Capítulo XI

190 28 11
                                    

_______________________________________9 de outubro de 1993

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

_______________________________________
9 de outubro de 1993.

Nunca imaginei que algo pudesse quebrar as muralhas que erigi em volta de mim. Durante anos, construí uma fortaleza inabalável, uma proteção contra qualquer sentimento que pudesse me enfraquecer. E, ainda assim, me pego pensando nela — Hermione. Não foi uma mudança abrupta, mas sim um lento desmoronamento que começou em pequenas coisas.

O modo como ela fala sobre as injustiças do mundo, como os olhos dela brilham quando descobre algo novo, a paixão implacável que sente, mesmo quando é incompreendida… Isso me deixa desnorteada. Como alguém tão diferente de mim, tão imersa nos valores e em um mundo que eu deveria desprezar, pode mexer tanto comigo? A resposta, temo, é mais dolorosa do que estou pronta para admitir.

Eu tentei fugir, ignorar esses pensamentos, como sempre fiz. Mas quanto mais me afasto, mais ela invade meu pensamento. Lembro-me das risadas dela ecoando na biblioteca, do rosto concentrado enquanto lia, do jeito desajeitado como segurava a varinha ao ficar nervosa. Não deveria ser capaz de notar tantos detalhes; no entanto, não consigo evitar.

Ontem à noite, vi Hermione chorando por causa de Bicuço, e isso me atingiu como um feitiço direto ao coração. Ver sua dor, sua vulnerabilidade... fez algo em mim quebrar. Uma dor inesperada surgiu no meu peito, uma vontade absurda de protegê-la de tudo, até dela mesma. E no instante em que nossos olhares se cruzaram, percebi que essas barreiras que tanto me esforcei para erguer estavam se despedaçando. Ela não tem ideia do impacto que causa, da forma como desmonta cada uma das minhas defesas.

Eu sei o que significa me importar tanto com uma grifinória. Sei que seria o suficiente para a minha família me deserdar, e, no entanto, sinto que pela primeira vez algo genuíno floresce em mim. Algo que não pedi, que não escolhi. Algo que não é um capricho passageiro, mas uma necessidade sufocante de estar ao lado dela, mesmo que em silêncio, mesmo que sem que ela perceba.

É um desejo incontrolável, uma sensação desesperadora de que ela está me mostrando um mundo novo, onde talvez… apenas talvez… eu possa ser mais do que o que me ensinaram a ser. Mas será que ela é capaz de sentir o mesmo?

Selene B. Dolohov
_______________________________________

Os olhos azul-escuros de Selene analisavam cada detalhe ao seu redor, capturando a tensão no ar. Atenta e silenciosa, ela observava Hagrid gesticulando energicamente enquanto os três Grifinórios, com expressões ansiosas, escutavam cada palavra.

— Tem alguma coisa que se possa fazer, Hagrid? — perguntou Harry
inflamado, sentando-se ao lado do amigo. — Dumbledore... — falou atraindo a atenção da Selene. Dumbledore daria atenção para ao tão insicinificante assim?

mávres kardiés | Hermione GrangerOnde histórias criam vida. Descubra agora