo e Bianca assentiu, deitando sua cabeça sobre o peito de Bruna.

- A culpa é desse pinto com vida própria. - Bianca disse suspirando ao inalar o perfume de sua esposa.

- Não se preocupe, cada batida do coração dele é dedicada a você.

- E eu fico feliz por isso. Ganhei amor um dose dupla. - Bianca murmurou e Bruna sorriu.

- Em dose tripla. - Bruna disse sorindo ao ouvir o choro estridente de seu filho.

Bianca se afastou para ir até o quarto e Bruna sorriu encantada. Após tantos anos fugindo, finalmente tinha uma família, uma lar e muito amor.

Para ela e para o primeiro pênis da nova geração.

O Último Pênis | Intersexual - Lésbicas.Onde histórias criam vida. Descubra agora