Capítulo 51

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Anny já estava há dias trancafiada naquelas pesquisas, sempre levara a sério seu trabalho e não levava desafio para casa, mas ela sabia que, como Bárbara havia falado, aquilo levaria meses.

Anny escutou baterem na porta do trailer e estranhou. Quem estaria naquele lugar em plena madrugada? Sua surpresa só aumentou quando viu Bruna do lado de fora, com os braços encolhidos devido ao forte vento que as atingia aquele horário, o inverno se aproximava.

- Com licença. - Bruna disse baixo.

- O que quer? - Anny perguntou e seus olhos se abaixaram na altura das mãos de Bruna quando a viu entregar a ela uma garrafa térmica.

- Eu trouxe café. - Bruna disse com o queixo batendo. - Sempre trago para a Bianca e imaginei que você precisasse de um pouco. Aquece o corpo e te mantém acordada.

Qual era o intuito de Bruna em acordar no meio da madrugada para levar lhe café?

- Eu não te envenenei, se é isso que pensa. Posso até provar antes para cessar suas dúvidas. - Bruna disse e Anny suspirou.

- Entre aqui. Está frio aí fora. - Anny pediu e Bruna obedeceu, ouvindo a porta ser fechada atrás de si. - Por que acordou de madrugada só para fazer isso?

- Oh, não foi minha culpa. Foi o meninão. - Bruna disse e Anny franziu o cenho.

- Quem?

- Como "quem"? Meu pinto. - Bruna disse e Anny franziu o cenho

- Seu pênis te acordou?

- Sim, todas as noite vou ao banheiro de madrugada. - Bruna disse e Anny por fim entendeu, assentindo.

- Bianca estava dormindo? - Anny perguntou e Bruna sorriu.

- Sim, tão linda que fiquei até com pena de sair de perto dela. - Bruna disse e Ally conteve um sorriso.

- Gosta mesmo dela, hm? - Perguntou, pegando copos descartáveis antes de entregar a Bruna.

- Gosto. - Bruna respondeu apenas isso, contudo, a intensidade de sua palavra, o brilho em seus olhos e sorriso bobo que brincava em seus lábios fizeram Anny saber que era algo puro e genuíno. - Vou tomar o café para te mostrar que não tem veneno, mas já vou embora para te deixar trabalhar.

- Não precisa tomar o café por isso. - Anny disse e Bruna suspirou.

- Preciso me desculpar de novo com você. - Bruna disse olhando para Anny. - Por suas pesquisas que perdeu, sabe? Eu sinto... sinto muito. Eu só queria mais bolhas.

- Bolhas? - Anny perguntou e Bruna assentiu.

- Sim, a Bianca fazia bolhas por todos os lados e achei lindo, aí aproveitei para ficar bem perto dela, porque você deve saber como aquela mulher é cheirosa. - Bruna disse rindo e suspirou. - Ai queria passar mais um tempo com ela, só não sabia que daria nisso. Eu nunca quis prejudicar ninguém.

- Eu não te entregaria de verdade. - Anny confessou e Bruna sorriu.

- Eu sei. A Bianca disse que você tem um bom coração. - Bruna disse, pegando o copo de café e virando o de uma vez. - Boa noite, Anny. Bom serviço. - Disse indo em direção à porta.

- Bruna! - Anny chamou rapidamente e a garota se virou. - Tenho algo para você. - A maior franziu o cenho, mas esperou Anny fuçar em suas coisas antes de voltar até ela e entregar um comprimido lacrado em um plástico.

- O que é isso?

- É para a Bianca, na verdade. - Anny disse. - Só fiz essa. É uma pílula do dia seguinte. Não fiz mais porque vai perdendo a força e se usar muito pode não funcionar, então use o dia anterior de tomá-la com sabedoria e esperem os anticoncepcionais ficarem prontos.

Os olhos de Bruna focaram no comprimido e logo ela sorriu.

- Obrigada. - Ela disse e Anny assentiu, se sentando como se Bruna já não estivesse ali.

A maior saiu animada dali e voltou para o trailer de Bianca, removendo somente a blusa grande. Estava frio para dormir só de cueca, então permaneceu com sua calça de moletom e sua regata preta.

Seus olhos encontraram a figura delicada e doce dormindo encolhida na cama e um suspiro involuntário saiu de seus lábios. Ela colocou a pílula na gaveta de Bianca e ergueu a coberta, se enfiando ali vagarosamente antes de abraçar o corpo a sua frente e inalar seu perfume.

- Onde esteve? - Bianca murmurou ainda de olhos fechados e com a voz sonolenta e o coração de Bruna se derreteu outra vez.

- Demorou.

- Dor de barriga forte. Não sentiu o cheiro? - Bruna disse e Bianca negou, se virando para ela e afundando seu rosto nos e seios da maior. - Graças ao bom Deus não. - Bianca murmurou e Bruna riu.

- Estou brincando. Fui levar café para a Anny. - As orbes castanhas se abriram instantaneamente, fitando Bruna confusa.

- Ela te ofendeu?

- Não, acho que estamos bem. - Bruna respondeu e Bianca suspirou aliviada. - Ela fez para você uma pílula do dia seguinte.

- Fez? - Bianca perguntou surpresa e Bruna assentiu animada.

- Sim. Sabe o que isso significa? Que a cobra pode se esconder na toca. - Bianca riu e plantou um beijo no pescoço da maior.

- Está tão ansiosa assim para perder a virgindade?

-Só porque é com você. - Bruna disse baixo. -Não transaremos agora. Estou com sono.

- Eu sei, está frio, Bianca. O meninão se encolhe e não gosta de sair da casinha.

-Então me abraça e durma, amor.

Amor.

Amor.

A-M-O-R.

- Acho que estou tendo uma parada cardíaca, pode checar? - Bruna disse e Bianca abriu os olhos preocupada. - Ouviu como me chamou?

- Na verdade não. - E, de fato, era verdade. Ela dissera sonolenta e sequer havia se dado conta.

- Você me chamou de amor com "a" de AAAAAAAAAAAAAAAA. - Bianca riu alto e abraçou fortemente Bruna.

- Adoro as risadas que me tira o tempo todo. - Bianca murmurou e depositou um beijo nos lábios de Bruna.

- Não faço por querer, mas que bom que gosta.

- Agora durma.

- Se eu te chamar de amor também você terá uma parada cardíaca?

- Acho que ficarei bem com isso. - Bianca falou contra a pele de Bruna e a maior sorriu.

- Então boa noite, amor. - Bruna disse e Camila sorriu, sentindo seu peito inflar antes de sentir o sono voltar a dar as caras.

O Último Pênis | Intersexual - Lésbicas.Onde histórias criam vida. Descubra agora