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9 de outubro de 1993.Eu tentei, mais uma vez, ignorar. Mantive meus olhos fixos nas palavras, fingindo estudar. Mas, ao meu redor, tudo parecia ofuscado por uma única presença — Hermione Granger. Há algo nela que atravessa qualquer barreira que eu, ou qualquer outra pessoa, poderia construir. Não é apenas o brilho de sua inteligência, embora seja impossível não notar como cada palavra sua parece afiada, como se tivesse sido esculpida com cuidado. É sua força, aquela força invisível que parece envolver tudo o que toca.
Quando ela entra em um ambiente, é como se uma corrente de energia atravessasse o ar. Suas mãos movimentando-se com paixão ao defender uma ideia, seus olhos, sempre intensos e atentos... Eu perco a noção de tudo ao meu redor. Como se o mundo fosse uma névoa, e apenas ela existisse em cores.
Hermione não tem ideia do quanto me afeta. Não percebe o quanto sua voz ressoa em mim, o quanto cada olhar casual dela me deixa em pedaços. Ela me hipnotiza. No instante em que ela sorri, como que espontâneo e raro, é como se o sol nascesse dentro do castelo. E eu, sempre tão controlada, me encontro a lutar contra uma vontade que cresce a cada instante de me aproximar dela, de romper as barreiras que nos separam, de lhe dizer tudo isso.
Mas, por agora, eu só posso escrever. Escrever e fingir que não sinto nada por ela.
Selene B. Dolohov
_______________________________________Selene encarou seu chefe de casa, o rosto uma máscara de compostura, mas a mente um turbilhão de pensamentos. Enquanto isso, o resto do grupo reagia em puro espanto. Hermione soltou um grito abafado. Black se levantou num salto, os olhos faiscando. Harry sentiu como se uma corrente elétrica o percorresse. Já Rony, ao lado, arregalava os olhos, tentando entender o caos diante de si.
— Encontrei isso ao pé do Salgueiro Lutador — disse Snape, jogando uma capa para o lado com um gesto brusco, mas mantendo a varinha firmemente apontada para o peito de Lupin. — Muito útil, Potter, obrigado... — Sua respiração estava ligeiramente ofegante, mas o rosto carregava uma satisfação fria. Ele lançou um olhar examinador aos alunos, e ao ver Selene, arqueou uma sobrancelha, deixando claro que esperava uma explicação.
Selene engoliu em seco, sentindo um misto de frustração e raiva. Ela não queria estar ali; de fato, fora praticamente arrastada para essa confusão por Hermione.
— Vocês talvez estejam se perguntando como foi que eu soube que estavam aqui? — prosseguiu Snape, os olhos brilhando com um ar de triunfo. — Passei por sua sala, Lupin. Esqueceu de tomar sua poção esta noite, então resolvi lhe trazer um cálice. E foi uma sorte... Sorte para mim, quero dizer. Encontrei um certo mapa sobre sua mesa, que me contou tudo que eu precisava saber. Vi você correr por essa passagem e desaparecer de vista. — Ele se dirigia a Lupin com evidente superioridade, e um sorriso cínico curvava seus lábios.
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mávres kardiés | Hermione Granger
FanfictionO efeito borboleta é uma referência à sensibilidade das condições iniciais, uma característica marcante dos sistemas caóticos. A ideia é que pequenas mudanças nas condições iniciais de grandes sistemas podem levar a mudanças drásticas nos resultados...